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terça-feira, 3 de junho de 2014

Pregação completa em Filipenses 4:10-20... (última da série)

Resumindo a semana passada
- Ansiedade: Estou à espera daquilo que eu mereço*.
- Descontentamento: Não tenho aquilo que eu mereço*.
Percebamos então que o Evangelho é a prova evidente que temos infinitamente mais do que aquilo que merecemos*.
Devemos então combater a ansiedade com oração de acção de graças, assim como, também, buscando pensamentos do alto para que a nossa mente seja renovada e não sejamos conformados com este mundo. Vimos cada um desses aspectos na semana passada.
Hoje falaremos sobre Contentamento e Ofertas Missionárias.
10 Muito me alegrei no Senhor por me terem manifestado novamente sentimentos de carinho. Não quero dizer que eu pense que me tivessem esquecido, mas não tinham tido ocasião de se manifestarem.
Paulo alegrou-se no Senhor porque aqueles irmãos, mais uma vez, tinham sido amorosos para com ele fazendo-lhe uma oferta para o ajudar em todas as suas dificuldades.
A razão de Paulo se alegrar no Senhor é porque sabia que em última análise, Deus na Sua soberana vontade, providenciou o que ele precisava naquele momento difícil.
Entendeu claramente que foi Deus que cuidou dele ao lhe providenciar uma comunidade para o apoiar financeiramente.
Sabia também que aqueles irmãos face ao contexto em que viviam, muitas dificuldades económicas e várias perseguições, tinham sido bastante generosos para com ele.
Paulo de forma alguma achava que eles tinham sido negligentes para com ele, apenas não tinha acontecido mais cedo porque ainda não tinha chegado a oportunidade e em certo sentido, o tempo de Deus, para a sua provisão.
Os irmãos em Filipos eram agradecidos ao Senhor Deus pela vida do apóstolo Paulo e por isso honraram-no também com as suas ofertas.
Honraram a Deus honrando a vida do Seu servo.
11 Não digo isto por precisar de alguma coisa, pois aprendi a contentar-me com o que tenho.
Mais uma vez lemos que Paulo não se estava a queixar de nada. Aliás, ele faz questão de salientar que não são as circunstâncias a ditarem a sua alegria.
O apóstolo Paulo queria que os filipenses não achassem que ele era de espírito fraco e que cedia face às adversidades da vida.
Paulo mostrava contentamento na sua vida porque vivia contente com Cristo. Não era a riqueza ou a pobreza que lhe iam tirar a alegria porque, conforme ele disse várias vezes, a sua alegria estava enraizada em Cristo.
O contentamento é muito melhor do que a procura incessante pelas riquezas, porque produz satisfação e elimina a ansiedade.
Por isso, Paulo sabia viver com o que tinha.
Não vivia em ansiedade e nem andava desgostoso com a vida.
12 Sei viver na pobreza e também na abundância. Aprendi a viver em toda e qualquer situação: a ter fartura e a ter fome, a ter em abundância e a não ter o suficiente.
Lemos neste versículo que Paulo sabia viver na pobreza, como também na abundância. Sabia viver com muita comida, assim como ter fome. A ter muito e a não ter nada.
Então é possível para o cristão ter muito (a Bíblia não é contra as riquezas, é contra o coração nas riquezas) e não ter nada.
Conforme lemos neste versículo, o cristão pode até passar fome por muito que isso nos custe a entender e até doer.
Isto acontecia porque Paulo sabia viver em toda e qualquer situação na vida.
Qual a razão?
Por todo o contexto da carta, para Paulo bastava ter a certeza que estava no centro da Vontade de Deus fossem quais fossem as circunstâncias. Ou seja, ele percebia que acreditava em Deus que é soberano sobre tudo e se Deus tinha permitido que ele vivesse naquelas circunstâncias, apenas tinha então que aceitar.
A aceitação para com qualquer circunstância da vida, passava por viver em todos os momentos para a  Glória de Deus. I Cor. 10:31.
Interessante notar aqui que a paz de Deus que Paulo sentia, como vimos a semana passada, é uma paz que se mantém em toda e qualquer situação. Porque a paz de Deus não depende de circunstâncias.
A ansiedade que se podia revelar na pobreza ou na fome não existia, isto porque Paulo depositava a sua alegria e confiança no Senhor.
13 Posso enfrentar todas as dificuldades naquele que me fortalece.
Este é um dos versículos que muitas das vezes é mal interpretado e isto acontece quando se retira do contexto em que ele fora dito. Retirando palavras do seu contexto, é possível afirmar que que podemos fazer qualquer coisa e esperar todas as coisas.
A BPT tem uma tradução mais fiel ao original do que “Posso todas as coisas naquele que me fortalece” de João Ferreira da Almeida.
Podemos então perceber que o versículo não fala de conquistas* ou curas*.
Interpretando à luz do seu contexto, Paulo escreve dizendo que sabia que podia viver em toda e qualquer situação porque era o Senhor que o fortalecia e não as circunstâncias desta vida.
Ele reconhece que não estava nele o poder e muito menos a capacidade para aguentar tais situações.
Cada vez mais temos que estudar a Bíblia de forma expositiva (contexto, interpretação e aplicação) para não cairmos em erros de aplicação.
14 Contudo, fizeram bem em compartilhar as minhas dificuldades.
Podemos, ao ler este versículo, achar que Paulo estava a ser ingrato ou indiferente para tais ofertas porque para ele tanto fazia ter ou não ter dinheiro para as suas despesas. O que não é verdade.
Paulo estava extremamente agradecido, mais uma vez, porque aqueles irmãos fizeram um esforço para que as suas necessidades fossem atendidas.
O ponto aqui é este: Não é por se poder viver em dificuldades que não se deve ajudar essas pessoas. Aliás, deve-se viver em comunidade visando a Glória de Deus e não cada um para e por si.
15 Irmãos filipenses, bem sabem que no início da pregação do evangelho, quando parti da Macedónia, vocês foram a única igreja a ajudar-me. Compartilharam comigo no dar e no receber.
Há quase 3 meses atrás percebemos que o apóstolo Paulo iniciou o seu ministério na cidade de Filipos pertencente à Macedónia (englobava ainda 2 cidades por onde passou: Tessalónica e Bereia).
Crê-se então que Paulo falava de quando tinha partido da Macedónia para Corinto onde aí não recebeu qualquer ajuda.
Vejamos em II Cor. 11:8-9: Outras igrejas despojei eu para vos servir, recebendo o salário da parte delas; e quando estava presente convosco, e tinha necessidade, a ninguém fui pesado. Porque os irmãos que vieram da Macedónia supriram a minha necessidade; e em tudo me guardei de vos ser pesado, e ainda me guardarei.
Mais uma vez, notar o amor que aquela comunidade tinha para com Deus ao ponto de honrarem com as suas ofertas o apóstolo Paulo e o trabalho missionário mesmo estando em dificuldades.
Relembrar o texto lido pela Raquel Úria que o desejo dos irmãos da Macedónia era ajudar outros apesar da sua grande pobreza.
Tinham um coração aberto a missões.
Salientar novamente que nada se faz sozinho. Deus usou uma comunidade para fazer face às necessidades de uma obra missionária.
A Igreja em Filipos sentiu o privilégio de poder participar.
16 Por mais que uma vez, quando eu estava em Tessalónica, me enviaram ajuda para as minhas necessidades.
Quando Paulo estava na Macedónia, depois de ter estado em Filipos, dirigiu-se para Tessalónica.
No entanto, continuaram com as ofertas missionárias para que o trabalho de Deus fosse realizado.
Paulo sente a necessidade de reforçar a sua gratidão para não entenderem mal as suas palavras… Com Deus ele sabia viver em toda e qualquer situação.
Isto não é sinal de ingratidão. Antes pelo contrário, porque ele acreditava que com Deus sabia viver em toda e qualquer situação, também cria que Deus iria providenciar no Seu devido tempo as coisas que eram necessárias para a obra avançar.
Coitado do apóstolo Paulo se achasse que algumas coisas na sua vida dependiam do ser humano.
17 Não é que eu procure ofertas, mas desejo que seja acrescentado o mérito à vossa recompensa.
Para mostrar como estava tão agradecido àquela comunidade, Paulo refere que a sua alegria não estava apenas no facto de ter recebido aquelas ofertas, como estava muito mais ainda no facto de saber que eles iam ser recompensados por Deus por causa daquele gesto de amor.
O desejo de Paulo era aumentar o “crédito” (Usa mesmo termos de contabilidade) deles junto a Deus do que propriamente pela ajuda financeira em si.
Perceber isto deixa-nos de rastos… Que tremendo amor.
18 Eu possuo tudo e em abundância. Agora que recebi tudo o que me enviaram por meio de Epafrodito, tenho mais do que o necessário. Essa oferta foi como o perfume de um sacrifício que Deus aceita e lhe agrada.
Depois daquela oferta, Paulo não tinha mais nenhuma necessidade financeira. Foi claramente suficiente e providencial o valor que ele recebeu.
Interessante notar que numa época em que cada vez queremos mais, Paulo diz que o que tinha já chegava e até era mais do que o necessário.
Paulo passa então de termos de contabilidade para uma linguagem que reflecte expressões de culto a Deus.
Vemos estas palavras a serem usadas em Romanos 12:1: “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.”
Contextualizando com o AT, todas as ofertas tinham que ser agradáveis a Deus e Paulo mostra aqui que a ajuda que eles deram foi um aroma suave e por isso aceitável e agradável para Deus.
19 O meu Deus há-de conceder-vos com largueza tudo aquilo de que precisarem, segundo a sua riqueza gloriosa em Cristo Jesus.
Paulo tem a noção que aquela oferta dada com os motivos certos iria ser recompensada por Deus para com aqueles cristãos.
Foi um esforço que eles fizeram pois deram mais do que as suas possibilidades e por isso a certeza que o apóstolo tinha de que Deus iria suprir todas as necessidades deles.
A Bíblia é clara nesse aspecto -> Atos 20:35: “Mais bem-aventurada coisa é dar do que receber”.
20 Glória a Deus, nosso Pai, para sempre. Ámen.
Pensar na sua própria provisão levou o apóstolo a louvar a Deus porque sabia que o seu sustento vindo daqueles irmãos tinha sido iniciativa divina derramada na sua vida devido à maravilhosa Graça de Deus.

Percebemos então 3 aspectos neste texto
Ao entendermos o Evangelho, temos de compreender as suas consequências e uma delas é perceber que o nosso dever enquanto cristãos passa por ajudar outras pessoas que estão a passar por extremas dificuldades.
Não é por sabermos que os cristãos podem viver em dificuldades que não os devemos ajudar.
Enquanto um cristão na sua comunidade estiver a passar por dificuldades, é porque a Igreja não está a ser Igreja.  
Não resolvemos esta questão pensando que já estamos a dar o dízimo* e por isso já chega. Temos esta responsabilidade também.
Pergunta que se coloca: O desejo de termos uma vida financeira mais estável financeiramente tem como objectivo a Glória de Deus ou a nossa Glória?
Por outro lado, onde deve estar a nossa estabilidade? (Exemplo da minha vinda para a Graça).
2º Aspecto – Ofertas Missionárias…
A ânsia pelas conquistas pessoais leva-nos muitas vezes à cegueira para com os missionários que levam a Palavra de Deus às pessoas que precisam de ser conquistadas pelo Evangelho.
Raro encontrar cristãos que procurem ganhar mais apenas para contribuírem mais para a obra missionária.
Quando pensamos no nosso orçamento familiar, contribuir para missões está nos nossos planos?
Quando temos possibilidade de ganhar mais o nosso foco está também em Missões?
Quando temos de fazer ajustes financeiros a nossa prioridade é retirar a importância correspondente à obra do Senhor?
Ainda que se possa cair numa generalização, temos que perceber que quando não temos uma visão financeira sobre as nossas finanças, provavelmente estaremos a dizer a Deus que temos medo que Ele não nos sustente. E por causa disso achamos que podemos não dar o dízimo, ofertas sacrificiais ou missionárias.
O facto de Deus permitir termos mais sustento na nossa vida, não é sinal de que podemos adquirir mais coisas materiais. É sinal sim de que podemos abençoar mais a obra de Deus.
Uma nota apenas… Paul Washer diz: “Deus não precisa de nada vindo de nós. Então, quando Ele nos chama para vir e servi-lo, não é para preencher uma necessidade d’Ele. Simplesmente está a oferecer-nos um privilégio”.
Agarremos este privilégio…

3º Aspecto – Contentamento…
Paulo estava preso por anunciar a Palavra de Deus e continuava satisfeito. Já pensou no que isto significa?
Actos 5:40-41: “E concordaram com ele. E, chamando os apóstolos, e tendo-os açoitado, mandaram que não falassem no nome de Jesus, e os deixaram ir. Retiraram-se, pois, da presença do conselho, regozijando-se de terem sido julgados dignos de padecer afronta pelo nome de Jesus”.
Temos tudo o que desejamos? Não… Mas mesmo assim continuamos a ter infinitamente mais do que aquilo que os nossos pecados merecem.
Contentamento revela uma plena satisfação em Cristo e, como tal, em Cristo conseguimos viver em toda e qualquer situação na nossa vida. Sem murmuração. Apenas com gratidão.
Contentamento não revela apenas satisfação em Cristo como também plena satisfação pelo que Cristo fez. E isso nos basta.
Fil. 4:13 Não fala de alcançar para termos satisfação. Fala sim de que como fomos alcançados então temos satisfação.
Fazemos as nossas escolhas pela Verdade ou pelo prazer? Se o nosso prazer for Cristo, então as nossas escolhas serão feitas pela Verdade.
A ansiedade, conforme já percebemos, corrói a nossa alma.
Quem vive em ansiedade simplesmente espera o que acha que merece. Isso é totalmente destrutivo.
Combatamos isso com o ContentamentoTendo ou não tendo coisas nós somos felizes é com Jesus.
A ansiedade é vencida com o Evangelho.
Apenas uma nota: Estamos tão "habituados" à Providência Divina, que já damos isso como dado adquirido quando na verdade Deus não nos deve nada. É tudo devido à Sua maravilhosa graça.
3 Meses de estudo na carta aos Filipenses…  

Ser como Cristo é o tema central deste livro. Que Deus nos ajude a vencer este desafio.

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Filipenses 4:2-9

Filipenses 4:2 Peço a Evódia e a Síntique que vivam em harmonia, segundo a vontade do Senhor.
Vimos anteriormente, que o objectivo de Paulo, mesmo estando preso, passava por ver os seus irmãos em Filipos a viverem em harmonia. Inclusive, para o bem deles, Paulo dispensou a companhia de Timóteo e também de Epafrodito para que nada lhes faltasse.
Paulo usa mesmo o termo “Peço ou Rogo” enfatizando a ideia da necessidade para algo para que fosse tratado de forma premente.
Assim, lemos neste versículo um pedido para que houvesse harmonia. Não era o que estava a acontecer naquela comunidade que o apóstolo tanto amava.
Daí vermos a insistência nesta carta, da necessidade de sermos como Cristo, e vivermos de forma alegre, feliz e que revele contentamento (para a semana).
Harmonia… Vivemos em harmonia horizontalmente quando o vivemos verticalmente.
As nossas relações são influenciadas pelo tipo de relação que temos com o nosso Deus.
Na forma como vivemos, quer na Igreja, quer no nosso lar, temos de saber, que estamos transmitir algo aos nossos filhos.
Por isso, temos que ser intencionais com o Evangelho.
Ciclos que se renovam*.
Vivemos em harmonia, quando temos os mesmos desejos, paixões e ambições… Glorificar o nome de Cristo para todo o sempre.
Evódia e Síntique muito provavelmente deixaram de olhar para a vida com a Mente de Cristo e foram guiadas pela carne. Olharam mais para os seus interesses do que para Cristo. Hebreus 12:2 fala mesmo da necessidade de olharmos para Jesus que é o Autor e consumador da nossa fé.
Não se sabe o tipo de problema que tinha acontecido entre as duas. No entanto, entende-se pelo texto, que foi algo que criou muitos obstáculos e dificuldades àquela comunidade.
A humildade não existiu. Porque quando há humildade e entendimento da Graça de Deus, o perdão acontecerá sempre, não importando de que lado está a razão.
A Graça que transmitimos ao nosso irmão, não é sinal do merecimento dele, é sinal sim, do nosso entendimento da imerecida Graça que recebemos do nosso Deus.
A desarmonia entre os cristãos afecta a vida de uma comunidade porque entender Igreja, é perceber que a nossa forma de viver irá influenciar o corpo todo.
Ser Igreja é ser corpo. E no corpo todos têm as suas responsabilidades. Cada membro tem a sua função. Quando um membro não está bem, influenciará a estabilidade de todo o corpo.
Conforme vimos há 1 mês atrás, temos de saber que cada membro deverá ser baptizado por imersão, e que revele as seguintes características:
Desejo de buscar santidade para a sua vida.
Assistir aos cultos regularmente.
Participar na Ceia do Senhor.
Contribuir fielmente.
Participar nas Assembleias de Igreja ou Culto Administrativo.
Isto responsabiliza-nos como membros, quer individualmente, quer como corpo.
Só sabendo disto haverá harmonia dentro de uma comunidade.
A reconciliação é algo que tem de acontecer com os cristãos, porque fomos primeiramente reconciliados com Cristo.
João 13:35 -> “Nisto conhecerão todos que sois os meus discípulos: se vos amardes uns aos outros”.
Discípulo é aquele que ama o próximo porque Deus o amou primeiro.
Não há harmonia sem olhar para a Cruz.
3 E peço-te a ti, meu fiel companheiro, que as ajudes. Pois elas lutaram ao meu lado na pregação do evangelho, juntamente com Clemente e todos os meus companheiros de trabalho, que têm os seus nomes escritos no livro da vida.
Paulo estava preocupado com este problema porque a falta de harmonia entre duas pessoas estava a ter consequências para a restante comunidade.
Evódia e Síntique eram duas mulheres que tinham ajudado Paulo aquando a abertura do trabalho em Filipos, juntamente com Clemente.
Vemos aqui, de forma clara, a importância do ministério das mulheres na vida da Igreja e de outros que contribuíram para que o Evangelho fosse pregado.
Então, Paulo pede a um companheiro (palavra que retracta 2 bois e uma canga puxando a mesma carga embora também possa ser entendido como um nome próprio) para as ajudar.
Não se sabe quem era este companheiro, podendo ser Epafrodito ou até mesmo ser um homem com o nome “Sizigo”.
Contudo seria um homem muito provavelmente um presbítero da Igreja.
O interessante a notar aqui, é o pedido de Paulo para uma pessoa ajudar no conflito de outras duas.
Muitas vezes é necessário uma 3ª pessoa para resolver um conflito entre 2 pessoas. Veja-se o caso num casamento* (dizer o mesmo mas como vem de alguém de fora, ouve-se melhor).
4 Alegrem-se sempre no Senhor. Repito, alegrem-se nele.
A recomendação da alegria era algo importante porque aqueles irmãos viviam tempos muito atribulados.
Provavelmente, algumas quezílias estavam a acontecer por causa da tristeza e impaciência ao passarem por determinadas situações.
Devemos então saber o seguinte… A nossa alegria não pode estar associada às circunstâncias mas em Deus que controla toda e qualquer circunstância.
Temos visto tão claramente nesta carta, que quem murmura com Deus simplesmente acha que Deus lhe deve algo, quando na verdade Deus age para connosco devido à Sua maravilhosa Graça.
A nossa alegria não está baseada nas coisas que conquistámos ou que podemos conquistar, mas porque já fomos conquistados por Cristo.
Muitas das vezes a acção de Deus para a nossa vida, passa por perdermos os nossos sonhos. E perder sonhos não é sinal de punição. É simplesmente a Graça de Deus que define o nosso rumo.
Por isso, alegramo-nos mesmo quando coisas que não percebemos acontecem na nossa vida.
É difícil… É duro… Mas Deus é Soberano.
Se a alegria estiver em Cristo, mesmo na dor, nós não iremos desanimar.
Ter alegria não é sinal de sorrir sempre. É sinal sim de que depositamos em Deus a nossa confiança e por isso não desanimamos.
Se analisarmos bem a nossa vida, houve certamente barreiras que nos trouxeram muita dor e que mais tarde percebemos que foram simples auto-estradas para Deus.
A nossa alegria está em Deus. Por quem Ele é e por aquilo que Ele já nos deu.
Temos alegria em Cristo quando estamos satisfeitos n’Ele.
Quando a nossa paz depende das circunstâncias, é porque a satisfação de Deus ainda não nos chega.
Só vivendo com esta plena satisfação em Cristo, Paulo podia escrever esta belíssima carta mesmo depois de ter sido chicoteado 5x39 vezes= 195
A nossa alegria depende de quê? Dos ganhos, das perdas?
5 Sejam amáveis para toda a gente. O Senhor virá em breve.
Face ao ambiente em que viviam, Paulo frisou a necessidade de buscarem a alegria que há em Cristo.
Quando isso acontece, a nossa perspectiva muda e a nossa forma de nos relacionarmos também. Seremos amáveis para com todas as pessoas. Este é o pedido do Apóstolo Paulo.
Isto é, serem moderados de espírito, pacientes e a exercerem o domínio próprio (fruto do Espírito), não se deixando assim abalar pelas injúrias e pelas adversidades que estavam a passar.
As circunstâncias exteriores não podem dominar o nosso ser e fazer com que a nossa vida desabe. Por isso, nas nossas relações com o próximo, teremos que demonstrar Graça mesmo no meio de um contexto difícil.
Ainda há 15 dias falámos da importância da Reconciliação e como a reconciliação apenas acontece quando temos os nossos olhos postos na cruz de Cristo.
A justificação pela fé obriga-nos a lidar com os erros dos outros da mesma forma com que Deus lidou com os nossos. Com Graça e com misericórdia.
A forma como lidamos com as pessoas será a forma como os nossos filhos, um dia mais tarde, lidarão. Eles tendem a observar os exemplos dos pais e serão influenciados por tal.
Cultivemos o ciclo da Graça*.
Lemos ainda neste versículo que o Senhor está próximo. Pode ser entendido como a vinda do Senhor estando próxima, como também, que a Sua presença no nosso meio é real.
Salmos 145:18 “Perto está o Senhor de todos os que o invocam, de todos os que o invocam em verdade.”
Vimos então 3 aspectos que se forem vividos por cada um de nós, individualmente, estaremos a contribuir para que haja harmonia na Igreja:
Alegrarmo-nos no Senhor;
Mostrar amor para com todos;
Saber que o Senhor Deus está connosco.
6 Não se aflijam ou não andeis ansiosos com coisa nenhuma, mas em todas as orações peçam a Deus aquilo de que precisam, com espírito de gratidão.
1 Pedro 5:7-> “Lançando sobre Ele toda a vossa ansiedade, porque Ele tem cuidado de vós”.
Devemos dizer a Deus tudo aqui que nos incomoda e que, até certo ponto, consome a nossa alma.
A oração é o local de encontro com Deus despidos de qualquer máscara. Não devemos temer dizer a Deus a forma como nos sentimos e toda a dor que nos incomoda.
Quando entregamos a Deus as nossas súplicas devemos fazer já em espírito de gratidão pela certeza que Deus tem o melhor para os Seus filhos.
A gratidão não deve acontecer apenas quando recebemos o que queríamos de Deus. A gratidão acontece por sabermos que Deus é Deus e tudo o que em nós acontece, acontece para o nosso bem, ainda que gere muitas vezes incompreensão.
Quando não há gratidão há murmuração.
Quando não há gratidão há ansiedade
A perturbação não deve fazer parte da nossa vida, porque a perturbação não revela a Esperança que devemos ter.
A ansiedade é sinal do medo e da desconfiança que temos para com Cristo. Revela também desconhecimento da bondade e da fidelidade do nosso Deus.
Não foi em vão que Cristo disse que ia estar connosco todos os dias… Perto está o Senhor conforme vimos anteriormente.
Não estamos sozinhos. O Espírito Santo habita em nós. Vivamos a vida com confiança naquele que é todo-poderoso.
Salmos 46:10: “Aquietai-vos, e sabei que eu sou Deus;”
Por outro lado, se vivemos a vida mostrando ansiedade, vivendo em aflição ou descontentamento estamos a dizer alguma coisa com isso.
- Ansiedade: Estou à espera daquilo que eu mereço.
- Descontentamento: Não tenho aquilo que eu mereço.
Percebamos então que o Evangelho é a prova evidente que temos infinitamente mais do que aquilo que merecemos. Por isso, confiamos em Deus e não tememos o dia de amanhã.
Como não confiar naquele que entregou o Seu filho no nosso lugar? Se confiamos não iremos viver ansiosos.
Vivemos em ansiedade quando esperamos sem confiança.
Quando esperamos com confiança pela vontade de Deus, o nosso carácter irá ser moldado por Ele.
Esperar com confiança pela acção de Deus conforma-nos ao que Ele tem.
A ansiedade corrói o nosso ser.
Combatamos a perturbação e o descontentamento que existe nas nossas vidas com o Evangelho.
Sente paz na sua vida mesmo diante das adversidades?
7 E a paz de Deus, que vai mais além do que nós podemos entender, guardará os vossos corações e os vossos pensamentos em união com Cristo Jesus.
A paz de Deus não depende das circunstâncias. Ela protege o nosso coração e o nosso pensamento. No fundo, todo o nosso ser.
Por vezes, nem conseguimos produzir em palavras, a paz que sentimos no meio da adversidade.
Situação do hospital da minha filha.
8 Por último, meus irmãos, prestem atenção ao que é verdadeiro, honesto, digno, puro, amável, ao que tem boa fama, ao que é virtuoso e digno de louvor.
O apóstolo Paulo refere neste versículo como o crente deve pensar.
Paulo não faz a defesa do pensamento positivo*. No entanto, podemos e devemos controlar a nossa mente com coisas do alto. Quando não temos bons pensamentos, as nossas acções terão esse reflexo.
Vejamos naquilo que devemos pensar:
Verdadeiro: Devemos pensar naquilo que é a Verdade. E a verdade encontra-se na Trindade e na Palavra do nosso Deus.
Honesto: Como honrar e respeitar a Deus em todas as coisas.
Digno: Sermos certos e sérios no que fazemos*
Puro: Buscar pureza no nosso pensamento.
Amável: Pensarmos em coisas agradáveis.
Virtuoso e Digno de Louvor: Termos aplicado à cortesia, bondade e ao respeito com os outros.
7 Aspectos que devemos trabalhar para controlarmos a nossa mente.
Quando isto acontecer, veremos como o nosso ser irá ser transformado por Deus e como as nossas acções serão diferentes para com o próximo.
Romanos 12:2 -> Não vivam de acordo com as normas deste mundo, mas transformem-se, adquirindo uma nova mentalidade. Assim compreenderão qual é a vontade de Deus, isto é, o que é bom, o que lhe é agradável e o que é perfeito.
Lembre-se: O mais importante para Deus está relacionado com aquilo que nos estamos a transformar em vez do que estamos a realizar ou conquistar.
Em contraste, vejamos o que diz Miqueias 2:1-2 sobre os que que pensam nas coisas más: “Ai daqueles que nas suas camas intentam a iniquidade, e maquinam o mal; à luz da alva o praticam, porque está no poder da sua mão. E cobiçam campos, e roubam-nos, cobiçam casas, e arrebatam-nas; assim fazem violência a um homem e à sua casa, a uma pessoa e à sua herança”.
Quais têm sido as suas preocupações? Tem buscado pensamentos do alto ou de maldade?
9 Ponham em prática o que aprenderam de mim, o que me ouviram e viram fazer, e estará convosco o Deus da paz.
Paulo tem a ousadia de dizer isto porque a sua vida apontava a Cristo.
A sua vida mostrava aquilo que ele pregava.
Ele não pretendia exibir-se. Apenas indicar o caminho. E o caminho é Cristo conforme ele indicou em toda a sua carta.

Que Deus nos ajude.

sábado, 31 de maio de 2014

Filipenses 3:12-16

Circuncidados de coração – 3 aspectos: Nossa adoração é em espírito porque brota do nosso interior e vem do nosso coração. Temos alegria plena e transbordante, não pelo que conseguimos fazer, mas por aquilo que Cristo já fez. Não tem por base os nossos esforços.
Percebemos também, que o amor de Deus é tremendo e manifesta-se a todos nós com a Sua maravilhosa Graça. Isto é, “a graça de Deus pela qual Ele dá às pessoas bênçãos inumeráveis que não são parte da salvação”. Mateus 5:45 “Porque faz que o seu sol se levante sobre maus e bons, e a chuva desça sobre justos e injustos.”
No entanto, há seres humanos que não reconhecem a maravilhosa graça do nosso Deus. Face a isso, a justiça de Deus, através da Sua Ira, irá manifestar-se sobre o homem não nascido de novo, não com os nossos sentimentos pecaminosos, mas com a Ira que advém da Sua própria Santidade. A própria Bíblia refere que a Ira de Deus se manifestará sobre esses homens perversos (Salmos 5:5).
Não compreenderemos a dimensão da Graça de Deus enquanto não entendermos a dimensão da Sua Ira.
Percebemos o conceito da Justificação e os elementos que a envolvem: Expiação (cancelamento dos pecados), Propiciação (Deus tornar-se favorável a nós pecadores), Redenção (comprados da escravidão para uma nova vida com Deus, pelo sangue de Cristo).
Ser como Cristo é um grande desafioUm desafio para a vida.
Há 3 semanas atrás percebemos o que era a Santificação e como se processava nas várias formas do nosso ser pessoal e congregacional.
Hoje iremos perceber como o entendimento correcto da Justificação levar-nos-á à Santificação.
Entramos assim numa parte das Escrituras, em que Paulo passa de uma linguagem comercial, a uma linguagem “desportiva”, para descrever o amadurecimento espiritual de um cristão, isto é, a nossa Santificação.
12 Não quero dizer que já o tenha alcançado ou que seja perfeito, mas continuo a ver se o consigo, visto que para isso fui conquistado por Cristo.
Percebemos que a Justificação é o meio pelo qual Deus nos declara justos diante do Seu tribunal por causa daquilo que Cristo fez na Cruz. Ele não nos torna justos. Qual a diferença?
Ser justo significa ser perfeito em tudo o que se faz, diz ou pensa.
Na Igreja em Filipos, havia pessoas que pensavam que já tinham chegado a esse ponto.
O apóstolo Paulo, na sua humildade, refere que luta para ser perfeito (processo de santificação) apesar de ainda não ter alcançado esse estado. É um processo constante.
No original, a palavra “prossigo”, usada neste versículo e no 14, era usada para um velocista que usa toda a agressividade e energia para chegar ao fim, à meta.
Então, o apóstolo Paulo deseja lutar pela santidade com toda a sua força (dada pelo Espírito Santo), a fim de atingir o objectivo para o qual foi conquistado por Cristo.
Que fim era esse? Romanos 8:29: “Porque os que dantes conheceu também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho”.
Paulo tem claramente a noção de que foi salvo por Cristo, para ser cada vez mais como Cristo, até à vinda de Cristo.
Sendo assim, quando o apóstolo Paulo usa a palavra “Prossigo”, ele entende que a Santificação, apesar de não se completar nesta vida, ela não pode parar de aumentar. É uma luta constante.
13 É certo, meus irmãos, que eu não penso ter já conseguido isso, mas faço uma coisa: esqueço-me do que ficou para trás e esforço-me por atingir o que está diante de mim.
Vemos novamente Paulo a dizer que não atingiu ainda a meta para o qual foi conquistado por Cristo. Contudo tem a certeza de algo. Esquecer-se do que passou porque seguir em frente é a direcção certa.
Esquecer-se de quê?
Não apenas dos seus pecados (Ex: Perseguição) e fracassos mas também das coisas que ele mencionou (7) que faziam dele um judeu exemplar. Esquecer-se também dos seus triunfos espirituais para não os usar como bandeira pessoal.
Paulo entendeu claramente as palavras de Jesus que encontramos em Lucas 17:10Assim também vós, quando fizerdes tudo o que vos for mandado, dizei: Somos servos inúteis, porque fizemos somente o que devíamos fazer”.
Qual é o problema de olhar para trás?
Se alguém olha no sentido de já estar contente com o seu progresso, claramente que viverá de forma indolente ou negligente perante o futuro. Paulo até que podia estar contente, numa óptica humana, mas não o vivia de forma presunçosa e orgulhosa.
Quando olhamos e percebemos o quão falho somos, poderemos desanimar em relação à caminhada futura. (Irmã: Esforço-me mas não consigo… Mas estou a melhorar).
Ficarmos presos em relação ao que deixamos para atingirmos a meta futura. Não é em vão o que lemos em Lucas 17:32 “Lembrai-vos da mulher de Ló.”.
Diz o texto “Esforço-me por atingir o que está diante de mim”.
Paulo concentrava tudo o que tinha, todas as suas forças para servir a Cristo, vivendo a vida de uma forma que espalhasse o bom perfume de Jesus Cristo (II Cor. 2:15).
Há um perfeito contraste entre este versículo e o V6.
A força que ele tinha para perseguir os cristãos, Deus transformou-a, para que ele a usasse na sua caminhada cristã para prosseguir até Cristo.
14 Deste modo, caminhou em direcção à meta para obter o prémio que Deus nos prometeu dar no Céu por meio de Cristo Jesus.
Na corrida o objectivo é chegar à meta para obter-se o prémio prometido.
Assim, como vimos no versículo 12, Paulo desejava chegar à meta, ser semelhante a Cristo, com os olhos postos n’Ele, porque Cristo é autor e consumador da nossa fé (Heb. 12:2). Ele ansiava pelo prémio.
Analisando o V8, é difícil achar que esse prémio não seja estar com o próprio Cristo no nosso estado final, a Glorificação.
Somente quando chegarmos ao fim da nossa vida, poderemos receber a justiça vinda do próprio Cristo (semana passada) no seu estado final, a perfeição plena. Até lá andamos na luta para chegarmos à meta com a certeza que não estamos sós, porque o Espírito Santo habita em nós e nos ajudará a perseverar até ao fim.
A perseverança é um sinal de que realmente somos salvos. Mateus 24:13Mas aquele que perseverar até ao fim, esse será salvo”.
Essa perseverança levou Paulo a escrever palavras tremendas na última carta que escreveu II. Tim. 4:7-8: Combati o bom combate (luta), acabei a carreira (meta), guardei a fé (perseverança). Desde agora, a coroa da justiça (justiça de Cristo) me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda.”. Quem me dera puder dizer o mesmo nos meus últimos dias… Luto no entanto por isso.
15 Todos nós, que já somos adultos na fé, devemos pensar assim. Mas se alguns pensam doutro modo, Deus lhes fará ver as coisas.
16 Como quer que seja, continuemos na mesma linha que até agora temos seguido.
A BPT traduz bem a palavra no original porque na versão João Ferreira de Almeida aparece Paulo a escrever que era perfeito, o que, aparentemente, contrariava todo o seu argumento anterior.
Então, o texto refere-se aos cristãos que já têm maturidade cristã, e buscando o contexto (V10) ao texto, são aqueles que estão prontos a sofrer por amor a Cristo, a morrer pelo Evangelho, e que têm a sua Esperança na Glória.
Então, os cristãos com maturidade devem lutar diariamente para serem mais semelhantes a Cristo (Santidade).
Paulo reconhece que há cristãos que ainda estão na fase do leite espiritual e outros cristãos já com maturidade cristã. O que não quer dizer que alguém seja superior ao outro.
Verificamos também neste versículo, que o convencimento que acontece na vida das pessoas é o próprio Deus, na pessoa do Espírito Santo, e através da Sua Palavra, quem o realiza.
Não somos nós que convencemos as pessoas.
Por vezes, achamos que esse é o nosso trabalho de convencer certos irmãos na fé a perceberem algumas realidades. Apenas as temos de pronunciar.
Aplicando
A vida é uma constante luta e não podemos achar que vivemos nesta vida como se o nosso Reino fosse deste mundo.
Nós somos santos no sentido de separados para Deus, sabendo que vivemos num processo de assemelhação ao próprio Cristo e que terminará apenas com a nossa morte ou com a Sua vinda.
Jamais podemos viver no pecado como se ele fosse uma coisa normal na nossa vida. Não podemos tratar o pecado por tu.
O sinal da presença do Espírito Santo em nós passa por compreendermos que existe pecado na nossa vida. João 16:8: “E, quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça e do juízo”.
Sabendo que existe pecado, tem de haver arrependimento. Esse momento será doloroso (confissão), embora a sua consequência traga paz (perdão).
Haverá também o desejo em nós, dado pelo Espírito Santo, de não o voltarmos a repetir, embora saibamos que possa acontecer novamente.
1 João 3:6: Qualquer que permanece nele não peca (não vive pecando); qualquer que vive pecando não o viu nem o conheceu”.
Pecado… A questão não é se Deus nos ama mais ou menos (*), a questão é o quanto temos amado a Deus. O quanto temos espalhado a Sua imagem, vivido para a Sua Glória.
O pecado não muda a nossa posição diante de Deus mas afecta a nossa intimidade com Ele.
No entanto, saiba que não existe perfeição nesta vida Eclesiastes 7:20: “Na verdade que não há homem justo sobre a terra, que faça o bem, e nunca peque”.
Ao sabermos disso, não deve ser o motivo para a nossa vida espiritual estagnar ou desmazelar (já que não sou perfeito…).
Santificação apesar de não se completar nesta vida, ela não pode parar de aumentar. É o sinal que de facto houve justificação.
Conforme vimos a semana passada, a Justificação gera a Santificação. Não há uma sem a outra.
A nossa Santidade não serve como medida de superioridade em relação aos outros (parábola do Fariseu e Publicano). É a evidência clara daquilo que Deus já fez em nós. Sejamos humildes.
Procurar a Santidade não é o sinal de uma fé frágil, é sinal sim, de uma fé que pretende fortalecer-se mais em Cristo e assemelhar-se mais a Ele. Ou não fosse este o fim para o qual fomos conquistados.
No início da vida cristã, os pecados externos são mais visíveis aos outros, através de palavras torpes e acções pecaminosas.
Para o cristão com mais anos de vida cristã, a sua luta será mais com os pecados internos (orgulho, egoísmo, falta de zelo com Cristo e com a Igreja, amar o próximo, contentamento e outras coisas mais). 
Quem confia na justiça própria no seu relacionamento com Deus* ou com o próximo*, no fundo está a dizer com isso que é perfeito.
Se entendermos a justificação pela fé, não com base no nosso merecimento mas por aquilo que Cristo fez, deixaremos o nosso orgulho de parte e os nossos relacionamentos serão transformados.
A Igreja Baptista da Graça cada vez mais tem que ser uma comunidade onde os seus membros percebem que vivem numa luta constante de aperfeiçoamento a Cristo.
Não é por termos pecado e arrependido, que Deus nos castigará com coisas terríveis na mesma, porque nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus (Rom. 8:1).
Se um irmão cair, lá estará outro irmão para o ajudar a crescer em Cristo. Não com espírito de superioridade mas como de quem percebeu que a Graça de Deus já foi derramada sobre a sua vida
Deus declara-nos justos e trata-nos como tal.
Precisamos uns dos outros.
Precisamos de ser Igreja.
Hebreus 3:13: "Pelo contrário, animem-se uns aos outros continuamente, enquanto dura o dia de “hoje”. Procedam assim para evitar que alguém no vosso meio se deixe levar pela sedução do pecado.".
Ser como Cristo é o tema Central da Carta aos Filipenses.
Que isso seja uma realidade nas nossas vidas.
Que Deus nos ajude.


quinta-feira, 29 de maio de 2014

Filipenses 3:1-11

Relembrando…
A “Teologia da Confissão Positiva” destrói por completo a Soberania de Deus, coloca a ênfase no homem, dá mais importância à palavra humana do que à Palavra de Deus e é algo bastante recente na história da Igreja*.
Quem vive a vida em busca dos seus interesses pessoais, não pode viver segundo os interesses de Cristo. A nossa miséria é grande quando achamos que algo é nosso por direito.
Se toda a nossa vida não é ministério, nada é ministério. Tudo é sobre a pessoa de Jesus Cristo na nossa vida.
Os planos de Paulo estavam sujeitos à Soberania de Deus. Voddie Baucham: "Se eu creio em Deus omnipotente mas que não é Soberano (...) eu posso comandar o Seu poder. Mas se Deus é omnipotente e também Soberano, eu dependo da Sua Misericórdia".
Compromisso da Igreja da Graça, honrar os seus presbíteros e diáconos (Oficiais da Igreja) e cada um de nós acolher o outro irmão como Cristo nos acolheu, para que nisto tudo Deus seja exaltado e a Sua Glória espalhada em todas as nações.
Filipenses 3:1-11
1 Finalmente, meus irmãos, desejo que tenham alegria no Senhor. A mim não me custa repetir o que já vos escrevi, pois é do vosso interesse.
A carta aos Filipenses é muito conhecida por ser a epístola da Alegria, sendo este termo usado 16 vezes incluindo seus sinónimos.
Notamos, mais uma vez, que Paulo coloca a Alegria no sítio em que ela deve estarNo Senhor. Ainda que nos possamos alegrar noutras coisas, a alegria que é consistente é em Cristo. É aquela que nos dá Vida.
Qual o resultado disto? Mesmo que o sofrimento venha, mesmo que a decepção chegue, saberemos que nada nem ninguém dos poderá separar do amor de Cristo (Rom. 8).
Mesmo que os nossos olhos chorem de dor, a nossa alma alegra-se porque Cristo nos satisfaz. Porque Cristo é a nossa Esperança.
Muitas vezes achamos que a nossa vida só faz sentido de uma determinada forma, com determinada coisa, ou até mesmo com alguma pessoa.
Já colocámos alguma coisa em causa na nossa vida (pessoal, familiar, Igreja) para que os nossos desejos fossem concretizados?
A nossa alegria, a nossa segurança e paz estarão em Cristo, se de facto a nossa fé estiver alicerçada Nele. “Ainda que eu andasse no vale da sombra da morte não temeria mal algum porque tu estás comigo”.
Diante das dificuldades alegre-se em Deus, mesmo com lágrimas nos olhos.
No meio do sofrimento lembre-se que Deus o ama.
Aquando a doença saiba que Deus é Soberano.
Cada vez mais surgem heresias no nosso meio colocando a ênfase no homem e retirando a Soberania a Deus, como se fosse possível. Como se a razão de viver e a nossa alegria estivessem nas circunstâncias. Se fosse, provavelmente eramos os mais miseráveis à face da terra
Talvez isto aconteça, e segundo Romanos 1, com o objectivo de termos mais prazer na criatura (adoração), do que no criador.
2 Cuidado com os cães; cuidado com os falsos pregadores; cuidado com os fanáticos da circuncisão.
Valor da Doutrina na História da Igreja. Vivemos uma época que a doutrina está a ser mal tratada.
R.C. Sproul, "Firme fundamento: a inerrante Palavra de Deus em um mundo errante" diz o seguinte:
"Actualmente temos pessoas na Igreja que ensinam aquilo que é chamado de Teologia Relacional, a qual está disposta a negociar a verdade objectiva e a verdade proposicional. Elas ensinam que a única coisa que importa são os relacionamentos pessoais. As perguntas que elas querem fazer são: “Estamos a tratar-nos uns aos outros de maneira adequada? Estamos a ser amorosos? Estamos a ser gentis? Estamos a ser amáveis uns com os outros?” Esse é o tipo de atitude que diz: 'Não falem comigo sobre doutrina; falem comigo a respeito de pessoas.'
Mas essa é uma dicotomia falsa. Na visão bíblica, Deus fala-nos em proposições verdadeiras e ordena-nos a exercer a verdade nos nossos relacionamentos pessoais. De facto, a história do nosso relacionamento com Deus como pecadores redimidos fundamenta-se no conceito de Deus “praticar a verdade”, bem como de falar a verdade". Isto é doutrina.
Voltando ao texto, os cães eram animais que viviam na rua  em busca de comida pelos cantos. Eram tidos como animais sujos e totalmente impuros.
Os judeus, por causa disso, chamavam os gentios de “Cães” por os considerarem impuros.
Esse era um termo usual naquela altura, não tinha o mesmo valor semântico de hoje, e por isso o apóstolo Paulo chamou de “cães” aos judaizantes que procuravam corromper a Igreja.
Reparemos o que João diz em Apocalipse 22:15 sobre as pessoas que Paulo considerava de cães: “Mas, ficarão de fora os cães e os feiticeiros, e os que se prostituem, e os homicidas, e os idólatras, e qualquer que ama e comete a mentira.”
Em segundo lugar, Paulo avisa a comunidade em Filipos, para terem cuidado com os “falsos pregadores” ou os “maus obreiros”.
Com o pretexto de edificarem a Igreja, os judaizantes simplesmente arruinavam e destruíam tudo, pois achavam que era pelas suas obras e pelos seus esforços que agradavam mais a Deus e assim tornavam-se com o direito legal de chegar até Ele, rejeitando assim o sacrifício completo (Expiação, Redenção e Propiciação) que existe em Cristo (Já iremos tocar mais à frente neste assunto).
O terceiro aviso servia como alerta para com os da “falsa circuncisão”.
O significado da circuncisão era a morte para natureza carnal.
O interessante neste aspecto, é que Paulo não usa o termo normal para a circuncisão, ele usa sim, o termo usado para aqueles que mutilavam os corpos. Qual a razão?
Os judaizantes, acreditavam em Cristo mas mantinham toda a Lei Cerimonial do AT. Não estavam preocupados com o significado espiritual dos seus actos, porque não queriam compreender o verdadeiro significado da Cruz.
Com o Sacrifício de Jesus Cristo na Cruz, toda a lei cerimonial do AT terminou embora permaneça a lei moral. Romanos 6:4De sorte que fomos sepultados com ele pelo baptismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida”.
Em Cristo morremos para a velha Natureza carnal não sendo preciso mais nada. Acabaram todos os rituais do AT.
Posto isto, Paulo diz que aqueles que fazem circuncisão fazem-no como se mutilação se tratasse porque a circuncisão física terminou em Cristo.
Todos nós sabemos que a mutilação dos corpos é pecado (Lev. 19:28; 21:5; Dt. 14:1; Os. 7:14).
3 Nós, e não eles, é que recebemos a verdadeira circuncisão, porque adoramos a Deus pelo seu Espírito e nos gloriamos de pertencer a Cristo Jesus, em vez de pormos a nossa confiança no que é apenas humano.
Depois de ter avisado sobre os cuidados que deviam ter, o apóstolo Paulo vai começar a definir termos, conceitos, e acima de tudo… Doutrina.
Paulo coloca mais uma vez toda a ênfase da nossa vida em Cristo e naquilo que Ele fez por nós.
Então, todos nós somos circuncidados de coração porque reconhecemos que a carne para nada vale e que em nós não há capacidade alguma para obtermos a aprovação de Deus e pagarmos o preço pelo nosso pecado. Os primeiros capítulos de Romanos tratam exclusivamente deste aspecto.
Conforme Romanos 2:29: “O verdadeiro judeu é aquele que o é interiormente, como se fosse circuncidado no coração, isto é uma circuncisão que vem do Espírito e não da lei escrita. Esse tem a aprovação não tanto dos homens mas de Deus.
Se de facto somos salvos (circuncisão de coração), foi devido à Sua maravilhosa Graça.
Jonas 2:9 Lemos claramente isso: “Do Senhor vem a Salvação”.
Voltando ao texto, vemos 3 características daqueles que fazem parte da verdadeira circuncisão:
1º Adoradores a Deus no ou pelo Espírito.
João 4:24:Deus é espírito e importa que os verdadeiros adoradores o adorem em Espírito e em Verdade”.
Nossa adoração é em espírito porque brota do nosso interior e vem do nosso coração.
O nosso desejo é o mesmo do salmista Davi em Salmos 19:14 As palavras dos meus lábios e o meditar do meu coração, sejam agradáveis na tua presença, Senhor, Rocha minha e Redentor meu”.
Entramos na presença de Deus pela fé que nos é dada e entregamos tudo o que temos e somos a Ele, para que possa ser usado para o Seu louvor.
Quando assim acontece, a nossa adoração com toda a certeza que não irá ser um simples gesto cerimonial ou ritual.
O simples facto de podermos adorar a Deus já é um sinal claro da Graça salvífica em nós. Sejamos gratos e não murmuradores.
Não adoramos de todo o coração quando achamos que somos dignos de alguma coisa. Por isso murmuramos tanto!
2º Característica da verdadeira circuncisão: Sentimos alegria de pertencer a Cristo.
A ideia no original é tremenda… Temos alegria plena e transbordante, não pelo que conseguimos fazer, mas por aquilo que Cristo já fez.
Nós celebramos porque Cristo nos escolheu e por isso somos pertença sua. Se fosse com base nos nossos méritos certamente não iríamos sentir toda esta alegria de lhe pertencer.
3º Característica da verdadeira circuncisão: Não confiamos na carne.
Os judeus colocavam a sua confiança nas suas raízes (linhagem) e nos rituais (Circuncisão). Actos exteriores como sinal de pertença.
Paulo, neste versículo, mostra que a nossa salvação não tem por base os nossos esforços, coitados de nós, nem tão pouco continuarmos a ser salvos por aquilo que fazemos (Medo*).
Da natureza carnal não se pode esperar nada de bom por isso não podermos esperar nada de bom daqueles que não têm Cristo.
Começamos a compreender a Graça de Deus percebendo que foi Ele que nos aceitou, não por causa de quem nós somos ou de onde viemos, mas sim por aquilo que Cristo fez. Porque se fosse com base nos nossos actos certamente sofreríamos a ira de Deus.
Adorar em Espírito, Alegria em Cristo e não confiarmos na carne são características da verdadeira circuncisão.
4 É certo que eu também podia confiar nessas coisas. Se alguém julga que pode confiar nisso, eu ainda tenho mais razões:
5 Fui circuncidado ao oitavo dia, sou judeu de nascimento, pertenço à tribo de Benjamim, sou descendente de hebreus. No que diz respeito à prática da lei, eu era fariseu.
6 E tão fanático que perseguia a igreja. Quanto ao cumprimento daquilo que manda a lei, ninguém me podia repreender em nada.
Paulo nestes versículos simplesmente diz: “Se a fé tivesse por base o ‘currículo’, então eu era um doutorado”.
Ele apresenta 7 aspectos que faziam dele um judeu exemplar: Genealogia, Nacionalidade, Cultura, Prestígio, Educação; Religião, Aquisições Pessoais.
Então, aquilo que para eles era importante, Paulo tinha.
Descansamos porque a Fé não é uma questão de cumprirmos requisitos mas de acreditar que Cristo já satisfez todas as exigências por nós
Não é por cumprirmos algo que somos aceites. É porque fomos aceites por Deus, pelos méritos de Cristo, que obedecemos.
A autoconfiança não é um sinal de uma fé fortalecida, mas sim de uma fé não existente, porque a Fé é o oposto da Autoconfiança.
Tremenda paz e segurança que podemos ter em Cristo.
Será que Paulo dava valor ao seu “currículo”? Será que nós damos valor ao nosso “currículo espiritual”?
 Usamos o currículo para nos fazermos valer diante dos homens e diante de Deus, tentando mostrar que somos merecedores de algo.
7 Mas em todas essas coisas, que eu julgava proveitosas, considero-as agora como prejudiciais para a causa de Cristo.
Neste versículo lemos termos usados numa linguagem comercial. Ganhos e perdas.
Paulo usa expressões de negócios para definir a redenção que teve em Cristo Jesus. Tudo o que para ele tinha valor, na verdade de nada valia, para nada servia.
Reparemos também nas palavras de Jesus em Mateus 16:24-25:Então disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-me; Porque aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, e quem perder a sua vida por amor de mim, achá-la-á.
Notemos o contraste com o versículo a seguir.
8 Na verdade, considero tudo como um prejuízo, em comparação com o maravilhoso conhecimento de Jesus Cristo, meu Senhor. Por causa dele, desprezei tudo. Para ganhar Cristo e estar bem unido a ele, considero tudo isso como lixo.
Todas as coisas que ele havia conquistado e realizado, os 7 aspectos que lemos atrás, o apóstolo Paulo abandonou, considerando tudo de lixo ou esterco por amor a Cristo. A palavra lixo/esterco era usada para a comida dos cães. Fazendo a ligação, as pessoas são imundas e o que fazem é imundo. 
Ele deixava tudo por amor a Cristo para se poder gloriar e entregar de todo o coração a Ele.
Por isso quando Paulo escreve aos Coríntios (II Cor. 10:17) explica claramente em quem nos devemos gloriar, usando palavras do profeta Jr. 9:24: “Aquele, porém, que se gloria, glorie-se no Senhor.”.
Gloriamo-nos em quem nos satisfaz.
Reparemos que todo o pecado tem como base uma insatisfação em Cristo, caso contrário, não o cometeríamos.
Custa-nos seguir a Deus porque o nosso coração ainda está nas coisas… Caso do jovem rico
Quando há contentamento em Deus, há plena satisfação na nossa vida e por isso podemos viver em toda e qualquer situação (Já estamos a abrir caminho para o capítulo 4).
Devemos fazer este exercício… Ao longo da nossa vida temos considerado coisas que porventura noutro tempo acharíamos importantes e agora as tratamos como lixo por amor a Cristo?
Indo pela negativa, haverá alguma coisa que possamos perder ou que já perdemos no qual simplesmente dizemos “Neste momento não tenho razões objectivas para viver?” ou “Neste momento não tenho contentamento em Deus?”
Família*, Saúde*, Trabalho*, amigos*, social* consumo*, etc.
Não é que as essas coisas sejam desprovidas de significado, não são é a base da nossa vida, a fonte da nossa alegria, nem a razão do nosso viver ou ainda mais grave ainda, as razões pelas quais Deus nos aceita.
Daí entendermos ainda melhor o 1:29 quando Paulo se refere à Fé e ao sofrimento como dons da Graça de Deus. Porque não é pela ausência do sofrimento que percebemos que Deus nos ama.
Talvez agora faça mais sentido o primeiro versículo deste capítulo. Paulo confiava a sua alegria e a sua vida somente a Cristo.
9 Se vivo em comunhão com Deus, não é com base na minha própria justiça, que vem da lei, mas sim com a que vem da fé em Cristo, a justiça que vem de Deus com base na fé.
Uma das áreas que temos tratado muito pouco nas nossas Igrejas é a questão da Justificação pela Fé (Em Janeiro estaremos o mês todo a falar sobre este tema).
1º Ponto: Não é com base na nossa própria justiça.
Em Gálatas 2:16 lemos: “Sabendo que o homem não é justificado pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo, temos também crido em Jesus Cristo, para sermos justificados pela fé em Cristo, e não pelas obras da lei; porquanto pelas obras da lei nenhuma carne será justificada.
Qual era o problema de ser com base na nossa própria justiça?
Tiago 2:10 vemos que basta falhar num ponto da lei, somos imediatamente culpados de todos. Por isso é que todos somos pecadores. (Rom. 3:23).
Deste modo, nada há em nós pelo qual Deus nos possa aceitar por causa da Sua Santidade. E, segundo a Bíblia, todo o pecador merece a condenação, a ira de Deus, por causa do seu pecado.
Temos de ter muito cuidado quando dizemos às pessoas que “Deus ama o pecador e odeia o pecado”. Porque Deus odeia o pecador, obviamente não com os nossos sentimentos pecaminosos, mas com o ódio que advém da Sua própria Santidade face a homens perversos como nós. Daí falarmos, porque a Bíblia diz, da Ira de Deus sobre homens perversos. Salmos 5:5Os loucos não pararão à tua vista; odeias a todos os que praticam a maldade”.
Como resolver este problema?
Como satisfazer a Ira de Deus face a Homens perversos? Como pode coexistir Santidade com o Pecador?
2º O que é a Justificação então?
A justificação envolve alguns aspectos.
Expiação 
Como Cristo morreu na Cruz no nosso lugar, Ele expiou o nosso pecado, ou seja, cancelou-o, não é mais tido em conta. A expiação foi completa.
Os ascetas não acreditavam na expiação completa do pecado e por isso tinham de fazer algo para que o pecado fosse expiado por completo.
II Cor. 5: 21:Àquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus”.
Propiciação
Há um problema a ser resolvido entre nós e Deus porque a Sua Ira tinha que se manifestar sobre nós pecadores.
Romanos 1:18 diz isso mesmo:Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda a impiedade e injustiça dos homens, que detêm a verdade em injustiça.
Segundo o Antigo Testamento, a palavra “Propiciação” era usada para o topo da Arca da Aliança no dia da expiação, quando o sangue do boi e da cabra eram derramados, para desviar a ira de Deus. Deus tinha ordenado esse sacrifício para isso.
Contudo, será que o sangue dos animais satisfaria a Ira de Deus no AT? Porque não o fazemos agora? Porque teve que vir Cristo em vez de continuarmos sempre com os animais?
Segundo Hebreus 10:4Porque é impossível que o sangue de touros e bodes remova os pecados.
Não era possível porque isso não satisfazia a Ira de Deus, apenas a apaziguava. Para pagar a dívida e tornar Deus favorável ao ser humano, era preciso sangue de um Homem que fosse perfeito e Santo (Sem pecado) - Hebreus 9:22.
Então a lei serviu de aio (caminho) para a vinda de Cristo Jesus (Gal. 3:24).
Qual a razão de Cristo ter vivido então 33 anos? Porque é que não nasceu e morreu logo a seguir? Pela necessidade de viver uma vida perfeita vivendo assim em pura obediência a Deus no nosso lugar.
Os animais eram apenas uma estrada para a pessoa de Jesus Cristo, Ele sim era o Supremo Cordeiro.
Em João 1:29 lemos como João Batista fala de Cristo: “No dia seguinte João viu a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.
Deus entregou o Seu filho Jesus para ser a propiciação pelos nossos pecados. O pagamento do pecado já tinha sido cancelado, faltava ainda a Ira que tinha que ser manifestada.
Então Cristo foi à cruz sofrer a Ira de Deus, foi-lhe imputada a ira que estava destinada a nós, para que então Deus ficasse favorável /propício para connosco. Deus não age mais connosco como se fossemos culpados.
Romanos 3:24-25Sendo justificados gratuitamente pela Sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus. Ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos (expiação), sob a paciência de Deus;
Redenção
Romanos 3:24 “Sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus”.
A imagem desta palavra, no original, vem do antigo mercado de escravos e significava o pagamento do resgate necessário para obter a libertação do prisioneiro ou escravo.
Então, nós que éramos escravos do pecado, fomos comprados por Cristo, com a Sua vida… Com o Seu sangue (Ouvir dizer “É meu”).

A Justificação pela Fé significa que somos declarados justos diante de Deus. Como é possível se nós não somos justos? (imagem do Tribunal).
Porque em Cristo foi imputada a Ira de Deus e em nós foi imputada a justiça de Cristo, para termos acesso ao Pai. Somos declarados e não tornados justos pelos méritos de Cristo e não pelas nossas virtudes ou pelo nosso “currículo espiritual”.
Por isso, entendemos que a Justificação será sempre pela Fé (dom de Deus dado a pessoas mortas espiritualmente) de que Cristo morreu no nosso lugar, levando a ira do Pai sobre Ele, para que Deus se tornasse favorável a nós, cancelando todo o nosso pecado, comprando-nos assim com o Seu sangue.
Não compreenderemos a dimensão da Graça de Deus enquanto não entendermos a dimensão da Sua Ira.
Romanos 3:23-26 - Este é o Evangelho de Jesus Cristo. Não há outro.
10 O que eu desejo é conhecer a Cristo e experimentar o poder da sua ressurreição, tomar parte nos seus sofrimentos, chegando a ser como ele na morte,
11 Com a esperança de alcançar a ressurreição de entre os mortos.
O anseio de Paulo era conhecer mais e mais a pessoa de Jesus Cristo (v. 8) e viver como Ele. Sabendo o que isso implicava.
Isto é, Cristo sofreu? Paulo estava pronto a isso. Cristo morreu? Paulo está pronto a morrer pelo Evangelho. Cristo ressurgiu dos mortos? Paulo desejava o mesmo.
Nós somos servos do Senhor Jesus Cristo e nunca o servo pode querer ser mais do que o Senhor.
Só o desejo pela prosperidade ou vida calma e tranquila faz-nos pensar de forma diferente.
Cada vez mais temos que SER COMO CRISTO e acreditar que somos justificados pela fé que nos foi dada. Maravilhosa Graça.
Nota: A prova de que somos justificados comprova-se com a existência de Santidade nas nossas vidas. (frutos)
A Justificação leva obrigatoriamente à Santificação. Não há uma sem a outra.
 Vale a pena pensarmos nisto.

Que Deus nos ajude

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Filipenses 2:19-30

Resumo da Semana Passada
Acreditamos que a Palavra é a única regra de fé e de prática. Acreditamos na sua Suficiência e Inerrância. Toda a Palavra é inspirada por Deus.
2 Timóteo 3:16:Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça;
A Santificação é uma obra de Deus onde o homem coopera. Deus coloca a vontade e o desejo no coração e nós respondemos afirmativamente a essa ordem.
Cristão vive em constante processo de Santificação e isso é a prova clara que houve Regeneração e Justificação.
A Santificação deve ser vista e reflectida em qualquer domínio da nossa vida. Na ausência da mesma, toda uma comunidade sofre.
O Evangelho tem de ser proclamado contudo também tem que se viver as suas consequências. Não se pode desassociar a proclamação da vivência.
Filipenses 2:19-30
Relembremos que a Igreja de Filipos tinha o seu líder preso, o qual corria sérios riscos de vida.
A Igreja, como comunidade, sofria perseguição por seguirem a Cristo. Contudo, a grande preocupação do Apóstolo não era o sofrimento, mas o facto de eles viverem em desarmonia.
Paulo aponta toda a plenitude da sua vida a Cristo na proclamação do Evangelho, mesmo estando algemado. Tanto é, que sente a necessidade de cuidar do rebanho de Deus.
A Humildade reflecte-se em gratidão e obediência a Deus.
Essa foi a medida que Cristo nos deixou quando foi à Cruz, pois num gesto de total humildade, sofreu humilhação mas ainda pior do que isso, levou sobre si a ira de Deus, para que aqueles que se arrependam dos seus pecados e têm fé em Jesus Cristo tenham acesso ao Pai com a Justiça do próprio Cristo.
 Este texto fala-nos de vidas consagradas ao Senhor e de como as mesmas devem reflectir essa dedicação perante a Sua Igreja.
Não há como dizer que se é Cristão e depois não servir a Igreja de Cristo.
19 Espero no Senhor enviar-vos brevemente Timóteo, para também eu ficar cheio de ânimo quando tiver notícias vossas.
Toda a vida de Paulo aponta a Cristo. E um dos sinais evidentes dessa vivência está na sua dependência para com a acção de Deus.
Lemos neste versículo que Paulo espera em Cristo para que, se possível, algo acontecer. Não no sentido de exigência mas de gratidão por aquilo que irá acontecer.
Deus tem o melhor para nós daí podermos agradecer-Lhe os nossos pedidos mesmo antes de serem respondidos. Ou então, como diz Paulo no cap. 4, entregar as súplicas já com acções de graça.
Hoje em dia existe uma heresia, a qual os teólogos chamam de “Teologia de Confissão Positiva”. Definição: “substitui a fé em Deus pela habilidade de ter fé em si mesmo. O simples fato de confessar positivamente o que se crê faz com que o desejo confessado aconteça”.
É tão simples quanto isto: achamos que o poder está em nós para as coisas acontecerem, sendo que para isso basta ter fé. Depois, quando as coisas não se realizam, entramos em depressão espiritual porque achamos que afinal a nossa fé é vã ou que falhámos algum passo “mágico”. (situação no Acampamento)
Esta ideia destrói por completo a Soberania de Deus, coloca a ênfase no homem, dá mais importância à palavra humana do que à Palavra de Deus e é algo bastante recente na história da Igreja*.
Esta heresia está a entrar subtilmente na vida das nossas igrejas e percebemos isso quando ouvimos alguém a dizer “Se tiver fé vai ver que vai ficar tudo bem” em vez de dizermos tão-somente “Vamos orar para que Deus cumpra Sua vontade independentemente da nossa que é a cura”. (António*)
1 João 5:14: “E esta é a confiança que temos nele, que, se pedirmos alguma coisa, segundo a Sua vontade, Ele nos ouve”.
O apóstolo Paulo coloca-se no lugar dele, se o Senhor quiser, algo acontecerá. Isto porque entende que no fim é sempre a vontade de Deus a prevalecer.
Estaremos dispostos a isso na nossa vida?
Entendendo Salmos 37 – Deleitar; Desejos do teu coração.
Voltando ao texto, o apóstolo Paulo tinha o desejo, caso Deus permitisse, de enviar o seu discípulo Timóteo quando a sua situação tivesse resolvida (v. 23).
 Timóteo era a pessoa que Paulo enviava como seu interlocutor nas igrejas que tinha fundado. Enviou-o a Tessalonica e a Corinto conforme lemos nessas cartas.
Reparemos, mais uma vez, que a alegria de Paulo passava por simplesmente ouvir que os Filipenses estavam bem e que viviam em Harmonia entre eles.
A sua alegria estava dependente de ver a Igreja de Cristo saudável. Não podemos ver uma Igreja a passar por momentos difíceis e ficarmos como se nada fosse. A Igreja é a noiva de Cristo, tratemo-la como tal.
Daí termos de ser sérios na forma como lidamos com a vida da Igreja. Santificação, Oração, Pontualidade, Responsabilidades, etc.
20 Não tenho nenhum outro tão unido a mim e que assim se preocupe tanto convosco.
Timóteo já tinha estado em Filipos com Paulo na proclamação do Evangelho e na implantação da Igreja (Actos 16).
Paulo usou neste versículo uma expressão semelhante ao v.2 para referir-se à sua relação com Timóteo “sejais unidos de alma”.
Ele tinha pedido para que vivessem assim, porque ele próprio vivia nesta atitude para com os seus companheiros no ministério. Coerência e integridade.
Diz-nos o texto que Paulo sentia que ele e Timóteo viviam em Unidade de Alma, e, conforme vimos na altura, significa unidos no mesmo Espírito, unidos em harmonia, tendo os mesmos desejos, paixões e ambições… Glorificar o nome de Cristo para todo o sempre.
“Ser como Cristo”, tema central da carta, passará por vermos as coisas como Cristo veria e responder com os mesmos sentimentos que Cristo responderia.
Paulo e Timóteo sempre trabalharam juntos e em harmonia que tornou-se evidente para todos que quem dirigia tudo o que faziam era a Mente de Cristo.
Por isso, a necessidade da Igreja de Filipos, num momento conturbado, ter uma pessoa como Timóteo.
21 Todos os outros se preocupam apenas com os seus interesses e não com os de Jesus Cristo.
Lemos em 2 Timóteo 1:15 o seguinte: “Bem sabes isto, que os que estão na Ásia todos se apartaram de mim; entre os quais foram Figelo e Hermógenes”.
Quem vive a vida em busca dos seus interesses pessoais não pode viver segundo os interesses de Cristo.
A nossa miséria é grande quando achamos que algo é nosso por direito.
Tememos que Deus toque na nossa vida de tal forma que tenhamos que mudar os nossos conceitos de felicidade, conforto e paz.
Vinda para cá: “Se for da vontade de Deus tudo te irá correr bem mas se não for, irás ter muitos problemas”. Terá esta frase respaldo bíblico? (Jesus Cristo).
Na verdade, conforme diz Mark Dever, “Os nossos medos sobre o futuro são enraizados naqueles lugares onde a nossa vontade difere da vontade de Deus”.
Por outro lado, podemos perder certas coisas na vida para percebermos que Cristo tem de ser o nosso bem Supremo. Para percebermos que Cristo é Suficiente para nós.
Toda a nossa vida é Cristo. Toda a nossa vida tem de resplandecer a imagem de Cristo. Toda a nossa vida é ministério. Acreditamos no Sacerdócio Universal.
Não é a nossa vida que está em causa é o Evangelho.
Cuidamos dos interesses de Cristo quando…
Vida Pessoal – Intimidade com Deus; Santidade;
Vida Familiar – Cada um cumpre as suas funções. Cultivar a Santidade nos relacionamentos (Salmos 101:2); Devocional entre o casal (a melhor intimidade será sempre a intimidade espiritual); Culto Doméstico (pais e filhos);
Trabalho – Se todos somos sacerdotes, o seu trabalho tem de ser encarado como ministério. Encararemos o trabalho, não pelo dinheiro, mas como o local que Deus nos está a usar para mostrarmos Cristo como a pessoa mais importante para nós.
Se toda a nossa vida não é ministério, nada é ministério.
Por isso quando alguém pergunta quem foi chamado para o ministério, todos nós devemos responder que sim, porque acreditamos que todos nós somos ministros do Evangelho, uns sendo pastores, outros professores, profissionais de saúde, informáticos, reformados, etc…
Timóteo encarava a vida como ministério, tanto é, que ao servir os interesses dos Cristãos em Filipos, ele sabia que estava primeiramente a servir a Cristo. Ou seja, servia a Cristo servindo a Igreja.
Não há como dizer que se é Cristão e depois não servir a Igreja de Cristo.
Nota: Podemos até ser religiosos mas não sermos cristãos: Mateus 7:21: “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! Entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.”
Então as nossas vidas devem ser vividas para Ele, através d’Ele, para Ele, com Ele, e sobre Ele.
Tudo é sobre a pessoa de Jesus Cristo na nossa vida.
Romanos 11:36"Porque dele e por Ele, e para Ele, são todas as coisas; glória, pois, a Ele eternamente."
22 Mas quanto a Timóteo, bem sabem como deu provas da sua virtude e como trabalhou comigo ao serviço do evangelho, como se fosse um filho com o seu pai.
Na igreja de Filipos cada um buscava os seus próprios interesses, o que gerava várias disputas. Era necessário alguém que mostrasse seriedade perante o Evangelho e a Igreja de Cristo. Alguém que fosse servo e não alguém que estivesse à espera de ser servido.
Importante notar que Paulo aponta toda a medida a Cristo, depois usa o seu exemplo e posteriormente o de Timóteo e Epafrodito para evidenciar que é possível viver como Cristo.
Auto negação, Humildade e Obediência são as marcas de Jesus, do Apóstolo Paulo, Timóteo e Epafrodito.
Quais tem sido as marcas da Igreja Baptista da Graça? Estas 3 marcas são importantes para a União da Igreja e proclamação do Evangelho.
23 Espero enviá-lo, logo que saiba como vai terminar a minha situação.
Provavelmente Paulo queria que a sua situação fosse resolvida para que Timóteo levasse as últimas notícias.
24 Confio no Senhor que também eu irei ver-vos brevemente.
Vemos neste versículo, uma vez mais, que os planos de Paulo estavam sujeitos à Soberania de Deus.
Quando assim é, colocamo-nos no nosso devido lugar face ao Criador e sustentador de todas as coisas.
25 Julguei que também era conveniente mandar-vos Epafrodito, irmão e companheiro de trabalho e de lutas, vosso enviado para me ajudar nas minhas necessidades.
Aquando a prisão de Paulo, a Igreja de Filipos achou por bem enviar Epafrodito para fazer face às dificuldades financeiras e, também, para saber notícias do líder espiritual deles.
Diz-nos o texto que foi enviado. A ideia da Palavra é “apóstolo” não no sentido de ofício mas de função.
Vimos isso logo no início da carta mas é importante voltar a referir. No NT há diferença entre o ofício e dom. As pessoas podem ter alguns dons mas não terem os outros requisitos para os ofícios.
Para ser Apóstolo (Ofício) teria que ter estado com a pessoa de Jesus. Por isso não temos mais Apóstolos nos dias de hoje, como oficiais na Igreja. Mas pode ser apóstolo no sentido de enviado numa missão (Tiago Oliveira-enviado numa missão).
Assim como no pastorado, uma pessoa pode ter o dom de pastor mas não ter as restantes qualificações para o ministério.
Nunca esquecer da importância de se diferenciar Dom, que são vários, dos Ofícios da Igreja (Presbitério e Diaconato).
26 Ele tem tido muitas saudades de todos e tem andado preocupado convosco, por terem ouvido que ele estava doente.
Podemos ver como Epafrodito, Paulo e Timóteo eram “Unidos de Alma” resplandecendo assim a imagem que Cristo tinha deixado.
Apesar do sofrimento a que estava cometido, Epafrodito manifestava preocupação com a Igreja porque não queria de forma alguma que a sua situação pudesse interferir com a saúde da Igreja.
Por outro lado, vemos uma comunidade preocupada e ansiosa por saber o estado de saúde de um dos seus presbíteros.
Amor genuíno que deve existir. Cuidado mútuo.
Situação doença – Igreja.
27 É verdade que esteve doente, mesmo quase a morrer, mas Deus compadeceu-se dele, e não só dele mas também de mim, para que eu não tivesse mais aflições do que as que já tenho.
Reparemos… Alguém que estava doente e em risco de vida, continuava com o seu objectivo principal… Servir a Cristo, servindo a Igreja.
Epafrodito podia ter desistido da missão que lhe fora confiada, até tinha legitimidade para tal, contudo sabia que era uma missão de Deus e por isso tinha de cumprir até ao fim.
Se Deus o tinha enviado naquela missão, teria de ser o próprio Deus a terminar aquela função, nem que para isso lhe custasse a vida.
Tal como o Apóstolo Paulo, Epafrodito também vivia estas palavras… “Porque o Viver é Cristo e o morrer é Ganho”.
Fazemos a vontade de Deus quando?
Apenas com a segurança da família garantida?
Quando sabemos o roteiro?
Quando sabemos que o fim aqui na terra será bom?
Não olhe tanto para a vida em si e para as circunstâncias. Olhe sim para o fim para qual devemos viver a nossa vidaEspalhar a Glória de Deus, tornado assim o Seu nome conhecido. Mesmo que para isso seja preciso sofrer ou morrer.
Nota sobre a doença:
1º Nem toda a doença é consequência do pecado.
2º Nem sempre é a vontade de Deus a cura imediata. A recuperação de Epafrodito foi lenta e dolorosa.
3º Conforme lemos no versículo, a cura é algo que acontece pela compaixão de Deus e não coisa que possamos determinar, apesar de podermos pedir que a Sua vontade seja feita.
4º Nem sempre há cura. Aceitemos a Sua Soberania mesmo que isso possa trazer lágrimas…
Interessante também notar neste versículo, que Paulo mostrou todo o seu amor por Epafrodito, porque se ele morresse, isso seria para si doloroso. Paulo sabia que Epafrodito tinha ficado doente ao cumprir uma missão da Igreja para o ir ajudar.
28 E por isso vou mandá-lo o mais depressa possível, para que sintam a alegria de o verem novamente e para que eu fique menos preocupado.
Novamente aqui a humildade do Apóstolo Paulo. A sua alegria e conforto passavam por saber que aqueles irmãos estavam bem e que nada perturbava as suas vidas.
Preferia ficar sem Epafrodito do que ver uma comunidade preocupada com o seu companheiro.
Mais uma vez, não é Epafrodito que desiste da Missão que lhe fora confiada mas sim Paulo que o reencaminha para a Igreja em Filipos. Esta explicação existiu para que não pensassem que houvera algum tipo de desistência de Epafrodito e, por conseguinte, não o honrassem por tal.
29 Recebam-no, pois, com toda a alegria como um irmão no Senhor e estimem os que são como ele.
Epafrodito serviu a Igreja e serviu a Paulo porque primeiramente serviu a Cristo. Ele amo-os de todo o coração e entregou-se à causa, porque primeiramente Cristo entregou-se por nós. Lemos isso naquele maravilhoso hino cristológico.
Precisamos cada vez mais honrar os nossos presbíteros dando-lhes as condições necessárias para que eles possam governar bem a Igreja de Cristo.
Paulo em 1 Timóteo 5:17 refere o seguinte: “Os presbíteros que governam bem sejam estimados por dignos de duplicada honra, principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina”.
Muitas vezes as Igrejas são privadas da bênção do Senhor porque não honram os seus presbíteros.
Por outro lado, entre os irmãos da Igreja vemos a seguinte exortação em Romanos 15:7: “Portanto acolhei-vos uns aos outros, como também Cristo nos acolheu para glória de Deus”.
Este deve ser o compromisso da Igreja da Graça, honrar os seus presbíteros e cada um de nós acolher o outro irmão como Cristo nos acolheu, para que nisto tudo Deus seja exaltado e a Sua Glória espalhada em todas as nações.
30 Esteve quase a morrer ao serviço de Cristo, arriscando a sua própria vida para me prestar o auxílio que me faltava da vossa parte.
Arriscar a vida para servir a Cristo servindo a Sua Igreja. Que lição tremenda…
Daí podermos dizer convictamente “Tudo ó Cristo a Ti entrego, corpo e alma eis aqui, Este mundo mau renego, ó Jesus me aceita a mim! Tudo entregarei, tudo entregarei. Sim por Ti Jesus bendito tudo entregarei.”

Deus nos ajude.