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sábado, 5 de julho de 2014

Jesus Cristo no Antigo Testamento... Ageu

Hoje terminamos esta série com o livro de Ageu.
À semelhança de Habacuque, poucas coisas se sabem sobre Ageu. No entanto, foi o primeiro profeta depois do retorno do povo de Israel do exílio Babilónio.
Relembrar que os babilónios saquearam Jerusalém, destruíram o templo e levaram a maioria dos judeus para o exílio.
Cerca de 50 anos depois, Ciro, o persa, tomou a Babilónia, e derrubou o Império Babilónio.
No ano seguinte (538 aC), ele permitiu que os judeus voltassem à sua pátria e reconstruissem assim o templo em Jerusalém.
Tudo isto aconteceu devido à mão soberana do nosso Deus cumprindo assim as profecias de Jeremias (Esdras 1:1).
Deus comissiona Ageu para despertar o povo para a reconstrução do Templo porque entre a chegada do povo e esta mensagem de Deus, 18 anos passaram sem o povo fazer nada.
O Templo era o sinal da presença de Deus entre o povo.
Desprezar o Templo era desprezar a Deus.
Vamos perceber a primeira mensagem do livro de Ageu:
Ageu 1:2-4 O SENHOR todo-poderoso disse a Ageu: «Esta gente diz que ainda não chegou o tempo de se reconstruir o templo.» Ageu falou-lhes deste modo em nome do SENHOR todo-poderoso: «Ora bem, eu pergunto se é tempo para vocês viverem em casas luxuosas, enquanto o meu templo está em ruínas.
Percebemos, nestes versículos, que o povo apenas se preocupava com os seus afazeres diários e com a busca do conforto pessoal.
Com esses comportamentos, desprezaram o Templo do Senhor.
Conforme vimos antes, 18 anos depois do retorno, quase nada fizeram para que o Templo de Deus (símbolo da Sua presença e da sua Glória) fosse reconstruído.
A palavra “luxuosa”, no original, tem outro significado. Ou seja, a ideia é que as casas do povo eram forradas de uma madeira trabalhada, por sinal muito cara, e a casa de Deus estava num estado deplorável.
No entanto, vejamos as consequências do tipo de investimento que o povo fazia no seu conforto pessoal face ao contraste com o tipo de atitude com o templo…
V5-6 Prestem atenção ao vosso procedimento — declara o SENHOR todo-poderoso. Vocês semearam muito, mas recolhem pouco. Têm alimento, mas não o bastante para ficarem saciados; têm que beber, mas não o suficiente para ficarem satisfeitos; têm roupas para vestir, mas não chegam para se aquecerem; o operário ganha o seu salário, mas é como se caísse em saco-roto.
Com estas palavras, Deus mostrou ao povo que apesar de terem casas luxuosas, eles nunca iriam ficar satisfeitos.
As casas até podiam ser boas, mas os campos não iriam produzir aquilo que eles tinham semeado. Apesar de terem dinheiro este iria desaparecer rapidamente.
Então, o povo vivia numa plena frustração e descontentamento, não porque não pudessem ter as coisas, mas porque as coisas não os satisfaziam na sua totalidade.
V7-8 Eu, o SENHOR todo-poderoso, volto a avisar-vos! Reparem no vosso modo de proceder! Subam, pois, à montanha, tragam madeira e reconstruam o meu templo. Ficarei então satisfeito por ser lá adorado. Palavra do SENHOR!
Nestes versículos vemos Deus a dizer que Ele seria glorificado pelo povo, caso eles aplicassem as mesmas forças e a mesma motivação que tiveram para as suas casas, na reconstrução do Seu templo. 
Deus não é glorificado quando a nossa motivação para a Sua Obra é menor do que a nossa motivação na busca do nosso prazer pessoal.
A apatia para com as coisas do Senhor acontece quando as nossas prioridades estão trocadas.
No v5 e V7 vemos Deus a dizer ao povo para eles reparem na forma como estavam a proceder no dia-a-dia deles. Analisarem a forma como viviam as suas vidas e no que diziam a Deus com as aquelas atitudes.
Este é um exercício que é necessário fazermos diariamente… Com as minhas palavras e com o meu proceder, o que estou a dizer a Deus?
O povo dizia de boca uma coisa mas o seu coração afirmava outra.
O povo dizia que Deus era a prioridade das suas vidas mas as suas acções mostravam coisas completamente diferentes.
Quando se investe num sítio é porque se acredita que é nesse sítio que se quer ver a colheita.
Quando os nossos investimentos não demonstram quem Deus é, alguma coisa está errada. E por isso, é que muitos investimentos são feitos em certos sítios e não naquilo que é realmente importante, porque tememos o dia de amanhã.
Há sempre algo em nós que deseja ter uma segurança plena, que não em Cristo, que se tivermos vivos amanhã, nada nos faltará.
 V9-11 Vocês esperaram grandes colheitas, mas obtiveram pouco. E o pouco que guardaram eu o dissipei com um sopro. E por quê? — Pergunta o SENHOR todo-poderoso. É por causa do meu templo que está em ruínas, enquanto cada um de vocês se preocupa com a sua casa. É por isso que dos céus não caiu chuva nem as terras produziram. Provoquei a seca na terra e nas montanhas, nos campos de trigo, nas vinhas e nos olivais e em tudo o que a terra devia produzir, em todo o povo e nos animais. E assim ficaram comprometidos os vossos animais e todo o vosso trabalho.»
O Senhor Deus mostrou claramente ao povo que se eles não estivessem comprometidos com Ele, Ele também não os abençoaria.
Mais, o povo iria investir nos terrenos e nada iriam colher.
Vemos claramente nestas palavras que quando investimos sem Deus, colhemos as coisas sem a Bênção de Deus. E isso é terrível e revela em quem nós confiamos.
12-15 Zorobabel, filho de Salatiel, o sumo-sacerdote Josué, filho de Joçadac, e todo o resto do povo tiveram medo e prestaram atenção ao que o SENHOR Deus lhes disse, por meio do profeta Ageu, tal como o SENHOR Deus lhe mandou. Então Ageu, enviado do SENHOR, falou ao povo desta maneira em nome de Deus: «Eu garanto que estarei convosco! Palavra do SENHOR!» 14 Desta forma, o SENHOR despertou o entusiasmo de Zorobabel, governador de Judá, do sumo-sacerdote Josué e do resto do povo. Puseram-se todos a trabalhar para reconstruírem o templo do seu Deus, o SENHOR todo-poderoso. Era o dia vinte e quatro do sexto mês do rei Dario.
Interessante notar as palavras de Ageu… “Se vocês se arrependerem, Deus garante que estará convosco.”
O povo reagiu então às palavras de Deus trazidas pelo profeta Ageu.
Reparemos no versículo 14
É o Senhor que concede o arrependimento e gera também a motivação para a Sua Obra. Tudo é fruto da Sua maravilhosa Graça. E quando Deus, na Sua Graça, concede-nos um novo coração, não desejamos mais nada que não seja Ele mesmo.
Antes da fé, há a regeneração. Ou como diz Ryle “A regeneração precede a Fé”.
Quando isto acontece, as nossas vidas têm que mudar. Não há outra forma.
Por isso, o povo começou a reconstruir o templo tal e qual como o Senhor lhes houvera dito.
Em Ageu 2:1-9…
O povo tinha memória de como era o anterior Templo devido à sua enorme grandeza, comparando com aquele que eles estavam a construir o anterior tinha um outro esplendor.
O sentimento de frustração era grande e, face isso, sentiam-se inúteis. Chegaram ao ponto de achar que era melhor viverem de memórias do que ter um templo mais pequeno do que o anterior.
O ponto é este: Estavam a trabalhar muito e tudo parecia inconsequente e sem valor.
No fundo, Deus responde dizendo: “Tenham coragem e trabalhem porque eu estarei convosco. Isso será o Suficiente”.
Então, a certeza da presença de Deus seria o suficiente para eles não terem medo e terem coragem no dia-a-dia.
Mais, analisando o texto todo, percebemos que Deus iria dar também alegria ao povo para o servirem de todo o coração (Salmos 100).
Deus mostrou que para Ele a grandiosidade não é importante, mas sim a Sua Glória e o Seu esplendor. Belém, tal como vimos anteriormente, era a prova evidente disso. Desta pequena vila iria nascer Jesus. Este sim O verdadeiro templo e aí, certamente, seria vista a Glória e a majestade do nosso Deus em todo o seu esplendor.
O Templo aponta à pessoa de Jesus Cristo…
O fim da reconstrução aconteceu muitos anos mais tarde no início do ministério de Cristo.
Aquelas pessoas não viram tudo o que Deus fez através delas. Semearam sem ver a colheita.
Deus trabalhou para além do olhar deles, porque o fim último de todas as coisas é a Sua Glória e não a nossa.
Cap. 2:10-19 10 No dia vinte e quatro do nono mês desse segundo ano do reinado de Dario, o SENHOR dirigiu-se novamente ao profeta Ageu, para ele falar em nome do SENHOR aos sacerdotes acerca da lei. E falou-lhes assim: «Suponhamos que alguém leva um bocado de carne retirada do sacrifício, escondida no seu fato. Se ele tocar com o fato no pão, nos legumes, no vinho ou azeite ou em qualquer outro alimento, tal alimento terá de ser consagrado exclusivamente a Deus?» Os sacerdotes responderam que não. Ageu continuou: «Suponhamos ainda que alguém se tornou impuro, por ter tocado num cadáver. Se tocar em seguida nalguma dessas coisas, elas ficarão impuras?» A isto os sacerdotes responderam que sim. Então Ageu comentou: «Acontece o mesmo com esta gente e com este povo. Tudo o que fazem e tudo o que me oferecem é impuro. Daqui por diante, pensem bem nisto: antes de começarem a colocar pedra sobre pedra, para reconstruírem o templo do SENHOR, que é que sucedia? Quando alguém estava à espera de encontrar vinte medidas de trigo no celeiro, não achava senão dez; quando alguém esperava tirar cinquenta medidas de vinho de uma cuba, só encontrava vinte. Eu destruí com pragas, com míldio e granizo todo o trabalho das vossas mãos e vocês não se voltaram para mim. Palavra do SENHOR! Daqui por diante, vejam o que irá suceder. Hoje mesmo, dia vinte e quatro do nono mês, foram lançados os alicerces do meu templo. Pois bem, não há ainda grão nas searas de trigo, nem a vinha, a figueira, a romãzeira e a oliveira produzem os seus frutos, mas a partir de hoje eu vos abençoarei.»
 Estavam decorridos apenas 3 meses depois dos trabalhos de reconstrução do Templo e o Senhor Deus traz uma nova mensagem ao povo através de Ageu.
Apesar do povo estar a trabalhar na reconstrução do tempo, a santidade das suas vidas não reflectiam a Santidade do próprio templo, isto é, da pessoa de Deus.
Por outro lado, pelo facto de o povo viver em pecado, o próprio templo estava a ser profanado.
A grande questão do Templo, não era apenas a parte física, mas a Glória de Deus que estava associada ao Templo. Percebemos isso depois com a pessoa de Jesus Cristo.
Podiam fazer até tudo muito luxuoso mas as suas vidas não reflectiam o verdadeiro carácter de Deus.
O que Deus faz? Lembrou-os do que antes lhes acontecera e que se eles não se arrependessem, o mesmo iria voltar a suceder.
O ponto da mensagem é este: Podem fazer as coisas bem-feitas mas se as vossas vidas não reflectirem o carácter de Deus, para nada serve.
No entanto, Deus termina esta exortação dizendo ao povo que irá abençoá-los caso eles se arrependam porque Deus não é contra os Seus. Deus é a favor dos Seus.
Cap. 2: 20-23 Nesse mesmo dia, vinte e quatro do mês, o SENHOR dirigiu-se uma segunda vez a Ageu para ir falar a Zorobabel, governador de Judá, filho de Salatiel. Assim disse o SENHOR: «Eu farei tremer o céu e a terra; deitarei por terra os tronos dos reis do mundo e desfarei a sua força; destruirei os carros e os que neles se sentam; morrerão os cavalos e os cavaleiros hão-de matar-se uns aos outros à espada. Naquele dia, tu Zorobabel meu servo, filho de Salatiel, serás para mim como um anel de selar, porque eu mesmo te escolhi! Palavra do SENHOR, todo-poderoso!»
Vemos aqui a estrada completamente aberta para a pessoa de Jesus.
Zorobabel era da linhagem de Davi e por isso herdeiro do trono. Então a sua vida apontava também a Cristo.
Deus diz, nestas palavras e buscando as palavras anteriores, que a Sua Glória irá ser maior do que o primeiro Templo.
Sendo assim, este texto já apontava à pessoa de Cristo porque Ele, sim, é o novo templo. Cristo é a presença corpórea de Deus entre nós.
Apesar de tudo isto, Deus preservou o templo físico apenas como sinal daquilo que ia acontecer em Cristo.
Jesus Cristo é o nosso Emanuel… Deus connosco.

Em Habacuque aprendemos 4 lições:
1º Há investimentos que são feitos mas a única coisa que colhemos é o dinheiro.
O povo investia para o seu prazer pessoal. As suas casas eram reforçadas de uma madeira especial e bastante cara. No entanto, nada dessas coisas os satisfazia.
Além disso, o dinheiro deles desaparecia rapidamente e trabalhavam muito mas pouco colhiam.
Então, percebemos que se não vivermos a nossa vida para o propósito pelo qual fomos conquistados por Cristo, seremos as pessoas mais insatisfeitas/frustradas à face da terra.
Podemos ter tudo e mesmo assim não vivermos satisfeitos.
Podemos ter algumas coisas e mesmo assim acharmos que precisamos sempre de mais.
Este é o tipo de pessoa que está insatisfeita com tudo reflectindo isso no seu carácter diário. E o prazer que sente na sua vida é sempre momentâneo e depende quase sempre das circunstâncias ou das mudanças que faz para buscar essa satisfação.
Se repararmos bem, quem vive a sua vida única e exclusivamente para conquistar é porque, em certo sentido, não deseja depender de Deus no seu dia-a-dia com medo que lhe possa faltar alguma coisa.
Por outro lado, ter fé é perceber que em Jesus Cristo temos tudo o que é suficiente e isso, por si só, dar-nos-á plena alegria e satisfação constante. Viver a nossa vida como ministério.
Há satisfação na nossa vida? Ou ainda achamos que é necessário conquistar para termos pleno gozo nesta terra?
Nós não investimos para conquistar. Nós investimos porque já fomos conquistados.
Todos os investimentos que fizermos em Deus, temos a certeza que em Cristo os iremos receber.
Deus fez o maior investimento que precisávamos nesta caminhada. Dar a vida do Seu filho Jesus para salvar-nos da Sua Ira para que, então, o nosso nome pudesse ser inscrito no livro da Vida.
Esta certeza chega-nos?
2ª Lição: Deus age para além do nosso olhar.
O povo construía o templo mas achava que a grandiosidade daquela construção em nada se comparava com o Templo de Salomão.
Deus responde dizendo que o Seu Templo teria maior Glória do que qualquer outro.
Com isto, Deus dizia… “Continuem a trabalhar porque o Templo mais importante ainda não foi construído. A Glória é minha e não é algo que vocês possam fazer. Simplesmente dêem o vosso melhor”.  
Há coisas que Deus permite que possamos semear apesar de nunca irmos ver o fruto dessa obra. Por quê? Para nos lembrarmos que toda a Glória pertence ao Senhor.
Então, se tivermos que trabalhar e servir a Deus sem perceber as razões ou percebermos que estamos a investir para daqui a muitos anos, não nos esqueçamos que todos os investimentos em Deus são poderosos mesmo que os nossos olhos não o vejam.
Exemplo pessoal… Avós…
3ª Lição: Servir a Deus é servir a Sua Igreja.
Deus mostra claramente que ao servirem o Templo estavam a servir ao próprio Deus.
Sabemos, que depois da vinda de Cristo, a Igreja somos nós. E por isso, devemos servir esta comunidade como se servíssemos ao próprio Cristo.
Desculpem a generalização… O que normalmente acontece é que as pessoas apenas servem a Igreja quando têm tempo disponível. Ou quando percebem que nada mais têm para fazer em termos pessoais e aí podem servir a Igreja. Percebemos este tipo de comportamento quando as pessoas faltam à Igreja por motivos que não sejam a causa de Cristo.
Precisamos de ensinar aos nossos filhos, que apenas devemos faltar à Igreja por motivos inadiáveis e de força maior e que estejam relacionados com a causa de Deus. O Domingo foi feito para o Senhor e não para os nossos deleites pessoais.
Daí, podemos ver em Hebreus, a advertência a todos nós, que não devemos abandonar as nossas congregações como é costume de alguns.
Então irmãos da Igreja da Graça, reconheço como vosso pastor, que muitos irmãos tiveram um desgaste enorme quando não tiveram pastor. No entanto, precisamos cada vez mais servir a Deus servindo a Sua comunidade.
Precisamos de estar disponíveis para fazer a Sua obra e colocarmos os nossos dons à disposição. Até porque, os dons que nos foram dados pelo Espírito Santo, foram dados para a edificação do Corpo.
Que cada um de nós possa estar disponível para dar do seu tempo servindo esta comunidade. Que cada um de nós possa amar cada pessoa como ama a pessoa de Jesus Cristo.
Este é o tempo ideal de investir com Deus, em Deus e no Seu povo.
4ª Lição: Podemos servir ao Senhor mas se as nossas vidas não reflectirem a Sua Santidade, tudo será em vão.
O povo servia ao Senhor com as Suas mãos mas as suas vidas não O serviam.
Podemos até estar muito atarefados com as coisas do Senhor, mas se não houver santidade apenas seremos profissionais da fé.
Deus deixa-nos o alerta em I Pedro 1:16 “Sede santos como eu sou Santo”.
Podemos fazer coisas muito interessantes e aparentemente válidas, mas se nós enquanto maridos, esposas, pais, filhos, empregados, patrões, etc, não reflectirmos o carácter de Deus, tudo isso será em vão. Aliás, Deus nem deseja isso.
Lembremo-nos… Não é a nossa vida que está em causa, é o Evangelho que está em causa na forma como vivemos as nossas vidas.
Que possamos investir em Deus nas nossas vidas pessoais, familiares, congregacionais e em tudo o resto, certamente, a Seu tempo, iremos colher. E tudo isto para a Glória de Deus.
Deus nos ajude…


Jesus Cristo no Antigo Testamento... Habacuque

Hoje estudamos a pessoa de Jesus Cristo no livro de Habacuque.
Poucas informações temos sobre este profeta. No entanto, sabemos que foi contemporâneo de Ezequiel, Daniel e Sofonias.
Lutero disse o seguinte: “Habacuque significa abraçador, aquele que abraça o outro, que o toma em seus braços. Isto é, conforta-o e o levanta, como quem abraça uma criança que chora, para acalmá-la com a segurança de que, se Deus quiser, em breve ela estará melhor”.
Tudo leva a crer que o ministério de Habacuque realizou-se durante o reinado do Rei Jeoaquim (filho do Rei Josias).
O império do reino Assírio estava a terminar e o reino babilónico estava a crescer grandemente e a ser uma nação muito importante.
Este livro é muito curioso face aos restantes livros, pois Habacuque fala do seu próprio sentimento e daquilo que vai na sua alma. Normalmente os profetas levavam as palavras de Deus aos homens, e Habacuque leva o seu descontentamento a Deus por causa da forma como Deus age com os homens.
Sendo assim, este livro tem 2 grandes lamentos de Habacuque para com a acção de Deus e as respostas de Deus a esses mesmos lamentos. Depois termina com a oração final do profeta face à Graça de Deus.
Habacuque 1: 1-4 – 1º Lamento
“Mensagem revelada por Deus ao profeta Habacuc: Quanto tempo mais SENHOR, tenho de clamar por ti sem que me escutes, até quando denunciarei diante de ti a violência, sem me vires libertar? Por que me fazes ver tanta maldade e encontrar tanta injustiça? De facto só vejo diante de mim opressão e violência, lutas e desordens. Não se cumpre a lei, nem se respeita o direito. O mau persegue o bom e a justiça é falsificada”.
Podemos tentar perceber nestas palavras como é que se devia sentir o profeta Habacuque. O tormento em que ele vivia era grande.
Ele clamava ao Senhor porque não via a Sua acção e nada fazia prever que essa amargura fosse terminar rapidamente.
Os ímpios em Judá estavam a praticar injustiças contra os filhos de Deus que habitavam também em Judá e, ainda por cima, estavam a prosperar.
No fundo, Habacuque esperava um mundo melhor e muito diferente daquele que na realidade estava a acontecer.
Ele esperava que a justiça de Deus aniquilasse os seus inimigos quando para Habacuque parecia que os seus inimigos o estavam aniquilar.
Para Habacuque, Deus estava em silêncio e por isso clamou em voz alta para com o Senhor.
Muito provavelmente também já sentimos isto. O silêncio de Deus quando na verdade queremos ouvir respostas às nossas dúvidas. Queremos que Ele justifique certas acções que nos estão a acontecer.  
Desejamos ardentemente a acção de Deus quando parece que Ele está passivo.
Desejamos obter respostas mas encontramos apenas dúvidas.
Queremos perceber qual o caminho quando na verdade encontramos uma enorme barreira.
Como lidar com o aparente silêncio de Deus?
Como podemos ser felizes quando Deus parece ausente?
Notemos também o seguinte na oração do profeta…
Ele abriu o Seu coração, em reverência para com Deus, dizendo tudo aquilo que o preocupava.
Se analisarmos bem o texto, ele confiava totalmente na Soberania de Deus. Por quê? Porque sabia que Deus tinha todo o poder sobre as injustiças que estavam a acontecer em Judá, mas, ao mesmo tempo, afirmava que se as mesmas ocorriam, ocorriam porque Deus permitia.
Vejamos a resposta de Deus a esta primeira oração…
V5-11 “Olhem para as nações vizinhas e ficarão espantados com o que vêem. Vou mostrar-vos coisas que nem acreditariam, se alguém vo-las contasse. Irei pôr em pé de guerra os caldeus, que são um povo cruel e pronto para percorrer o vasto mundo, conquistando terras que lhes não pertencem. Eles espalham o medo e o terror. Eles mesmos é que decidem o que é a justiça e a honra. Os seus cavalos são mais ligeiros que os leopardos, são mais esfomeados que os lobos do deserto. Os seus cavaleiros vêm de longe como águias que se lançam, de asas abertas, sobre a vítima. Todos se entregam à rapina cobiçando tudo o que aparece à sua frente. Os prisioneiros que apanham são tantos como a areia. Desprezam os reis, fazem troça dos governadores e riem-se das fortalezas, pois levantam rampas de acesso e conquistam-nas. Como o vento, eles mudam de rumo, cometem o erro de apenas reconhecer como deus a sua própria força”.
Deus responde então dizendo que não tolera qualquer tipo de iniquidade e por isso irá julgar a nação de Judá.
Ele irá castigar o povo de Judá através do povo adversário (os caldeus ou babilónios).
Deus sabe que isto será algo poderoso mas que ao mesmo tempo podia gerar confusão, porque eles vendo, não iriam crer, tanto é que o próprio Habacuque havia dito que os babilónios eram um povo que tinham valores morais e de justiça que desonravam o próprio Deus.
Com isto Deus estava a dizer: “Eu irei usar um povo espiritualmente corrupto para manifestar a minha justiça para com o meu povo”. E facto foi isto que aconteceu… Passado 10 anos, a Babilónia conquistou Judá e levou o povo para o exílio.
 Deus é Santo e justo, e por isso, irá julgar a todos e principalmente aqueles que fizeram mal contra os Seus filhos.
Deus não tolera a iniquidade.
Ao afirmar estas palavras a Habacuque, Deus mostra que Ele é digno de confiança e sabe perfeitamente aquilo que Ele faz. Os Seus planos são perfeitos. Então a Sua ira tinha que se manifestar perante a iniquidade.
Será que já temos essa noção?
Começamos a abrir a estrada para o Senhor Jesus.
Habacuque volta a falar com o Senhor face a esta resposta:
1:12-2:1: Porém tu existes desde sempre, ó SENHOR! És o meu Deus santo; não morreremos. Ó SENHOR, meu rochedo, que escolheste os caldeus para exercerem justiça e como aviso os estabeleceste. Os teus olhos são tão puros que não podem consentir o mal nem ter gosto em observar a iniquidade. Por que ficas então em silêncio ao veres os maus a destruírem aqueles que são inocentes? Por que tratas os homens como os peixes do mar ou como os bichos que não têm dono? Os caldeus apoderam-se das outras nações como o pescador se apodera do peixe que apanha com o anzol e com a rede. E sentem nisso enorme alegria. Por isso, adoram as suas próprias redes e queimam perfumes em sua honra, pois é com elas que recolhem comida saborosa e abundante. Continuarão eles a pescar com as suas redes e a massacrar sem compaixão as outras nações? Vou estar atento e vigilante como sentinela no seu posto, para ouvir o que o SENHOR irá dizer e que resposta irá dar às minhas queixas.
Será interessante pensarmos como Habacuque devia ter reagido às palavras de Deus. Ou seja, Deus disse que eliminaria a injustiça usando o povo inimigo para fazer a Sua obra.
No fundo, o profeta achava que simplesmente Deus, até por agir como estava a agir, não estava preocupado com eles!
Com estas palavras o profeta estava a dizer: “Deus Tu agirás é certo, mas não compreendo a forma pela qual Tu ages. Vais usar os caldeus ou babilónios para fazeres a Tua obra? Tu és Santo e vais usar um instrumento depravado?”.
Vemos a resposta de Deus no Capítulo 2, do versículo 2 ao 20.
Vamos apenas ver alguns versículos
V3-4 Ainda não chegou o tempo de se realizar esta visão, mas não deixará de se cumprir. Espera com confiança, mesmo que pareça demorar, pois chegará o seu momento próprio. Eis que o homem de más intenções não sobreviverá, e arrogante não tem a vida certa nele; mas o justo pela sua fé viverá.
13-14 Não é verdade que o SENHOR todo-poderoso faz com que o esforço dos povos acabe no fogo e que o cansaço das nações resulte em nada? De facto, toda a terra ficará a conhecer a glória do SENHOR, tão completamente como as águas enchem o mar.
20 O SENHOR, porém, está no seu santo templo. Que a terra inteira guarde silêncio diante dele.
Deus responde a Habacuque dizendo tão-somente que Ele sabe todas as coisas. Diz-lhe também que depois de usar o povo babilónio para julgar o Seu povo, certamente os iria julgar também.
Encontramos também algo importante aqui…
 Deus diz que agirá no Seu tempo e não no tempo que Habacuque achasse pertinente. Enquanto isso não acontecesse, o povo tinha que viver pela fé. Isto é, o Seu povo iria apenas conseguir viver com a fé depositada no Senhor dessa fé.
O próprio apóstolo Paulo usa este argumento nas cartas de Gálatas e Romanos. Ou seja, o povo não é salvo por causa da fé (a razão da salvação), mas é salvo por meio da fé em Cristo.
Deus termina esta diálogo dizendo a Habacuque para aguardar o tempo de Deus em plena reverência, isto é, saber aguardar com fé nas Suas promessas.
Lamentações 3:26 -> “Bom é ter esperança, e aguardar em silêncio a salvação do Senhor”.
Tremendo desafio para nós… Sabermos mostrar reverência na nossa dor!
Como mostrar essa reverência? Como ser feliz em qualquer circunstância? Habacuque dá-nos essa resposta na mudança da sua atitude perante as palavras de Deus…
Cap. 3:17-19: As figueiras não chegam a rebentar e as videiras não darão uvas, as oliveiras não produzirão os seus frutos, nem haverá nada para colher nos campos. Não haverá rebanhos de ovelhas, nem vacas, nos seus currais. Eu, porém, sinto alegria no SENHOR e sou feliz com Deus, meu salvador. O SENHOR meu Deus é a minha força. Torna os meus pés ligeiros como os do veado e guarda-me em segurança pelas alturas.
O profeta numa tremenda oração revela total reverência para com Deus, porque confiou nas Suas promessas e alegrou-se no Deus da sua Salvação. Não na salvação das circunstâncias difíceis, mas na Salvação da sua alma.
O ponto é este: Habacuque confiou em Deus mesmo nas circunstâncias difíceis porque percebeu que em Deus teria força e Esperança para viver em toda e qualquer situação. Isso alegrou o seu coração.

Em Habacuque aprendemos 4 lições:
1ª Lição: A boca de Deus pode estar fechada, mas a Obra das Suas mãos não pára.
Habacuque achava que Deus estava em silêncio porque não ouvia as Suas explicações para com o sofrimento do Seu povo. Para ele, Deus estava apático. Não achava resposta para as suas dúvidas.
Lembre-se… Ainda que possa não haver respostas às suas dúvidas, deve saber que Deus está a agir para a Sua Glória e por conseguinte para o seu bem.
Calvino:Onde Deus fechar Sua santa boca, eu desistirei do inquérito”.
Do que precisamos para dizermos que somos felizes?
Expressões como “Só precisava mesmo disto para ser feliz” revelam que ainda não temos plena satisfação em Cristo. E atenção… Estou a pregar também para mim. Porque Se eu só pregasse naquilo que eu sou perfeito, então eu não pregaria sobre nada. Se eu pregasse e não lutasse para ser perfeito, então aí eu seria um hipócrita.
Em Cristo encontramos a verdadeira Felicidade mesmo que as circunstâncias da nossa vida possam mostrar o contrário.
Lembre-se: O silêncio de Deus não é sinal da Sua ausência.
2ª Lição: É Deus quem manifesta a Sua justiça. Não somos nós.
Habacuque queria que Deus os dizimasse porque simplesmente queria ver o fogo dos céus sobre o povo que cometia enormes atrocidades.
Pelo facto de não vermos o fogo dos céus sobre os nossos inimigos, não significa que Deus não irá manifestar a Sua justiça.
Exemplo pessoal…
Romanos 12:19-20 “Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira, porque está escrito: Minha é a vingança; eu recompensarei, diz o Senhor. Portanto, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas de fogo sobre a sua cabeça”.
R. C. Sproul disse que “quando respondemos ao mal com o bem, expomos os nossos inimigos à ira de Deus e, se eles persistirem de maneira perversa enquanto lhe pagamos o bem com o mal que nos fizeram, aumentamos a culpa deles diante de Deus, isto é, então, amontoar brasas sobre suas cabeças”.
Então é Deus que manifesta a Sua justiça, não somos nós.
Em vez de pedirmos fogo dos céus para os nossos inimigos, devemos antes orar por eles.
Quem ama, ora. Quem ora, ama.
Habacuque percebeu que a Ira de Deus iria manifestar-se sobre os ímpios, porque Deus é Santo e Justo.
3ª Lição: Viver pela fé em Cristo é perceber que não devemos viver a nossa vida confiando no nosso desempenho pessoal mas no desempenho de Cristo.
Deus diz a Habacuque que o Seu povo viverá pela fé, isto é, o Seu povo viverá confiando naquilo que Deus faz e não naquilo que eles podem fazer.
Não há ninguém que mereça a Salvação de Deus e por isso todos aqueles que são chamados pelo Seu decreto (Rom. 8:38), são salvos por causa da Sua Graça.
Não há nenhuma condenação para aqueles que estão em Cristo Jesus conforme foi lido.
A nossa confiança está em Cristo e por isso não há nada, nem ninguém, que nos possa separar do amor do nosso Deus.
O tema deste livro é “O Justo viverá pela fé em Cristo Jesus”.
Noutra perspectiva, a fé não significa ver o roteiro, significa sim ver a eternidade que nos está proposta em Cristo, aguardando-a com reverência.
Devemos viver a vida em plena gratidão e não em murmuração, porque a murmuração não permite ouvir a voz de Deus e cega-nos face à Sua grande obra.
Esperar é confiar que Deus está a realizar a Sua obra.
Como temos gerido as nossas expectativas perante a acção de Deus na nossa vida?
Como temos gerido as nossas expectativas perante a acção de Deus para com as pessoas que estão à nossa volta?
Salmos 27:14 “Espera no Senhor, anima-te e Ele fortalecerá o teu coração”.
No entanto, não tenha problemas em expor com reverência a Deus a Sua dor. Não com exigência mas sabendo que Ele já está a agir para o seu bem.
4ª Lição: Este texto aponta-nos para Cristo porque Cristo viveu a Sua vida pela alegria que lhe estava proposta nos céus.
Habacuque termina a sua oração dizendo que podiam existir as maiores adversidades na sua vida mas que continuaria alegre no Deus da Sua Salvação.
Este é o exemplo de Cristo e como tal deve ser também vivido por nós.
Hebreus 12:1-2 “Estamos, pois, rodeados por esta enorme multidão de testemunhos de fé. Portanto, afastemos de nós o peso que nos impede de andar e o pecado que tão fortemente nos prende, e perseveremos na corrida que Deus nos propõe. Tenhamos os olhos postos em Jesus, de quem a nossa fé depende inteiramente. Ele suportou a morte na cruz, sem se importar com a vergonha que nisso havia, sabendo a alegria que o esperava. Agora está à direita do trono de Deus”.
Habacuque colocou os seus olhos em Deus.
Cristo colocou os seus olhos na eternidade. Ele passou por adversidades pelas quais ninguém atravessou e fez isso pela alegria que lhe estava proposta.
Cristo tinha Esperança.
Nós só conseguimos viver a vida se a nossa Esperança estiver nos céus.
Onde queremos colocar os nossos olhos?

Que Deus nos ajude

sábado, 28 de junho de 2014

Jesus Cristo no Antigo Testamento... Miqueias.

Miqueias significa “Quem é como o Senhor?”
Não temos informação da sua linhagem mas o significado do seu nome mostra que pertencia a uma família temente a Deus*.
Miqueias viveu na cidade de Moresete perto dos montes de Judá. Ou seja, era do interior. No entanto, Deus escolheu-o para uma tarefa importante. Este aspecto terá a sua relevância para a compreensão do texto.
A mensagem tem como destinatário os dois reinos, mas a ênfase está no Reino do Sul.
Conforme vimos a semana passada, não havia guerras embora a paz estivesse quase a acabar por causa do pecado do povo.
Quando derrotaram o reino do Norte, muitas pessoas fugiram para o Sul e isso fez com que o povo do Sul aprendesse com os costumes pagãos do Norte.
Percebemos também, a semana passada, que os líderes de Judá eram corruptos e cometiam crimes hediondos contra o povo.
O objectivo do livro passa por repreender as práticas pecaminosas e advertir contra a falta de valores pessoais e sociais.
Miqueias advertiu o povo, durante a primeira parte do livro, dizendo que o julgamento de Deus estava para vir, só que, para eles, nada fazia sentido porque viviam numa paz completa, embora fosse circunstancial.
Quando tudo está bem, muitas vezes não ouvimos as chamadas de atenção que nos são dadas. E o povo não ouvia Miqueias.
Percebemos, este tipo de coisas, constantemente, em todo o AT. A paz fazia com que as pessoas não ouvissem as advertências de Deus.
Muitas vezes houve sofrimento para que, então, ouvissem a voz de Deus.
O livro de Miqueias divide-se em 3 partes: Os pecados do povo; O anúncio do Juízo contra o povo; Promessa de bênção no Messias.
O tema do livro de Miqueias é “Em Deus há esperança”.
Miqueias 5:1 Quanto a ti, Belém, no clã de Efrata, embora sejas tão pequena entre as terras de Judá, de ti farei sair aquele que vai ser o guia de Israel; ele descende duma família, cuja origem vem dos tempos mais antigos.
Depois de Miqueias ter sido usado por Deus para expor os pecados e o consequente juízo de Deus sobre os pecadores, o profeta fala da esperança que há no próprio Deus.
Para o pecador arrependido existe sempre Esperança.
Esta Esperança vem de Belém que significa “Casa do Pão” e Efrata que significa “Fertilidade”.
Ou seja, vem de um sítio considerado frutífero.
Miqueias quis dar a ênfase à Esperança e mostrar que a mesma vem de um sítio insignificante de uma pequena aldeia ou vila.
Percebemos isso quando não encontramos este nome nas cidades importantes de Judá descritas em Josué 13 e Neemias 11.
Belém era a terra de David e também a terra de Noemi e por conseguinte a terra onde Rute foi viver (vimos isso há pouco tempo).
Deus faz a Sua obra através de coisas pequenas, sem muito valor e através dessa obra nasce alguém de imenso valor que muda a nossa história de uma tal maneira que mexe com toda a eternidade.
No original encontramos o pronome “me” que se revela importante e dá uma ênfase ainda maior à origem de tudo o que vai acontecer.
Diz o texto no original, “De ti me sairá”. Isto mostra que a vinda da Esperança tem como fim cumprir os propósitos de Deus e vem do próprio (pessoa) Deus.
Vem da vontade do Pai para realizar o plano do próprio Pai.
Esta Esperança é Jesus.
O interessante, é que esta profecia foi feita 700 anos antes da sua concretização e foi cumprida em todos os seus detalhes.
Se repararmos em Mateus 2:5-6, Maria não viveu em Belém.
No entanto, por decreto do imperador, José e Maria viajaram até a cidade de Belém, onde Jesus então nasceu.
Aparentemente havia várias dificuldades, mas no fim de tudo, percebeu-se que tudo o que aconteceu foi por decreto de Deus.
Não por causa da Sua presciência, mas porque Deus ordenou e controlou cada momento. Isto dá-nos confiança sobre a veracidade das Escrituras.
Vale a pena confiar a Deus os reveses da nossa vida.
Percebemos ainda no texto que esta Esperança vem desde os tempos antigos, ou seja, a Esperança não está circunscrita ao tempo.
A ideia, no original, passa por mostrar que Cristo, a nossa Esperança, existiu desde sempre e agiu e agirá em todos os momentos da nossa vida.
Alguém que existiu desde sempre e que vai nascer em Belém. O ponto aqui também é dar ênfase à divindade da pessoa de Jesus Cristo e à Sua humanidade aquando a Sua chegada até nós.
100% Humano e 100% divino. Chama-se a esta união, união hipostática.  
V2 Por isso, o SENHOR abandonará o seu povo, mas só até que dê à luz a mulher que espera um filho. Os que tiverem sobrevivido ao exílio hão-de juntar-se então aos outros israelitas.
Num momento catastrófico para o povo, Deus traz Esperança. Não um alento qualquer.
Esta Esperança não são frases de motivação ou de auto-ajuda. Esta Esperança é a vida do Seu próprio filho.
Jesus Cristo é o cumprimento de todas as promessas do Antigo Testamento.
Ao confiarmos em Cristo, estamos a confiar que n’Ele iremos herdar as promessas.
Romanos 15:8 – “Digo, pois, que Jesus Cristo foi ministro da circuncisão, por causa da verdade de Deus, para que confirmasse as promessas feitas aos pais”.
2 Coríntios 1:20 – “Porque todas quantas promessas há de Deus, são nele sim, e por ele o Amém, para glória de Deus por nós”.
Então, o que vemos aqui, é que num momento difícil o qual podia eliminar de vez o povo de Israel, Deus promete que a linhagem de Davi iria continuar.
O reino do Norte foi destruído e o Reino do Sul estava quase a receber o julgamento de Deus.
No meio do caos, por causa da desobediência a Deus, o próprio Deus traz uma mensagem de paz e de Esperança. Maravilhosa Graça.
No entanto, o povo ainda ia passar por um momento de sofrimento (700 anos), como se fossem as dores de parto* antes de dar à luz o Libertador.
Vale a pena confiar nas promessas de Deus.
Vale a pena termos Esperança no meio das adversidades.
Jeremias 29:11 “Pois eu sei os planos que tenho para vós. São planos de prosperidade e não de desgraça, planos que se concretizarão num futuro de esperança”.
Ainda confiamos nesta Esperança?
V3 Quando esse guia vier, conduzirá o seu povo com firmeza, graças ao seu poder e à presença gloriosa do SENHOR, seu Deus. O seu povo viverá em segurança, porque a grandeza do SENHOR será reconhecida até aos confins da terra;
O povo já estava perdido e sem rumo nesta fase. O livro de Miqueias contempla algumas fases.
No entanto, o profeta Miqueias disse que iria chegar aquele que iria guiar o povo a pastos verdejantes (Salmos 23).
Imaginemos o que é, estar no meio do caos e mesmo assim sentir a Esperança em alguém sabendo que essa pessoa está no controlo e, face a isso, guia-nos diariamente.
Como seria bom e confortante ouvir estas palavras?
Se confiamos em Cristo, esta promessa é para nós também.
Diz-nos o texto que não é de uma forma qualquer.
Essa Esperança estará connosco e irá apascentar-nos na força do próprio Deus. Saber disto faz-nos andar seguros porque a Sua grandeza não tem limites.
Tendo ainda a certeza e que o Seu nome será conhecido em todas as nações (Podemos ver aqui as referências a Filipenses).
Refere ainda o texto que Cristo irá apascentar-nos e dar-nos assim o que nós precisamos.
Significa isso, que não vai haver necessidade alguma que não esteja satisfeita em Cristo. Que gloriosa promessa.
Então, este texto remete-nos para a esperança que veio em Cristo, aquando a Sua primeira vinda pronunciando assim a Sua Segunda vinda.
V4 E assim vai reinar a paz.
Num contexto de guerra, perturbação e onde aparentemente não havia futuro, Miqueias diz que virá a paz sobre aqueles que confiam nessa Esperança.
Nos versículos a seguir, percebemos que para uns será sinal de julgamento eterno face aos desígnios de Deus.
Apenas uma nota, antes de haver esta paz plena na terra, podemos ter a paz com o nosso Deus no imediato.
Se nos arrependermos dos nossos pecados, a Sua irá será retirada de nós e ser-nos-á dada a Sua justiça. E isso traz-nos paz.
Romanos 5:1 “Portanto, uma vez que fomos justificados pela fé, estamos em paz com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo.”
Como é bom sabermos que no meio da tribulação na nossa vida haverá um dia em que viveremos numa plena paz com Deus e com o mundo (Shalom)?
Sentimos esta Esperança?
Em Deus há Esperança… É o tema de Miqueias.

Com Miqueias podemos aprender 4 lições:
Precisamos de ouvir a voz de Deus.
O povo estava a viver em paz e não percebia os avisos de Deus. Por isso, sofreu o cativeiro e por causa disso sofreu imenso.
Em certo sentido, quando as circunstâncias da nossa vida aparentemente estão bem, há alguns avisos da parte de Deus que não são atendidos.
Daí, e nem sempre essa é a causa, há situações que nos acontecem para que os nossos olhos possam ter o foco que precisamos para a nossa vida.
Precisamos escutar a Deus*. Necessitamos de sentir o poder da Cruz de Cristo*. Carecemos do discernimento do Espírito Santo*.
Nos bons e nos momentos mais difíceis da nossa vida tudo tem que apontar a Cristo.
Por isso, precisamos de ouvir o que Ele tem para nos dizer.
Ainda anseia pela voz de Deus? Ainda sente prazer nisso?
Deus usa coisas inesperadas e insignificantes para salientar que Ele é todo-poderoso. Também para percebermos que toda a Glória deve ser dada a Ele.
Da vila pequena de Belém nasceu o Redentor. Não da capital mas de um lugar que ninguém depositava confiança.
Ser vaso nas mãos de Deus é compreender que Ele faz de nós, não aquilo que desejamos, mas aquilo que Ele quer e da forma que pretender.
Não são as coisas grandiosas que chamam a atenção a Deus e muito menos a nossa pseudo majestade.
II Crónicas 16:9É que o SENHOR está atento ao que se passa na terra, para dar força aos que confiam nele com todo o coração.”
Salmos 34:18-19O SENHOR atende o clamor dos justos e livra-os de todas as suas angústias. O SENHOR está perto dos que têm um coração contrito; ele salva aqueles que já não têm esperança”.
Às vezes podemos desejar ser como os outros ou ter o que os outros têm, no entanto, temos que saber que pela Graça de Deus somos aquilo que somos (I Cor. 15:10) e a Sua Graça nos basta (II Cor. 12:9).
Deus usa as nossas vidas independentemente da nossa pequenez.
Podemos sentir paz mesmo no meio da adversidade olhando para Cristo.
Miqueias 7:7, 18-20 Eu, porém, tenho esperança no SENHOR, ponho a minha confiança em Deus*, que me salva*; e o meu Deus ouvirá o meu apelo*.
Ó Deus, não há outro deus como tu*, que esqueces e perdoas a rebeldia e os pecados do que ainda resta do teu povo! Tu não manténs a tua ira para sempre* e nos mostras com agrado o teu amor.
Mais uma vez, tem compaixão de nós; esquece os nossos crimes e lança os nossos pecados no fundo do mar!
Manifesta o teu amor e fidelidade para com os descendentes de Abraão e de Jacob, como prometeste aos nossos antepassados, desde os tempos mais antigos”.
Pecado confessado*, Deus o atira para o mais fundo do abismo.
Deus não nos julga segundo o nosso pecado mas segundo o que Cristo fez na Cruz.
Conforme diz Tim Keller no livro “A Cruz do Rei”: “Na cruz Jesus recebeu aquilo que nós merecíamos: O pecado, a culpa e a condição decaída do mundo recaíram sobre Ele. Ele amou-nos tanto, que tomou sobre Si a Justiça divina para que pudéssemos ter livre passagem, para sempre”.
Podemos sentir Esperança, mesmo nos momentos de desânimo, olhando para o Futuro que temos em Cristo.
O povo estava desalentado e Miqueias dá Esperança.
Não livrou o povo dos problemas mas mostrou-lhe que esses problemas dentro de pouco tempo deixariam de fazer sentido.
Esta é a promessa que temos em Cristo - II Cor. 4:17-18 As aflições do momento presente são leves, comparadas com a grande e eterna glória que elas nos preparam. Não fixamos a nossa atenção nas coisas que estão à vista, mas naquelas que ainda se não vêem. Pois o que se vê é passageiro, mas o que ainda se não vê é eterno”.
Temos Esperança na Eternidade mesmo não sabendo nada sobre o amanhã. E temos esperança porque essa esperança em parte já se revelou em Cristo e em breve irá revelar-se novamente.
Para onde olhamos nos momentos mais duros da nossa vida? Para onde nos viramos quando o desânimo nos bate à porta?
Descansemos porque Deus é Deus.
Descansemos porque Ele age na Sua graça e não pelos nossos merecimentos.
Vivamos pois as verdades do Evangelho. Conforme disse Moody, “Um dos grandes problemas que temos é o tráfico de verdades não vividas”.
Nos momentos difíceis, lembre-se de Apocalipse 21:4 E Deus limpará de seus olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas”.

Que Deus nos ajude.

terça-feira, 10 de junho de 2014

Jesus Cristo no Antigo Testamento... Amós

Amós…
Contexto Histórico
No ano 930AC tinha havido a divisão de Israel em 2 partes.
O Reino Norte, com o Nome de Israel (10 tribos). Rei Jeroboão.
No Reino Sul, com o Nome de Judá (2 tribos – Judá e Benjamim). Rei Roboão.
Havia bastante rivalidade e as pessoas não se comunicavam.
A história no livro de Amós acontece cerca de 175 anos após esta divisão.
Amós era um pastor de ovelhas e agricultor (colhedor de Sicómoros – Figos mais pequenos). Era de Tecoa, perto de Jerusalém, ou seja, do Reino do Sul.
É chamado por Deus para proclamar a Sua Palavra no Reino Norte. Os líderes da nação (juízes e conselheiros) vivam tempos de grande prosperidade em contraste com o povo que eles lideravam.
Esses líderes estavam jubilosos com o luxo e com a tranquilidade como consequência do reinado do Rei Jeroboão II.
Viviam também em tempos de paz porque a Assíria já não os ameaçava. Isto aconteceu, provavelmente, devido ao arrependimento do povo de Nínive, mediante a pregação de Jonas (Jonas 3:10).
Achavam-se por isso no auge do poder.
Por outro lado, viviam num tempo de corrupção espiritual, arrogância, opressão dos pobres e numa decadência moral.
Deus, na Sua Graça, já tinha enviado alguns profetas (Oseias, Jonas, Isaías, Miqueias e Amós) durante 40 anos para pregarem o arrependimento.
Tudo isto aconteceu antes da grande calamidade no Século VIII.
Este livro tem como grande tema “Deus é Senhor” e salienta assim dois aspectos importantes:
A Soberania de Deus sobre todas as coisas;
O povo de Deus deve deleitar-se somente em Deus;
Amós prega contra todo o tipo de corrupção existente em Israel e, principalmente, para aqueles que dirigiam o seu reino.
6:1-2 -> “Ai dos que vivem sossegados em Sião, e dos que vivem sem receio no monte de Samaria, homens notáveis da principal das nações, e aos quais vem a casa de Israel! Passai a Calne, e vede; e dali ide à grande Hamate; e depois descei a Gate dos filisteus; sois melhores que estes reinos? Ou será maior o seu território do que o vosso território?
O sentimento de estabilidade financeira e social fazia com o que os líderes do povo de Israel sentissem a sua vida por garantida.
Os sonhos concretizavam-se e as conquistas eram coisas frequentes.
O futuro, na óptica dos líderes de Israel, só podia ser sorridente.
A confiança no poder e nas riquezas, fazia com que não temessem o dia de amanhã. *
A corrupção dos líderes era uma constante.
Não conseguiam perceber, por isso viverem conforme queriam, que Deus é Senhor sobre tudo e todos.
Confundiram liberdade com libertinagem.
A conformidade com o mundo cegou-os para as coisas de Deus, assim como, de sentirem prazer de estar na Sua presença.
Deus, na Sua graça, queria alertá-los. A palavra no original é mesmo rugir - Amós 1:2 contra o orgulho deles.
Há então a necessidade de avisar o povo que nada, nem ninguém, é capaz de deter a ira de Deus.
Amós refere então a necessidade de olharem para os reinos vizinhos (Calne, Hamate e Gate).
Estes povos eram maiores do que o povo de Israel, faziam também o que queriam e, mesmo assim, receberam o castigo de Deus. Foram completamente dizimados.
A Soberania de Deus estende-se por todo o lado.
A preguiça para com as “coisas do alto” (Paulo a Filipenses) corrompeu-os… Ficando assim orgulhosos e confiantes no seu poder e, para além disso…
V3 -> “Vós que imaginais estar longe do dia mau e fazeis chegar o trono da violência”.
Viviam como se o Dia do Senhor (julgamento) estivesse distante. Por isso faziam o que queriam porque achavam que nada os detinha.
A violência para com os mais fracos, no reinado de Jeroboão II, era uma constante, porque achavam que as suas acções nunca iriam ser julgadas por um Deus Santo e Justo.
Os juízes eram corruptos porque roubavam o povo em julgamentos imparciais.
Os líderes eram tiranos para com o povo. Relembrar que foi por causa da tirania que o Reino se dividiu em dois (Norte e Sul).
A libertinagem surgiu porque achavam que não tinham que prestar contas perante o Criador de todas as coisas… Deus.
Com isto tudo, provocavam a ira de Deus porque governavam o Seu povo de modo corrupto.
A soberba era tanta que desprezavam todos os avisos de Deus. 40 Anos a serem constantemente alertados para o pecado.
Achavam, como diz o texto, que podiam afastar o dia do julgamento quando na verdade ainda o apressavam mais.
A apatia para com as “coisas do alto” levou-os a desprezar a voz de Deus.
V4-V6 -> “Que dormis em camas de marfim, e vos espreguiçais sobre o vosso leito, e comeis os cordeiros do rebanho e os bezerros do cevadouro; Que cantais à toa ao som da lira e inventais, como Davi, instrumentos músicos para vós mesmos; que bebeis vinho em taças e vos ungis com o mais excelente óleo”.
Os prazeres dos líderes de Israel mostravam a quem serviam logo a quem pertenciam.
As escolhas deles revelavam os seus ídolos.
A forma como se relacionavam com o povo, expunha a relação que tinham com Deus*.
A auto-satisfação era notória e isso era evidente na forma luxuosa com que viviam a vida e tratavam com arrogância o povo.
Usavam rituais e símbolos desprovidos da presença de Deus.
A apatia para com as “coisas do alto” levou-os a corromperem-se usando símbolos espirituais para satisfazerem-se a si próprios e não a Deus.
Vida extravagante e descuidada no meio da opressão que cometiam sobre o povo, povo esse que vivia em miséria.
Usavam a música e os instrumentos (associados sempre a Louvor a Deus) como forma de se alegrarem e fazerem letras à toa dizendo que estavam a ser como Davi.
A procura do Luxo e do prazer passou a ser uma prioridade e uma obsessão para aqueles líderes.
Como reagir às tentações que o mundo e o nosso “Eu” fomentam na nossa vida?
Começamos a abrir a estrada para Jesus.
Quando olhamos mais para o “eu” alguma coisa acontece na nossa relação com o próximo…
V6 -> “Mas não se afligem pela ruína de José;”
Quando a vida é feita pela procura incessante de luxo e do prazer pessoal, o coração fica endurecido para com os outros.
O foco dos líderes revelava um puro egoísmo a tal ponto que não se importavam como os seus liderados estavam e muito menos como se sentiam.
Amós repreende severamente os líderes de Israel por se entregarem aos deleites e prazeres pessoais enquanto existiam pessoas na pobreza.
A apatia apenas existia na acção para com os outros. Porque as forças para a busca do prazer pessoal, essas nunca acabavam.

Aplicando…
Aprendemos no livro de Amós, quatro lições:
1- A apatia que por vezes acontece na nossa vida, não é sinal que descansamos no Senhor mas de desleixo para com as coisas do Senhor.
Não temos apatia para com aquilo que nos satisfaz.
A apatia é sinal de corrupção porque nos satisfazemos onde não devemos.  
É preciso analisar a nossa vida para perceber se ansiamos as coisas que Deus criou para Si. Isto é, se procuramos buscar a nossa satisfação pessoal em vez de buscarmos a satisfação que há em Cristo Jesus e essa é eterna.
É o alerta de Romanos 1… Adorar a criatura em vez do Criador.
Quando a satisfação está em outro lado que não em Deus, simplesmente estamos a dizer a Deus que Ele não nos chega
Quando Deus não nos satisfaz, a corrupção com o mundo é garantida. A conformidade com o mundo (Rom. 12:2) existirá.
Às vezes poderemos achar que vale a pena colocar certos valores em causa à procura de “sucesso”. O problema, é que não são os nossos valores que estão em causa, é o próprio Evangelho que está em causa.
Tudo em nós deve apontar a Cristo.
Romanos 11:36: “Porque dele e por Ele, e para Ele, são todas as coisas; glória, pois, a Ele eternamente.”
2- Reparemos o que diz Amós 3:2 “De todas as famílias da terra, somente a vós outros vos escolhi”.
Esta é uma das grandes lições que eu, de forma intencional, desejei passar para a Igreja da Graça: Devemos viver a vida não pelo que conquistámos ou podemos conquistar mas porque já fomos conquistados por Cristo.
O mais importante para Deus, está relacionado com a transformação que está a acontecer na nossa vida (Santificação), em vez do que estamos a realizar ou a conquistar.
Muitas das vezes até, a transformação que existe pela acção de Deus na nossa vida, leva-nos a perder muitos dos nossos sonhos.
Nota: Perder sonhos não é sinal de punição. É sinal sim da Graça de Deus que define o nosso rumo para cumprirmos o propósito para o qual fomos criados. (salmos 37:5).
barreiras que aparecem na nossa vida que no final se percebe que são simples auto-estradas para Deus*.
3- Quando o nosso coração não tem como tesouro a Deus, é porque está fixado nos prazeres desta vida (Israel). E quando assim é, ficamos cegos, desonestos e de coração endurecido para com os mais necessitados.
Daí, talvez, ainda pouco fazemos por aqueles que nada têm.
Tal como vimos a semana passada, quando o nosso coração não está em Deus, chegamos ao ponto de usarmos actos exteriores de adoração que são apenas máscaras de um coração ligado ao mundo e ao nosso conforto.
Os líderes do povo de Israel manifestavam preguiça para com Cristo porque caíram na tentação do Luxo e das riquezas.
Devemos analisar a nossa vida e perceber se os nossos momentos de apatia espiritual não estão associados a corrupção espiritual, seja ela de que tipo for.
Os líderes corromperam-se
Este texto de Amós aponta-nos a Cristo e ao momento que ele viveu no deserto aquando a tentação.
Cristo deixou-nos a medida certa para não termos apatia espiritual.
Mateus 4:1-10
Saber que é o Senhor que providencia
Só em Deus nos devemos deleitar.
O nosso reino não é deste mundo. Vivamos como tal.
Notemos que o Senhor Jesus perante a tentação respondeu sempre com a Palavra.
É a Palavra que tem de dominar as nossas vidas. (Salmos 119:11).
Como temos reagido à tentação? Com apatia ou com a Palavra?
Com Amós o povo não respondeu à Graça de Deus com Arrependimento.
Qual vai ser a história da nossa vida?
A história de Paulo está resumida em II Timóteo 4:7 “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé.”
Actos 20:24 “Mas para mim a minha vida não tem valor. O que interessa é que eu chegue ao fim da carreira e cumpra o ministério que o Senhor Jesus me deu, de dar testemunho do evangelho da graça de Deus”.
Gálatas 2:20 “Por isso, já não sou eu que vivo; é Cristo que vive em mim. E a minha vida presente vivo-a por meio da fé no Filho de Deus que me amou e deu a sua vida por mim”.
Lemos em Amós 1:2 que o Senhor ruge
Por isso, deixemos a corrupção que é apenas um sinal de que não buscamos o Senhor Deus em primeirolugar.
O Senhor rugeQue o arrependimento possa surgir no nosso meio e tudo isto para a Glória de Deus.

Que Deus nos ajude. 

sexta-feira, 6 de junho de 2014

Jesus Cristo no Antigo Testamento... II Reis.

Hoje vamos encontrar a pessoa de Jesus Cristo no livro de II de Reis com a vida de Josias.
Contexto Social
Israel tinha sido dividido em dois. Reino do Norte (Israel) e o reino do Sul (Judá).
Israel já tinha sido levado em cativeiro pelos Assírios.
Josias foi Rei de Judá entre 629ac a 609ac e era bisneto de Ezequias e filho de Manassés, os quais foram também reis de Judá (13 e 14º).
O rei Ezequias, bisavô de Josias, procurou viver para Deus, destruindo todos os ídolos e procurou defender Judá da Assíria.
O seu problema foi que confiou no Egipto para assegurar a vitória dos ataques que estava a ter.
Ou seja, não confiou no Senhor e foi repreendido severamente pelo profeta Isaías.
O rei Manassés foi um dos piores reis de Judá. Reinou durante 55 anos. Foi o rei mais sangrento, chegando ao ponto de sacrificar o seu próprio filho ao deus Moloc.
Foi nesta altura que Judá ficou completamente idólatra e ligada ao ocultismo.
Por causa deste reinado, o Senhor Deus prometeu que Judá iria ser julgado levando assim com a Sua Ira (cativeiro).
No entanto, no fim da sua vida, Manassés arrependeu-se e reconheceu que apenas o Senhor é Deus.
Deus o perdoou na Sua maravilhosa Graça, mas, no entanto, o povo iria ter as suas consequências.
Depois de Manassés, chega Amon, o qual reinou dois anos e morreu logo. Imitou em tudo o seu pai.
O tema de Reis é: “A Graça gera o arrependimento e o pecado gera a ira”.
Hoje iremos perceber a “Estrada para Jesus” na vida do Rei Josias.
II Reis 22:1 “Josias tinha oito anos de idade quando subiu ao trono. Reinou durante trinta e um anos, em Jerusalém. A sua mãe chamava-se Jedida e era filha de Adaías e natural de Bocecat.”
Há uma diferença que analisando não é muita, mas em Crónicas refere que o Rei Josias procurou logo fazer reformas.* Tudo isto aconteceu quando Josias tinha 8 anos.
É neste ambiente que surge a preocupação de Josias com o Templo, pois este tinha sido desprezado durante muito tempo, desde 813ac.
Ou seja +- 200 anos sem fazerem qualquer obra.
O templo significava a presença de Deus em todo o seu esplendor. Ao não cuidarem do templo, revelavam o tipo de relação que tinham para com Deus.
Desprezar o templo, era desprezar a Deus.
Josias mandou então reconstruir o templo…
V8 a 10 Depois de ter recebido a mensagem, o sumo sacerdote informou Chafan de que tinha encontrado no templo o livro da lei e entregou-lho. Chafan leu-o, depois foi prestar contas ao rei da missão que lhe tinha confiado e disse-lhe: «Os sacerdotes esvaziaram o cofre do templo e entregaram o dinheiro aos encarregados das obras de reparação no templo do SENHOR.» Depois acrescentou: «O sumo sacerdote Hilquias entregou-me este livro.» E leu-o em voz alta para o rei.
O sumo-sacerdote achou o Livro da Lei e fez com que chegasse até Josias.
Durante 200 Anos, sensivelmente, os sacerdotes andavam a fazer o seu trabalho sem a Palavra de Deus.
Mantinham as actividades religiosas sem lerem as Escrituras.
Como é que é possível…? Alguns comentaristas sugerem que fora deixada de lado pois sabiam que a Lei obrigava-os a mudarem de estilo de vida. Outra possibilidade que podia ter acontecido, pensa-se que pelo facto de não a usarem, a Lei tinha-se perdido em algum lado.
Os líderes e por conseguinte o povo de Judá, só queriam as bênçãos e a protecção de Deus.
Não estavam dispostos a mudarem as suas vidas conforme a aliança feita com Abraão.
Por isso, Deus houvera dito que a Sua Ira iria recair sobre eles caso não se arrependessem.
V11-13 Sucedeu, pois, que, ouvindo o rei as palavras do livro da lei, rasgou as suas vestes. E o rei mandou a Hilquias, o sacerdote, a Aicão, filho de Safã, a Acbor, filho de Micaías, a Safã o escrivão e a Asaías, o servo do rei, dizendo: Ide, e consultai o Senhor por mim, pelo povo e por todo o Judá, acerca das palavras deste livro que se achou; porque grande é o furor do Senhor, que se acendeu contra nós; porquanto nossos pais não deram ouvidos às palavras deste livro, para fazerem conforme tudo quanto acerca de nós está escrito.
Ao ouvir as Escrituras o Rei Josias rasgou as suas vestes. Sinal de profunda tristeza e pesar, mas também de humilhação pública.
Ele reconhece assim, que a sua posição (a mais alta do Reino) de nada vale. Quando se rasgavam as vestes era sinal também de arrependimento face ao que estavam a ouvir.
Josias compreendeu assim a razão pela qual o povo estava a sofrer com as derrotas constantes… Simplesmente porque estavam desligados de Deus e da Sua Palavra.
Relembremos que Deus já tinha dito que Judá ia ser aniquilado (cativeiro) e mesmo assim eles continuaram com o estilo de vida que até então tinham.
Josias mandou alguém falar com a profetisa Hulda, para perceber melhor o que tinha a fazer, para alterar o rumo da situação. Percebeu claramente que não estava a glorificar a Deus.
Por causa desta atitude de arrependimento, vejamos o que aconteceu.
V19 E arrependeste-te e humilhaste-te diante de mim, quando ouviste o que eu disse a respeito de Jerusalém e dos seus habitantes. Tu arrependeste-te, rasgaste as tuas roupas em sinal de tristeza e choraste. Por isso, eu escutei a tua oração.
O Senhor ouve as orações daqueles que se humilham perante Ele. E mais, Deus transmite paz a esses corações.
Deus prometeu também a Josias, que enquanto ele fosse vivo, o povo de Judá seria protegido da Sua ira.
Josias apazigou assim a Ira de Deus sobre o povo.
Começamos a perceber a estrada para Jesus.
23:3 De pé, junto da coluna real, o rei renovou a aliança com o SENHOR, devendo cada um comprometer-se a ser fiel ao SENHOR, a obedecer de todo o seu coração e de toda a sua alma aos seus mandamentos, às suas instruções e preceitos, e a pôr em prática tudo o que está escrito no livro da aliança. E todo o povo aceitou o compromisso.
Josias, depois do arrependimento, agiu.
O arrependimento não leva a vidas estagnadas mas sim a vidas dinâmicas, em busca de Deus e na procura incessante de santidade.
Interessante notar que Josias não mudou a Palavra de Deus e nem tentou encontrar uma explicação para o erro do povo.
Em vez de justificar o pecado, Josias arrependeu-se.
Do Versículo 4 ao 23 vemos todas as reformas que ele fez e podemos ver um resumo das mesmas no V24.
V24 “Para obedecer às ordens do livro da lei, encontrado pelo sumo-sacerdote Hilquias no templo, Josias eliminou de Jerusalém e do resto de Judá todos os que praticavam espiritismo e bruxaria, os ídolos familiares e outros ídolos e outras coisas igualmente detestáveis que por ali se viam.”
Josias destruiu e mandou queimar (vestígios) todos os ídolos.
Acabou com o crematório para que ninguém mais queimasse os seus filhos.
Demoliu altares, santuários, todo o tipo de espiritismo e tudo o resto que fosse dedicados a deuses, quer em Judá como ainda o fez em Israel (Depois da morte do Rei da Assíria, Israel ficou ao abandono e daí ele ter podido ir mais longe). Ninguém o parava.
Josias eliminou tudo o que desagrava a Deus e que, por sua vez, tinha sido construído pelo seu pai Manassés.
Por causa da Graça de Deus, não houve ciclos familiares de pecado, porque a Graça (tema do livro) gera arrependimento.
Vemos também que Josias renovou a aliança com o Senhor e por conseguinte, leu as Escrituras em voz alta.
Temos de dar graças a Deus pela Igreja Baptista da Graça, porque temos prazer em ler as sagradas escrituras em voz alta. Esperemos que seja assim também com a Oração.
Em certo sentido, o prazer que acontece na nossa vida espiritual em privado (oração e leitura da Palavra) nota-se e reflecte-se na nossa adoração pública.
O Rei Josias ordenou que o povo o tinha que seguir e viver as reformas que por ele tinham sido ditas. Iremos depois perceber se o povo o seguiu de coração ou foi apenas um mero cumprimento.
O povo voltou a celebrar a Páscoa a qual tinha sido abandonada desde os tempos dos juízes. Ou seja, 400 Anos sem celebrarem a Deus pela libertação que tiveram os seus antecessores.
Como temos percebido, temos mente curta na celebração (lembramo-nos muito pouco daquilo que Deus fez) e uma mente grande na petição (na concretização da nossa vontade).
Deus houvera prometido e cumpriu.
Josias apazigou a Ira de Deus por causa daquilo que fez, melhor dizendo, por causa daquilo que Deus fez na Sua vida através da Sua Palavra.
O que será que aconteceu depois?
A seguir veio um rei quase tão mau como Manassés, Rei Jeoquim. Ele leu a Lei e a rasgou (contraste com Josias).
O povo também, a seguir à morte de Josias, voltou às práticas de idolatria, pois as suas mudanças verificaram-se no exterior e não no interior.
Por mais mudanças que possam existir, mesmo após sendo clamadas pelo pastor ou por alguém, se não formos transformados pela Palavra, tudo se torna em vão.
Todas as mudanças têm que estar baseadas em quem Deus é e não no “vou fazer porque acho que é bom”.
Depois de Josias morrer, a ira de Deus manifestou-se contra o povo de Judá.
Com Josias aprendemos 3 lições:
1ª Lição: As nossas vidas têm de apontar a Cristo
Na vida de Josias percebemos então o caminho para o Senhor Jesus. Toda a Bíblia aponta para Cristo conforme temos visto.
Uma leitura ou interpretação errada deste texto podia dizer que se fizermos todas as reformas necessárias na nossa vida vamos ser vitoriosos em tudo. Ou seja, basta sermos como Josias...
Josias não é o significado daquilo que pode obter de Deus mas sim de como tem que viver para Ele.
A verdade é que este texto mostra que Josias acalmou a Ira de Deus mostrando assim o que iria acontecer mais tarde.
Isto é, Josias apazigou a Ira de Deus, no entanto, Cristo levou sobre si essa ira.
Josias abençoou com a sua vida ao fazer as reformas que percebeu que tinham de ser feitas. A sua vida foi importante apenas enquanto esteve vivo.
Por outro lado, Jesus não só abençoou com a Sua vida mas também deu a Sua vida para nós termos Vida. A vida de Jesus teve impacto tanto naquele momento como para todo o sempre. Teremos uma eternidade para o comprovar.
Conforme vimos em Filipenses, na vida e na morte é Cristo quem dá significado. É Cristo que dá Vida na vida e dá Vida na Morte.
O nosso foco só pode ser Jesus. A nossa vida tem de ser sobre Jesus.
Toda a nossa vida tem de ser sobre Jesus. Mais uma vez, não podemos compartimentar as áreas da nossa vida.
Onde estiver o nosso prazer, aí estará o nosso foco.
2ª Lição: A nossa maior necessidade é do Evangelho.
O povo de Judá esteve 200 anos sem escutar a Palavra.
Como é que uma congregação se mantém fiel ao Senhor ao longo dos anos? Alimentando-se da Palavra. Da pregação do Verdadeiro Evangelho.
O Evangelho é a nossa maior necessidade e é dele que nos temos de alimentar (nutrir*) e partilhar.
Não há como estar cheio e deixar de partilhar.
Muitas vezes não somos intencionais nos nossos relacionamentos e na forma como vivemos a vida.
A Palavra de Deus tem de estar no centro das nossas vidas porque são as Escrituras que apontam o caminho.
Em certo sentido, quem quer apenas Deus e rejeita a Sua Palavra, no sentido que não a lê e nem a estuda, deseja apenas ser abençoado, talvez achando que merece as bênçãos de Deus, e não deseja ver a sua vida modificada.
Precisamos de ler a Palavra e a estudar em família*.
Precisamos de ensinar aos nossos filhos que a Palavra é muito importante e por isso tem de ser lida*.
Voltemos à boa prática do culto doméstico.
Como foi bom, há 15 dias atrás, vermos o Miguel a ter o desejo de orar publicamente.
Se a Palavra não está no centro do nosso lar, é porque Deus ainda não é o Senhor.
Tal como vimos, o prazer que acontece na nossa vida espiritual em privado, nota-se e reflecte-se na nossa adoração pública.
No entanto, quando o nosso coração não está em Deus, chegamos ao ponto de usarmos actos exteriores de adoração que são apenas máscaras de um coração ligado ao mundo e ao nosso conforto.
3ª Lição: O arrependimento envolve acção.
As reformas de Josias são o sinal da santificação que um “Nascido de Deus” tem que realizar na sua vida através da força e da vontade concedidas pelo Espírito Santo.
Percebemos que o arrependimento não gera vidas estagnadas, gera sim vidas dinâmicas em busca de Deus e na procura incessante de santidade.
Em certo sentido, o pecado é igual a um tipo de político em altura de eleições, promete mundos e fundos, e no entanto nunca cumpre essas promessas.
Então, o pecado promete apenas aquilo que Cristo tem poder para fazer na nossa vida. Dar o verdadeiro prazer e a real liberdade.
Conforme vimos em Josias, não há elos pecaminosos que não possam ser quebrados em Cristo.
Ser como Cristo deve ser o nosso desejo e tudo começa no arrependimento.
Ainda há arrependimento nas nossas vidas?
Quando o nosso pecado é confrontado, é natural que surja dor, no entanto, o perdão é suave.
Não tente explicar as suas falhas. Arrependa-se.
Enquanto acharmos que são os nossos egos que estão em causa, e não o Evangelho, o arrependimento nunca irá surgir.

Jesus veio dar àquele a quem o Pai lhe deu (João 10) a maior mudança que pode haver --> Dar vida àqueles que estavam mortos espiritualmente (Ef.2:1).