quarta-feira, 16 de julho de 2014

Tiago 1:5-8

Hoje iremos ler Tiago 1:5-8.
V5 Se alguém não tem sabedoria suficiente, peça-a a Deus, que a dá a todos de graça, sem humilhar ninguém, e ser-lhe-á dada.
Relembrar que falamos num contexto de provação.
Então, precisamos de, no meio das dificuldades, pedir sabedoria ao Senhor Deus.
Reparemos neste pormenor… Quando Tiago diz “Se alguém não tem sabedoria suficiente”, ele não está a achar que alguém tem. Simplesmente apela à humildade cristã.
Todos nós precisamos da sabedoria que vem do Senhor, porque em nós não há sabedoria para o nosso dia-a-dia.
Daí não acreditarmos na auto-ajuda.
A solução nunca está dentro de nós e nem vamos lá com frases motivacionais*. A solução está única e exclusivamente em Deus.
Quando reconhecemos a nossa fraqueza entendemos a força do nosso Deus.
Nós não devemos ter problemas em reconhecer as nossas fraquezas porque esse é o primeiro passo para sentirmos que a Graça de Deus nos basta.
O valor que nós temos é aquele que Deus nos acrescenta porque por nós, sem acção de Deus, nada somos.
Notemos ainda a confiança que podemos ter, diz o texto, que se pedirmos sabedoria a Deus, Ele dar-nos-á simplesmente.
Podemos ter confiança nesta promessa. Ela não está dependente dos nossos merecimentos ou do pagamento de alguma coisa da nossa parte. Deus simplesmente dá.
A sabedoria de Deus é algo que Ele promete dar a quem lhe pedir.
Ele não promete livramento das dificuldades, apesar de poder livrar, mas promete sabedoria para enfrentamos todo o sofrimento que tivermos. Saber disso acalma o nosso coração.
Diz-nos ainda o texto, que Deus dá sabedoria sem humilhar alguém. E isto acontece por causa do Seu amor e da Sua graça.
Deus não irá gozar connosco quando reconhecemos a nossa fraqueza, aliás, quando reconhecemos que somos falíveis, Deus revela o Seu poder de uma forma poderosa* e suficiente* para nós.
Vejamos o exemplo do Apóstolo Paulo referente à sua fraqueza:
2 Coríntios 12:9-10 A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo. Por isso sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo. Porque quando estou fraco então sou forte”.
Precisamos de humildade para reconhecer as nossas fraquezas.
Por vezes, isto não acontece porque obriga-nos a ser dependentes de Deus e, quando existe orgulho, é algo que não desejamos. Uma pessoa orgulhosa reconhece que é auto-suficiente.
Partilhar e reconhecer as fraquezas não é de alguém que é fraco mas sim forte no Senhor.
Já o apóstolo Paulo dizia “Quando sou fraco então sou forte”.
Tenha confiança…
Em toda a Bíblia vemos esta verdade… Quando Deus promete, Ele cumpre. Nunca falhou às Suas promessas. Nós é que falhamos.
V6 Mas aquele que pede deve pedir com fé, sem duvidar. Aquele que duvida é como as ondas do mar, levadas pelo vento.
Lemos aqui um requisito para que a sabedoria nos seja dada por Deus. Ou seja, ela é dada mediante a existência de fé.
Notemos o seguinte…
A semana passada percebemos que quando há uma provação devemos sentir alegria, não pela provação em si, mas pelo resultado da mesma.
Hoje compreendemos que passando pela provação devemos pedir sabedoria a Deus e ao pedirmos devemos ter fé.
Se há petição, há oração.
Quando existe um momento de dificuldade na sua vida o resultado imediato é orar? E se orar, qual é a sua motivação?
Ora com fé?
Hebreus 11:1 Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem”.
Significa isto que quando oramos com fé pedindo sabedoria a Deus, e não duvidamos, sentiremos a Sua segurança e o Seu descanso porque Deus irá cumprir a Sua boa, perfeita e agradável vontade (Rom. 12:2).
Quando temos fé não duvidamos que Deus irá trabalhar para a Sua glória e por conseguinte para o nosso bem.
A palavra “fé” é mais do que acreditar, é simplesmente depender d’Ele. E há alturas que só mesmo isto nos resta.
Ter fé é acreditar que Deus age na Sua graça e não nos nossos merecimentos.
Não sei se os irmãos já sentiram isso… Lágrimas a escorrer, mas o coração confiante em Deus.
Ainda acredita no poder da oração?
Actos 12 fala de uma mulher muito especial. Ela acreditava no poder da oração. A Igreja orava pela libertação de Pedro. Deus agiu e libertou Pedro. No entanto, ninguém acreditou a não ser Rode.
Oramos acreditando no poder da oração?
Ser sábio é aceitar sem murmurar a resposta de Deus seja ela qual for, ainda que possa haver dor.
A oração para nós é uma simples rotina diária? E quando é acreditamos na eficácia da mesma?
R. C. Sproul “A oração é o meio pelo qual Deus faz as coisas acontecerem”.
Quando oramos e duvidamos do poder da oração, diz Tiago, não seremos sábios e por isso seremos como o mar revolto que nunca acalmará.
Logo, quando oramos e confiamos no poder da oração, o nosso coração acalmará, não pela certeza do que se irá passar mas pela firme convicção de que Deus é bom e fiel.
Lembre-se… Toda a dúvida diz a Deus “Será que Tu és capaz?”.
Tem tido tranquilidade na sua vida mesmo depois de orar?
Lembre-se… A falha é sempre nossa e nunca de Deus. Deus jamais nos deixará de dar a Sua sabedoria se lhe pedirmos com fé.
Augustus Nicodemus diz que “Não existe melhor professor de oração do que o sofrimento”.
As provações fazem-nos depender de uma forma consciente do Senhor.
V7 Esse nem pense que há-de conseguir alguma coisa do Senhor.
Percebemos novamente duas coisas neste versículo:
Se pedir com fé ao Senhor por sabedoria, Ele dar-lhe-á.
Caso ore e duvide do poder da oração, certamente o Senhor não dará sabedoria.
Tem tido sabedoria na sua vida? Tem sido sábio no meio da sua dor?
Se sim, graças a Deus. Continue. Vale a pena.
Se não, ou é porque não pediu, ou se pediu não pediu com fé. E o resultado será desastroso.
Muitos cristãos já tomaram decisões erradas e comprometeram as suas vidas porque em vez do sofrimento redundar em oração redundou num profundo desespero. E na aflição somos capazes de fazer coisas terríveis.
V8 Pois é um indeciso e pouco seguro em tudo o que faz.
A ideia no original é que quem ora não tendo fé, o seu coração irá vacilar, será incerto e terá uma mente dupla, isto é, terá uma alma dividida entre a fé e o mundo.
Qual o resultado? Será uma pessoa inconstante e insegura em tudo aquilo que faz. Logo, oscilará sempre que alguma circunstância não ocorra como o pretendido porque, em certo sentido, acha até que merece algo e então deseja fazer da terra o seu céu.
Se a nossa esperança estivesse neste mundo, seríamos as pessoas mais infelizes à face da terra.
Como tem estado? Firme e constante ou oscilante?
Tem picos espirituais? Numa semana pode passar por várias fases? (tempo nos Açores).
Tal como temos visto, as provações servem para percebermos quem somos e em quem confiamos.
Entendemos então os nossos pecados de uma forma mais clara assim como, também, das nossas necessidades espirituais.
O sofrimento põe tudo a nu e revela o tipo de relação que temos e que esperamos de Deus.
Diante da provação somos mais rápidos a murmurar do que a orar.
Somos mais rápidos a pedir que o Senhor nos retire o sofrimento, o que não é errado, do que a pedir a Sua sabedoria.
Pedidos de oração das pessoas que não são cristãs* pela cura física. Ou seja, desejam Deus apenas para se darem bem e porque não querem estar doentes.
A verdade é que isso também acontece connosco…
Desconsideramos Cristo apenas quando queremos que Ele seja o nosso curandeiro porque detestamos estar doentes.
Desvalorizamos Cristo quando queremos apenas a Sua protecção porque queremos andar seguros num mundo tão complicado.
Ter sabedoria é entender que Cristo tem de ser o bem mais precioso da nossa vida, de supremo valor para nós, o mais maravilhoso, suficiente para nós, e fonte de toda a alegria e conforto.
Aceitamos Cristo como o bem supremo quando o louvamos por quem Ele é e entendemos que a Sua vontade é a melhor para nós mesmo que possamos não a compreender em determinado momento.
Muitas das vezes somos privados do porquê do sofrimento na nossa vida, o que gera tensão, ansiedade e desapontamento.
Nós somos chamados a manifestar simplesmente Fé na ausência de respostas.
Deus não tem a obrigação de explicar nada.
Contudo, Deus permite que, por vezes, ao olharmos para trás, possamos perceber que a incompreensão que tivemos sobre alguma coisa que aconteceu foi, na verdade, uma manifestação tremenda da Providência Divina.
Devemos aprender com Jó… O seu louvor não dependia do que recebia ou perdia.
Precisamos de ter cuidado com as receitas rápidas para o sofrimento.
Nem sempre as experiências dos outros devem ser as nossas vivências.
Nem sempre o propósito do sofrimento dos outros é igual ao propósito do nosso.
Todo o sofrimento deve redundar em adoração ao Senhor.
Confie no Senhor e não no seu intelecto ou experiências passadas.
Provérbios 3:5-6 Confia no Senhor de todo o teu coração, e não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, e ele endireitará as tuas veredas”.
Quando achamos que somos fortes, não buscamos a sabedoria de Deus. Por isso mesmo, Deus no Seu amor, envia provações, não quer dizer que seja sempre este o propósito, das quais não temos outra hipótese senão dependermos Dele com todo o nosso coração.
São nestas situações que percebemos que Deus é digno de toda a confiança.
A sabedoria faz-nos dizer convictamente “Ainda que eu andasse no vale da sombra da morte não temeria mal algum porque Deus está comigo”.
No entanto lembre-se, ser sábio é perceber que mesmo que não possa vencer todas as suas provações, ainda assim será amado por Deus.
Salmos 139:7-10Para onde me irei do teu espírito, ou para onde fugirei da tua face? Se subir ao céu, lá tu estás; se fizer no inferno a minha cama, eis que tu ali estás também. Se tomar as asas da alva, se habitar nas extremidades do mar, até ali a tua mão me guiará e a tua destra me susterá”.
Que Deus nos ajude.


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