sexta-feira, 11 de julho de 2014

Série "Justificação pela Fé" e o relacionamento com o próximo.

Lucas 18:9-14
Parábola --> Histórica simbólica para transmitir uma lição de moral.
9 – “A uns que confiavam em si mesmos”
Deus mexe naqueles que confiam em si próprios.
Deus mexe para percebermos que é Ele quem tem de estar no centro da nossa vida.
Entramos aqui num ponto muito importante. Nós achamos que Deus criou-nos para a nossa realização pessoal e nunca vemos tal acontecimento escrito na Palavra de Deus. Deus criou-nos para a Sua glória para vivermos para Ele (I Cor. 10, Col. 1)
Deus nos chega? Será que Deus é suficiente para nós?
É para estas pessoas que o texto fala.
Obviamente que todos nós achamos que Deus nos chega. No entanto, como vimos a semana passada, muitas das nossas atitudes e comportamentos não revelam isso.
“Crendo que eram justos”
Rectos; Adequados; Gentis; tudo do melhor.
Isto é, para aqueles que se achavam bons.
Quantas das vezes não nos achamos bons? Quantas das vezes não nos achamos auto-suficientes?
Eu sou o que quero ser ou sou aquilo que Deus quer que eu seja?
“Desprezavam outros”
Interessante a ideia que o texto transmite. Achavam-se bons mas desprezavam outras pessoas. Contra-senso.
Lembre-se que a confiança em si próprio não o leva a lado nenhum. Destrói relações, traz-lhe angústias e depressões.
A sobranceira cega-nos.
O nosso Ego não permite perceber o que se passa à nossa volta.
V10 “Dois homens foram ao templo para orar. Um deles era fariseu e o outro era publicano”.
Fariseu--> Membro de um grupo religioso judeu. Seguidores rigorosos do Rei. Não acreditavam que Cristo era o Messias.
Publicano--> Judeu que cobrava impostos para o governo romano. Eram desprezados por serem desonestos.
11- “Estando em pé orava consigo desta maneira”
Algo para si próprio. Era uma oração que falava mais de si do que de Deus. Falava mais das suas capacidades do que de quem Deus era. Vejamos:
“Óh Deus graças te dou”
Muitas orações até têm as palavras correctas. E toda a oração deve começar com gratidão.
“Porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos, e adúlteros”.
Era uma oração pela sua exaltação pessoal.
As orações não são para a nossa exaltação pessoal mas para a exaltação de Deus. Temos exaltado a Deus nas nossas orações*?
Ou agradecemos apenas quando achamos que somos dignos de receber algo?
A verdadeira gratidão acontece quando estamos encantados com Deus pela sua pessoa e nos sentimos atraídos a Ele. Agradecemos tudo o que nos acontece, porque sabemos que Ele é Soberano.
John Piper “Se não somos cativados pela personalidade de Deus e pelo Seu carácter, todas as nossas declarações assemelham-se à gratidão que uma esposa expressa ao seu marido pelo dinheiro que recebe dele, para usar no seu relacionamento com outro homem”. O ponto aqui é agradecer as bênçãos e as usamos para os nossos deleites (Tiago).
Por outro lado, as orações também não servem para rebaixar as outras pessoas mas para rebaixarmo-nos a nós próprios, como iremos ver, combatendo assim o nosso orgulho.
A nossa capacidade para elevarmos a nossa pessoa é por demais evidente.
Ao dizermos “Não sou como” simplesmente estamos a dizer: Logo eu sou bom, logo em mim há capacidade, logo eu sou auto-suficiente.
Numa certa discussão com uma pessoa cristã com vários anos de Igreja, ela dizia que Cristo tinha ido à Cruz porque nós éramos bons.
Se assim fosse, a seguinte pergunta coloca-se:
Então precisamos de Deus para quê?
“Nem sou como este publicano”
Agradecer a Deus porque não somos como aquela pessoa... Quão horrível isto soa, quão horrível pode significar esta frase, quão horrível saber que este tipo de orações existe...
Se pensarmos bem, de forma inconsciente, a fazemos muitas vezes.
Nós não somos melhores do que ninguém.
A justificação pela fé é a prova evidente que não somos melhores do que ninguém, porque tivemos que ser inocentados pelos méritos de Cristo e não pelos nossos méritos.
Nós não podemos valorizar a nossa pessoa em detrimento de alguém.
Logo eu não tenho que pensar que sou bom. Nem o chegarmos a Deus é obra nossa. É tudo da Sua iniciativa para que ninguém se possa gloriar.
Pensamos que é pelo cumprimento dos mandamentos que somos salvos ou que Deus se agrada de nós. Se assim fosse, seríamos bons e aí Deus agradava-se nas nossas vidas.
Noutra perspectiva, Tim Keller diz “Se fizermos coisas erradas chama-se pecado. Mas se fizermos tudo certo e não for para a Glória de Deus também é pecado”.
Rom. 14:23 “Tudo o que não provém da fé é pecado”.
Mostramos essa fé através da obediência à Sua vontade.
“Sereis meus amigos se fizerdes a vontade do meu Pai”.
Há pessoas que pensam que estando a trabalhar para Deus são automaticamente salvas. “Em teu nome... afastem-se, não vos conheço”.
A nossa obediência é um mero cumprimento ou é algo que brota da nossa intimidade com Deus?
Precisamos da graça de Deus. Precisamos de ter intimidade com Ele, mostrando assim quem está no centro da nossa vida, das nossas acções. Por vezes procuramos fazer as coisas para agradar alguém e não para agradar a Deus, isso é errado.
Pensamos que Deus enviou o Seu filho para dar-nos uma boa vida, mas não, Deus enviou o Seu filho para dar-nos Vida e Vida em abundância.
Cristo não foi à cruz com o objectivo de não termos sofrimento na vida eterna (o que é verdade) mas para termos adoração em intimidade com o Pai.
Conforme temos visto, ao falarmos com muitos cristãos, eles apenas desejam o céu porque temem o inferno. Querem ir para o céu, porque lá não há sofrimento.
Quando assim é, estamos preocupados centrados em quem? Estamos a valorizar o Eu, em vez de colocar a ênfase do criador e sustentador de todas as coisas.
Sintomas da valorização do Eu?
(Imagem: Pequeno-almoço início de casado)
Trave e o Cisco.
Sendo assim a maledicência/crítica é um sintoma e é algo que não é visível porque também, erradamente, não é assumido como pecado, o qual tem efeitos nefastos.
Normalmente os maledicentes são orgulhosos e batem no peito e dizem “obrigado Deus porque não sou como os demais”.
É difícil lidar com pessoas que batem com a mão no peito e dizem que são bons. Prefiro lidar por vezes com um ímpio do que um falso cristão.
Jesus veio para os doentes e não para aqueles se se acham sãos.
V.12 “Jejuo duas vezes por semana”
A lei de Moisés apenas obrigava uma vez por ano a jejuarem, no dia da Expiação.
O que quis dizer este homem?
Eu sou cumpridor, logo em mim há capacidade.
Deus eu faço mais do que aquilo que tu me pedes, logo tu deves-me algo. Tu precisas de mim.
Sabem que tipo de pessoa é esta? Aquela pessoa que acha que Deus tem que fazer tudo à maneira dela, porque é Filho de Deus.
Não somos assim? Porque é que isto está a acontecer a mim? Eu não sou teu filho?
Expressões como “Isto só me acontece a mim; Parece que o mundo inteiro se uniu para me tramar” são sintomas disso.
“Dou o dízimo de tudo o que possuo”
Eu até dou o dízimo... Uma das coisas mais complicadas para os cristãos (*).
Nós pensamos que é pelo que fazemos que merecemos mais a graça de Deus (*).
Deus dá-nos quando Ele quer, no Seu tempo, da Sua forma.
Deus tem o melhor para a Sua vida. Nunca se esqueça. Deus é Bom.
Caímos tantas vezes no erro de dizer “Oh Deus mas eu...”.
Não coloque ênfase nas suas necessidades ou na sua pessoa mas em Deus.
Rom 1: “Adoração à criatura e não ao criador”.
Quando isso acontece?
Quando damos mais importância áquilo que nós queremos e não ao que Deus deseja.
V13 “Estando em pé, de longe, nem ainda queria levantar os olhos ao céu”.
O publicano, que era rejeitado, tem uma atitude muito interessante, atitude essa que não era pensada para agradar mas que brotava dento de si.
Ele reconhecia a santidade de Deus e a sua miserabilidade. Ele reconhecia que até mesmo falar com Deus não algo que fosse digno.
 Reconhecia que nada era, reconhecia que os seus feitos para nada prestavam, ainda que pudessem ser bem vistos aos olhos dos seus colegas ou responsáveis.
A ênfase não estava nele mas em Deus.
“Mas batia no peito dizendo: Óh Deus, tem misericórdia de mim que sou pecador”.
Deus eu nada mereço pois sou pecador. Tem misericórdia de mim (não me dês o que mereço).
O publicano reconhece assim a sua miserabilidade.
A Justificação pela fé, obriga-nos a este reconhecimento.
O ego era baixo. O eu não reinava na vida deste publicano.
Ele não falava de si (protagonismo) mas da sua necessidade de Deus.
Interessante que muitas das vezes ao ouvirmos falar um cristão, percebemos mais os seus feitos (vanglória) do que a exaltação daquele que lhe deu força para tais coisas.

John Stott “O testemunho não é um sinónimo de autobiografia. Quando estamos realmente a testemunhar, não falamos de nós mesmos, mas de Cristo”.
Não fale dos seus feitos mas dos feitos de Deus.
Não fale dos aspectos positivos de si mas o que Deus fez em si e através de si.
O Evangelho é Deus e não nós. O centro do Evangelho é Cristo e não nós.
V14 “E Jesus concluiu: «Afirmo-vos que o cobrador de impostos foi para sua casa justificado aos olhos de Deus”.
Foi justificado - Declarado inocente. Absolvido diante o tribunal mesmo sendo culpado. Temos visto o que significa isso.
“Aquele que se exalta será humilhado”
Não exalte a sua pessoa ou os seus feitos.
Não pense que é melhor do que o irmão que está ao seu lado. Se pensar Deus o humilhará.
“Aquele que se humilha, Deus o exaltará”
Reconheça a sua pequenez, reconheça que falha. Se o irmão ao seu lado falhar, lembre-se que também falha.
A justificação pela fé obriga-nos a entender que todos falhamos e que por isso todos necessitamos da Graça de Deus.
A cruz de Cristo mostra que todos nós pecámos.
Nada que alguém lhe tivesse feito se compara áquilo que fez ao Senhor Deus*.
Não há um justo (perfeito), nem um sequer.
Não fale mal dos outros ou da vida dos outros, dizendo que não era capaz de fazer tal coisas, pois assim está a ser um fariseu e não um publicano.
Perceba que as pessoas precisam da graça de Deus mas principalmente o principalmente necessitados somos nós (individual).

Aplicando…
1º Na justificação pela fé percebemos que todos nós falhamos e precisamos da Graça de Deus.
Então, serei misericordioso com quem falhar, porque eu também falho noutras áreas. Não significa isto permissão para viver no pecado, conforme vimos na semana passada, significa sim que entendemos que as pessoas também falham.
2º Quando achamos que somos alguém por causa de algo que tenhamos feito, ou pelo nosso estatuto social ou pelo nosso nível de conhecimentos, mostramos apenas que ainda não percebemos a mensagem da cruz.
Como saber disso?
É muito fácil cair no gozo barato sobre alguém. Exemplos: Ou porque tem poucos estudos, ou porque não sabe falar e o português é fraco, ou porque pecou… Tantas coisas que poderíamos dizer.
Ser Igreja é entender a justificação pela fé e perceber que estamos todos no mesmo barco.
Por isso, somos contra qualquer tipo de gozo para com alguma pessoa.
Demonstrar Graça na forma como nos relacionamos.
3º As nossas vidas devem apontar a Cristo reconhecendo assim a nossa fraqueza face àquele a quem adoramos.
I Cor. 12 --> Ser forte, ser fraco, poder na fraqueza.
Viva para a Glória de Deus em tudo o que fizer.

É um fariseu ou um publicano?
Reconheço que era melhor pensarmos que somos fariseus mas com vontade e desejo de sermos publicanos.

Que Deus nos possa abençoar. 

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Pregação... Justificação e a Santificação.

Hoje entramos na Justificação pela Fé e a Santificação.
Definindo alguns termos…
Santificação - Viver conformado segundo a imagem de Cristo, e viver a vida percebendo o propósito para o qual fomos criados. “Criados à Imagem de Deus”. É um processo incompleto.
Santo – Viver separado para Deus em todos os seus domínios. Está relacionado com a nossa posição perante Deus.
Somos Santos (separados) para vivermos num processo de santificação. Tudo será pleno e completo quando tivermos com Cristo.
Justificação, acto único, relaciona-se com o passado. Santificação, acto constante, relaciona-se com o presente.
Romanos 5:20-6:2         
“A lei veio fazer aumentar mais o pecado. Mas quanto mais aumentava o pecado, mais abundava a Graça de Deus. De modo que assim como o pecado reinou na morte, também a Graça de Deus reina pela justiça para a vida eterna por Jesus Cristo, nosso Senhor. Que diremos então? Vamos continuar a viver no pecado para manifestar-se mais a graça de Deus? De modo nenhum. Nós que morremos para o pecado, como poderíamos ainda viver nele”.
Depois de Paulo explicar o que é a Justificação pela Fé, nos 5 versículos anteriores, ele começa a responder a algumas dúvidas que pudessem surgir.
PrimeiraComo já estavam justificados (declarados inocentes no tribunal) então podiam fazer o que queriam. O decreto estava dado logo podiam viver como queriam.
Segunda questão - Passava por explicar a questão do pecado e da Graça. Se a Lei mostrava o pecado e a incapacidade de manter os padrões de Deus, a Graça seria ainda maior para cobrir esses pecados. Então, segundo essa ideia, vamos pecar para que possamos sentir ainda mais a graça de Deus.
Ao falar nisto, lembro-me sempre de um casal de Tondela (não da Igreja) que quando os víamos na rua de mãos dadas e aos beijinhos, era porque em casa tinha havido desavença.
O ponto é este… É bom fazer as pazes com o meu marido, porque depois ele é muito querido para mim (coitados dos casamentos que precisam de confusões para haver esta “paz”).
Paulo responde a estas questões falando da permanência no pecado. Diz ele: “Vamos permanecer no pecado?”
Relembrar que em termos bíblicos, pecar e viver no pecado são diferentes no seu significado.
O que significa permanecer?
Em I João, conforme o texto lido, a ideia de permanecer no pecado está relacionado com fazer do pecado um hábito de vida.
A ideia aqui não é pecar, acto isolado, sendo que depois existiu arrependimento, mas sim de viver pecando.
O tempo no original está no presente e no grego este tempo verbal tem a ideia de continuidade.
Percebemos então que o filho de Deus não pode usar a desculpa de ser fraco para permanecer no pecado.
“Todos pecamos qual o problema então?” “Todos temos telhados de vidro”, “Aquele que nunca falhou que atire a 1ª pedra” são expressões usadas para desculpar muitas vezes a vivência no pecado.
A carne ser fraca não serve de desculpa para a vivência no pecado.
A carne ser fraca é sinal sim do nosso reconhecimento face à necessidade da Graça de Deus diária para que a mudança em nós possa acontecer através da acção do Espírito Santo.
A lei de Deus obriga-nos a ter responsabilidades para com Deus e para com o próximo.
Nunca na Bíblia o Amor serve para aceitar todas as situações como se nada fosse.
A “doutrina do Amor”, mal interpretada, é capaz de ser uma das ideias mais perigosas no seio da Igreja.
O verdadeiro amor confronta o pecador.
Lemos também nestes versículos que Paulo refere que nós já morremos para o pecado e por isso essa não pode ser a nossa vivência. O que significa isto?
A palavra “morremos”, o tempo do verbo no original, está no Aoristo. Significa isto que é uma acção que está completa, acabada.
Então, como sabemos que Cristo morreu no nosso lugar, percebemos que em Cristo também morremos para o pecado.
A justificação, como vimos na semana passada, é a prova disso.
Logo, não estamos escravizados.
Somos capazes de resistir ao pecado e lutar para que a nossa vida espelhe a pessoa de Jesus Cristo.
V3 Ou, porventura, ignorais que todos nós que fomos baptizados em Cristo Jesus fomos baptizados na Sua morte?
Sabemos que não é o baptismo que salva porque quem salva é Cristo. No entanto, o baptismo representa o verdadeiro baptismo que houve aquando a nossa conversão.
Isto é, fomos “imersos”, sentido figurado, na pessoa de Jesus Cristo e a consequência disso passará por estarmos unidos a Ele, existindo assim uma identificação com a Sua pessoa.
Nota: Daí entendermos o texto em Marcos 16:16 “Quem crer e for baptizado será salvo”. Ou seja, não é o baptismo nas águas mas o baptismo (união) na pessoa de Jesus.
V4 “Fomos, pois, sepultados com Ele na morte pelo baptismo; para que, como Cristo foi ressuscitado dentro os mortos para a Glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida.
V5 Porque, se temos sido unidos a ele na semelhança da sua morte, certamente também o seremos na semelhança da sua ressurreição;  
V6 Sabendo isto, que o nosso homem velho foi crucificado com ele, para que o corpo do pecado fosse desfeito, a fim de não servirmos mais ao pecado.”.
A condição prévia para andarmos em novidade de Vida (santificação) é a justificação.
Apesar de a Justificação acontecer uma vez e a Santificação ser um processo, com altos e baixos (terminando apenas com a nossa partida para o céu), uma coisa gera a outra.
Na Justificação começa imediatamente a Santificação. Não há como contornar esta verdade perante este texto bíblico.
Se houver justificação estaremos certos e seguros que vamos ser santificados (presente) e glorificados (futuro).
O baptismo na água representa aquilo que aconteceu connosco em Cristo. 3 Acções aquando a nossa justificação. Morrer para o pecado (entrada); Sepultar o pecado (dentro de água); Ressuscitar para uma nova vida (Saída da Água).
Mais uma vez vimos a ideia que não servimos ao pecado mas servimos a Cristo.
Servimos a quem nos satisfaz. Ou a Cristo ou ao pecado.
V7 Pois quem está morto para o pecado está justificado do mesmo.  
Sendo assim, Deus vê-nos mortos com Cristo na cruz e por causa disso, somos considerados e tratados comos inocentes embora sendo culpados.
V8 Ora, se já morremos com Cristo, cremos que também com Ele viveremos.  
Em Cristo temos a certeza que morremos para o pecado e também que iremos viver com Ele, quer aqui como também para todo o sempre.
Ou seja, enquanto formos vivos e estivermos aqui, devemos viver a vida como Cristo viveria.
Face ao que é escrito nos capítulos anteriores, Paulo demonstra através destes versículos que mesmo aqueles que já têm a sua alma com Cristo, o corpo também irá ressurgir.
A verdade é que não sabemos muito bem como vai ser tudo, mas de algumas coisas temos já a certeza e essas acalmam o nosso coração…
Quem já morreu a sua alma já está com Cristo.
Quando Cristo vier novamente virá buscar os Seus filhos que estão vivos.
Os corpos dos que já morreram irão ressurgir.
Iremos todos juntos viver a eternidade.
Podemos ler sempre mais no livro de Tessalonicenses e I Coríntios 15.
V9 Sabendo que, tendo Cristo ressurgido dentre os mortos, já não morre mais; a morte não mais tem domínio sobre ele.  
V10 Pois quanto a ter morrido, de uma vez por todas morreu para o pecado, mas quanto a viver, vive para Deus.  
V11 Assim também vós considerai-vos como mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus. 
Mais uma vez vimos uma certeza que nos acalma o coração.
Cristo morreu para o pecado em 3 sentidos:
Cristo cumpriu as exigências da santidade de Deus no lugar do pecador. Foi 100% eficaz.
Destrui o efeito que o pecado tem sobre nós.
Cristo morreu uma vez e esse sacrifício nunca mais precisará de se repetir.
Então, mostramos que já morremos para o pecado quando vivemos a nossa vida buscando Santificação. Não desistindo nunca desta luta.
A Santificação é a prova evidente de que morremos com Cristo para o pecado, porque a justificação é eficaz começando aí o processo da nossa Santificação.
V12 Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, para obedecerdes às suas paixões;  
13 Nem tampouco apresenteis os vossos membros ao pecado como instrumentos de iniquidade; mas apresentai-vos a Deus, como redivivos dentre os mortos, e os vossos membros a Deus, como instrumentos de justiça.   
Todo o pecado mostra uma profunda insatisfação com Deus, porque o pecado tem o objectivo de nos retirar a alegria e o prazer de viver com Deus.
O pecado, por vezes, é associado apenas a coisas más e chocantes. No entanto, o pecado é, muitas vezes, belo, saboroso e oferece coisas que estão fora da vontade de Deus para nós.
O pecado cega porque faz-nos apaixonar por ele. De tal forma, que, muitas vezes, somos confrontados com essa realidade e a negamos de imediato, porque intimamente desejamos esse pecado.
Como lutar contra o pecado?
Oração, leitura da Palavra, cânticos e evangelização.
No entanto, a principal forma, e à luz destes versículos, passa por olhar para o que Cristo fez por nós na Cruz.
Na sua luta com o pecado olhe para a Cruz.
Cristo amou-nos ao ponto de dar a sua vida e nós amamos ao ponto de quê?
Precisamos de buscar, cada vez mais, a santidade…
14 Pois o pecado não terá domínio sobre vós, porquanto não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça.
Estamos libertos do pecado… Do seu domínio e da sua condenação. Fomos libertos por Deus para vivermos para Deus através da Obra de Cristo.
Como não amar a Deus?

Aplicando…
Apesar de o pecado não nos dominar, nós temos de dominar o pecado, isto é, temos de lutar contra ele. É uma luta constante, mas em Cristo temos liberdade e força para a vencer.
O pecado na vida do cristão deve ser considerado a excepção e não a regra.
Se tratamos o pecado por tu (Intimidade) é porque já estamos a tratar o Espírito Santo por você.
É o fruto do Espírito Santo que nos domina e não o nosso temperamento.
Em 1975 surgiu uma novela chamada Gabriela e uma parte da letra dizia “Eu nasci assim, eu cresci assim, eu sou mesmo assim, vou ser sempre assim”.
O complexo Gabriela existe muitas vezes na nossa vida.
Não é por acharmos que somos de determinada forma, que não estamos em pecado.
O Espírito Santo habita em nós para nos transformar diariamente dando-nos força para lutarmos. Não estamos sós.
Não devemos dizer que estamos livres de pecar mas também não devemos desistir de lutar.
A luta contra o pecado é sinal da santificação a operar nas nossas vidas por causa da justificação que existiu.
É porque nos consideramos fracos que precisamos da Graça de Deus para não pecarmos.
Todo o pecado diz a Deus que não está satisfeito Nele.
Se o nosso conhecimento da Palavra não redundar em santificação, para nada vale.
Olhe para a Cruz e seja cada vez mais como Cristo…
Termino com um trecho do Padre António Vieira, conhecido como o Sermão do 4º domingo da Ascensão:

"A mim a imagem dos meus pecados comove-me muito mais que essa imagem do Cristo crucificado. Diante dessa imagem do Cristo crucificado eu sou levado a ensoberbecer-me por ver o preço pelo qual Deus me comprou. Diante da imagem dos meus pecados é que eu me apequeno por ver o preço pelo qual eu me vendi. Por ver que Deus me comprou com todo o seu sangue, eu sou levado a pensar que eu sou muito, que eu valho muito. Mas quando noto que eu me vendo pelos nadas do mundo, aí eu vejo que eu sou nada. Eu valho nada."

Somente a Graça de Deus…

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Nova Série... "Justificação pela Fé" .

Hoje: Justificação pela Fé e o seu significado
Justificação e a Santificação
Justificação e o Próximo
Justificação e a Justiça Social

Romanos 3:21 Mas agora Deus mostrou-nos como é que as pessoas são justificadas por Ele, sem ser por meio da lei.
O apóstolo Paulo ao longo do capítulo 1 e 2 tem como objectivo mostrar que nenhum homem jamais poderá justificar-se diante de Deus.
Por quê? Nenhum homem seja judeu ou gentio, conseguirá observar toda a lei para ser considerado inocente diante de Deus.
Em Tiago 2:10 lemos o seguinte: “Pois aquele que cumpre os mandamentos da lei, mas despreza um só deles, é como se os tivesse desprezado a todos”.
Então, basta falhar uma vez para com a Lei e é como se tivéssemos falhado com toda a Lei dada por Deus. Isto é, basta pecarmos uma vez e estamos logo em rebelião para com Deus.
Paulo sente a necessidade de mostrar claramente a depravação total do homem e, por conseguinte, a sua rebelião para com Deus.
Deus criou-nos para a Sua Glória, no entanto, a rebelião mostra de uma forma evidente, que o homem em vez de adorar o criador adora a própria criatura. E, por causa disso, Deus os entregou às suas próprias paixões (pior coisa).
Se tivermos esta noção na nossa vida, teremos a prova inequívoca da acção do Espírito Santo em nós. Apenas perceberemos quem Deus é quando compreendermos a nossa falência espiritual.
Paulo, nestes versículos, muda o seu discurso para um plano que traz Esperança e, por conseguinte, conforto.
Ele usa a expressão “mas agora” para salientar essa mudança.
É como se fosse dada uma notícia terrível, mas depois se ouvisse o seguinte: “Calma. Há Esperança. Há Segurança e Conforto”.
Essa esperança e conforto passava por saber que as pessoas, independentemente da sua nacionalidade, não são justificadas pelo cumprimento da Lei, mas são justificadas pelo próprio Deus.
Ao saberem disto, perceberiam então a sua falência espiritual para com Deus, ao não cumprirem a Lei.
No entanto, significa isto que a Lei não mais interessa? Que não temos que observar a Lei? Será que no AT as pessoas eram salvas pela observância da Lei?
Comecemos por perceber que no AT ninguém foi salvo pelo cumprimento da Lei isto porque ninguém jamais foi perfeito.
Então, mesmo no AT as pessoas eram salvas pela Graça de Deus e não pela observância da Lei.
No entanto, tinham de observar 3 Leis: A lei cerimonial, civil e moral.
Será que as 3 continuam nos dias de hoje?
A “Lei Civil” terminou quando o povo de Israel deixou de ser o da própria raça e passou a ser o Israel espiritual. Ou seja, nós hoje somos Israel espiritual. Então, as leis civis daquele tempo terminaram ainda que possamos aprender várias lições com as mesmas.
A Lei cerimonial foi completa em Jesus Cristo.
O Livro de Hebreus é uma excelente lição para nós de que já não precisamos observar a lei cerimonial (ex: animais) porque Cristo é o cumprimento dessa lei e a satisfez plenamente.
E a lei moral?
Romanos 6:14: Diz que já não estamos debaixo da Lei, mas sim da Graça. O que significa isso?
Para o cristão, a Lei já não é mais instrumento de condenação porque fomos libertos por Cristo Jesus, porque Cristo cumpriu a lei integralmente no nosso lugar.
No entanto, apesar de ter terminado a lei cerimonial em Cristo, Ele não aboliu a lei moral do AT.
Nós agora temos liberdade, dada pelo Espírito Santo, para vivermos uma vida que agrada ao próprio Deus.
Como sabemos se estamos a agradar a Deus? Quando cumprimos a Sua vontade.
Como conhecemos a Sua Vontade? Através da Lei moral que é uma expressão do próprio carácter de Deus.
Esta lei, segundo Salmos 1, é algo que traz alegria aos filhos de Deus e por isso temos prazer em meditar nela.
Jesus não veio dar uma nova lei mas uma nova interpretação da Sua lei que era equivocada na sua interpretação.
Jesus não veio abolir mas cumprir a lei no nosso lugar (Mateus 5:17).
não estamos debaixo da Lei porque a Lei já não nos traz condenação, e sabemos, porque a Palavra o diz em Rom. 8:1, que nenhuma condenação há para aqueles que estão em Cristo Jesus.
No entanto, servirá para condenação para aqueles que não estão em Cristo Jesus. Porque é impossível sermos justificados (declarados inocentes) pela observância da Lei. Daí a vinda de Cristo até nós.
Sabemos que a Lei moral se mantém nos dias de hoje e que não podemos ser justificados pela própria Lei.
No entanto, ainda há um problema a resolver.
Deus justifica quem e como? Por meio de quê? Por causa de quem?
22 Deus faz com que as pessoas sejam justificadas por meio da fé em Jesus Cristo. É assim para todos os que crêem em Jesus Cristo, sem haver diferença de pessoas.
Como ser justificado diante de Deus? Será que todos sem excepção serão justificados? Será que Cristo cumpriu a Lei por todos? Como resolver estas questões?
Como Deus justifica as pessoas?
Foi através destes versículos que Lutero chegou à fé e foi a partir dos mesmos que chegou à compreensão que a justificação só acontece por meio da fé.
Vimos que ao não conseguirmos cumprir a Lei estamos manifestamente em rebelião contra Deus e por isso todos somos considerados pecadores.
Face a essa rebelião, e porque Deus é justo, a Sua ira tinha que se manifestar sobre todos os que não cumprem a Lei.
Diante do tribunal, todos somos considerados culpados e merecedores da condenação/Ira de Deus (relembrar que no início do texto mencionámos que estas palavras traziam esperança).
Onde começa a Esperança? A Esperança começa por se perceber que Cristo cumpriu a Lei. Diante de Deus, Ele foi achado inocente.
Diz-nos o texto, que Deus faz com que as pessoas sejam consideradas inocentes, embora sendo culpadas, por meio da fé em Jesus Cristo.
Então, a forma que temos para sermos salvos é acreditarmos que Cristo cumpriu a Lei no nosso lugar e que levou sobre Si, a Ira de Deus que estava destinada a nós. Isto é Fé. Já falaremos um pouco mais à frente sobre a Fé.
No AT os sacerdotes tinham que pôr as suas mãos sobre o cordeiro que estava a ser sacrificado.
A simbologia deste acto mostrava que os pecados do povo estavam a ser lançados sobre o animal.
Tudo isto aponta à pessoa de Jesus, que de facto é o verdadeiro Cordeiro de Deus.
Ao manifestarmos fé em Jesus e no Seu sacrifício, estamos a lançar então sobre Ele os nossos pecados.
II Cor. 5:21 “Cristo não tinha cometido pecado, mas Deus, para nosso bem, tratou-o como pecador para que nós, em união com Ele, pudéssemos ser considerados justos/inocentes por Deus”.
23 Todos pecaram e estão privados da glória de Deus.
O tempo verbal da palavra “pecaram” no grego está no Aoristo, tempo que não existe no nosso português. Expressa uma acção completa. Então, em Adão todos somos culpados (Pecado Original).
No entanto, a palavra “privados” ou “carecem”, cujo tempo no original está no presente, transmitem a ideia de continuidade.
Qual a diferença? O pecado é algo real e completo que aconteceu anteriormente. Porém, a necessidade da Glória e presença de Deus continua bem presente nos nossos dias…
Sendo assim, todos temos a necessidade incessante da Glória de Deus porque a Sua Glória satisfaz-nos plenamente
Normalmente esta é a minha oração… “Bom Deus, enche-nos com a tua Glória”.
24 Sendo justificados gratuitamente pela sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus.
A justificação, pela qual Deus nos considera inocentes por causa de Cristo, será sempre por causa da Sua Graça (Deus dá-nos o que não merecemos).
Isto é Amor…. Do mais sublime que há.
Em Cristo temos então Redenção.
A imagem desta palavra, no original, vem do antigo mercado de escravos e significava o pagamento do resgate necessário para obter a libertação do prisioneiro ou escravo.
Então, nós que éramos escravos do pecado por causa de não cumprirmos a Lei, fomos comprados por Cristo, com a Sua vida.
Foi pago um resgate… Com o Seu sangue (Ouvir dizer “É meu”).
Fomos resgatados de quê? Da escravidão do pecado.
25 Ao qual Deus propôs como propiciação, pela fé, no seu sangue, para demonstração da sua justiça por ter ele na sua paciência, deixado de lado os delitos outrora cometidos;  
Lemos neste versículo “Ao qual Deus propôs”. O que significa isto? A iniciativa é do próprio Deus que planeou tudo isto antes da fundação dos mundos. Entregar o Seu filho Jesus para ser a propiciação pelos nossos pecados.
Conforme vimos quando estudámos Filipenses, no Antigo Testamento, a palavra “Propiciação” era usada para o topo da Arca da Aliança no dia da expiação, quando o sangue do boi e da cabra eram derramados, para apaziguar e afastar a ira de Deus. Deus tinha ordenado esse sacrifício para isso.
Contudo, será que o sangue dos animais satisfaria a Ira de Deus no AT? Porque não o fazemos agora? Porque teve que vir Cristo em vez de continuarmos a sacrificar os animais?
Segundo Hebreus 10:4 Porque é impossível que o sangue de touros e bodes remova os pecados.
Não era possível porque isso não satisfazia a Ira de Deus, apenas a apaziguava.
Para pagar a dívida e tornar Deus favorável ao ser humano, era preciso sangue de um Homem que fosse perfeito e Santo (Sem pecado) - Hebreus 9:22.
Então a lei serviu de aio (caminho), segundo Gálatas 3:24, para mostrar os nossos pecados.
Ao termos essa noção pela Lei, sentimos a necessidade de termos um Salvador porque precisamos que Deus seja propício, favorável, para connosco.
Os animais eram apenas uma estrada para a pessoa de Jesus Cristo. Ele sim era o Supremo Cordeiro sem qualquer mácula.
Em João 1:29 lemos como João Batista fala de Cristo: “No dia seguinte João viu a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.
No entanto, a Ira de Deus também tinha de ser satisfeita como manifestação da Sua própria Justiça. Sem Ira manifestada não há justiça.
Sem compreendermos a noção da Ira de Deus, nunca iremos compreender a Sua Graça.
Por isso, Cristo foi à cruz sofrer a Ira de Deus no nosso lugar para que nós pudéssemos ter acesso ao pai com a Justiça (perfeição) do próprio Cristo.
Além de Deus nos tratar como justos, ele age connosco como tal, por causa dos méritos de Cristo.
No entanto, conforme lemos no versículo, a justificação acontece por meio da fé e não por causa da fé.
Qual o resultado disto? Não basta dizer que Deus é amor e então por causa disso todos serão salvos (Universalismo).
Diz o versículo “daquele que tem fé”. O que é a fé?
A fé não é um mero conhecimento da verdade e muito menos acreditar que aquilo que mais desejamos irá acontecer.
A fé não é acreditar que o poder está em nós, porque se o fosse, teríamos motivos para nos orgulharmos.
A Fé é uma verdadeira confiança em Cristo e no que Ele fez por nós e pela nossa Salvação.
A fé é acreditar que somos pecadores e por isso precisamos da Graça de Deus.
Fé é acreditar que sem Cristo não teríamos hipótese alguma de sermos salvos.
Fé é perceber que é pelos méritos de Cristo e não pelos nossos.
Se fossemos salvos por causa da nossa fé e não por meio da nossa fé, a razão da nossa salvação éramos nós e não Cristo. Seria por causa das nossas obras e não por causa de Cristo.
Por isso, não temos nada que nos gloriar em nós mesmos. Apenas temos que nos gloriar em Cristo Jesus.
2 Coríntios 10:17 “Aquele, porém, que se gloria, glorie-se no Senhor”.
Como diz R. C. Sproul “Nós fomos salvos pelas obras, pelas obras de Jesus Cristo”.
Este é o meio pela qual podemos ter a justiça de Cristo e por conseguinte a “Paz com Deus” – Rom. 5:1.
Como ansiamos esta paz com Deus… (Diferente de paz de Deus*).
26 Para demonstração da sua justiça neste tempo presente, para que ele seja justo e também justificador daquele que tem fé em Jesus.  
Deus não podia inocentar os culpados sem manifestar a Sua Ira, caso contrário, não seria justo e não satisfazia a Sua Justiça.
A Santidade de Deus nunca pode pactuar com o pecado e por conseguinte, com o pecador não regenerado por Ele.
Mais uma vez o versículo refere que a Justificação acontece por meio da fé.
Será isso motivo para nos orgulharmos?
Novamente a pergunta, será a fé a causa ou o meio?
Se for a causa há lugar para o orgulho. E se é o meio, é porque a fé nos foi dada pela Graça de Deus (Efésios 2).
Vejamos…
27 Onde está logo a jactância? Foi excluída. Por que lei? Das obras? Não; mas pela lei da fé.  
28 Concluímos pois que o homem é justificado pela fé sem as obras da lei.  
29 É porventura Deus somente dos judeus? Não é também dos gentios? Também dos gentios, certamente,  
30 Se é que Deus é um só, que pela fé há de justificar a circuncisão, e também por meio da fé a incircuncisão.
Já percebemos que não é pelo cumprimento da Lei porque todos nós perante a Lei somos culpados. Logo não deve haver orgulho.
Já entendemos que não é por causa da fé e nem a fé a razão da nossa justificação.
A fé é simplesmente o instrumento ou o canal pela qual a justiça de Cristo vem até nós.
Não é a fé que nos Salva mas é Cristo quem nos salvou por causa do que aconteceu na Cruz.
O objecto da fé é sempre o Senhor Jesus. Mesmo quando lemos “A tua fé te salvou” nunca vem separado da crença no poder do Senhor Jesus Cristo.
Por isso não há motivo para o orgulho. Apenas para uma vida de plena gratidão e obediência ao Senhor.
31 Quer isto dizer que, por causa da fé, nós negamos todo o valor à lei? De modo nenhum. Pelo contrário, reconhecemos à lei o seu verdadeiro valor.
Conforme vimos, a Lei mostra-nos o carácter e a expressão moral do próprio Deus.
A questão não é cumprirmos a Lei para sermos salvos, mas porque fomos salvos então queremos cumprir a Lei.
A certeza disto obriga-nos a mudar toda uma perspectiva face à nossa vida. Este mês de Janeiro iremos perceber isso.
O que nos ensina a Justificação pela Fé?
Nós somos salvos pelos méritos de Cristo e tudo devido à Graça de Deus.
Em nós não há qualquer coisa boa para que Deus dissesse “Eu quero salvar aquela pessoa. Ela tem bom coração. Eu preciso dela para cumprir o meu plano. Por isso, estou aqui à Sua espera”.
A lei moral continua para os dias de hoje.
Sabermos que somos justificados pela fé, obriga-nos a cada vez mais sermos como Cristo e andar como Ele andou.
Quando há pecado há uma quebra do relacionamento. Por isso, deve haver arrependimento.
No entanto, a questão não é mais se de facto eu sou salvo por ter pecado. A questão é, o quanto eu tenho amado a Deus por causa do meu pecado.
Por causa de Cristo não temos condenação. Isto é, não há condenação para aqueles que estão em Cristo Jesus.
Então, não existem maldições hereditárias que vêm dos nossos antepassados por não terem obedecido a Deus.
Também não precisamos de ter medo por termos falhado no passado, e pensarmos que por isso toda a nossa vida vai ser de sofrimento.
O sofrimento na Bíblia raramente é sinal de pecado.
Lembro-me de pensar que por causa do meu pecado algumas coisas não aconteciam porque eu tinha falhado, mesmo após o meu arrependimento. Ou ter medo que Deus já não me quisesse mais.
Tinha medo de olhar para Deus com medo que Ele já não me amasse mesmo depois de ter pedido perdão.
O amor de Deus por nós é incondicional e isso é tremendo.
Lembremo-nos… Nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus.
A justificação pela fé faz-nos humildes.
Deus declara-nos e trata-nos como inocentes apesar de termos pecado. Isto faz mudar a nossa perspectiva na forma como nos relacionamos com os outros (Já estamos abrir caminho para as próximas semanas).
Faz-nos ser gratos…
Se nos compararmos com algumas pessoas estaremos melhores. Com outras, estaremos piores. Mas se nos compararmos com aquilo que os nossos pecados merecem, estamos infinitamente melhores.
Tenhamos confiança em Cristo e naquilo que Ele fez.
No livro de João lemos que o bom pastor chama as suas ovelhas pelo nome… Isto mostra intimidade.
No NT lemos que nós que somos salvos somos chamados de santos (separados para Deus). Isso traz-nos alegria…
Como sabemos se de facto fomos Justificados?
Para a semana responderemos a esta pergunta.
Que Deus nos incomode para que as nossas vidas reflictam cada vez mais a Sua imagem.


sábado, 5 de julho de 2014

Jesus Cristo no Antigo Testamento... Ageu

Hoje terminamos esta série com o livro de Ageu.
À semelhança de Habacuque, poucas coisas se sabem sobre Ageu. No entanto, foi o primeiro profeta depois do retorno do povo de Israel do exílio Babilónio.
Relembrar que os babilónios saquearam Jerusalém, destruíram o templo e levaram a maioria dos judeus para o exílio.
Cerca de 50 anos depois, Ciro, o persa, tomou a Babilónia, e derrubou o Império Babilónio.
No ano seguinte (538 aC), ele permitiu que os judeus voltassem à sua pátria e reconstruissem assim o templo em Jerusalém.
Tudo isto aconteceu devido à mão soberana do nosso Deus cumprindo assim as profecias de Jeremias (Esdras 1:1).
Deus comissiona Ageu para despertar o povo para a reconstrução do Templo porque entre a chegada do povo e esta mensagem de Deus, 18 anos passaram sem o povo fazer nada.
O Templo era o sinal da presença de Deus entre o povo.
Desprezar o Templo era desprezar a Deus.
Vamos perceber a primeira mensagem do livro de Ageu:
Ageu 1:2-4 O SENHOR todo-poderoso disse a Ageu: «Esta gente diz que ainda não chegou o tempo de se reconstruir o templo.» Ageu falou-lhes deste modo em nome do SENHOR todo-poderoso: «Ora bem, eu pergunto se é tempo para vocês viverem em casas luxuosas, enquanto o meu templo está em ruínas.
Percebemos, nestes versículos, que o povo apenas se preocupava com os seus afazeres diários e com a busca do conforto pessoal.
Com esses comportamentos, desprezaram o Templo do Senhor.
Conforme vimos antes, 18 anos depois do retorno, quase nada fizeram para que o Templo de Deus (símbolo da Sua presença e da sua Glória) fosse reconstruído.
A palavra “luxuosa”, no original, tem outro significado. Ou seja, a ideia é que as casas do povo eram forradas de uma madeira trabalhada, por sinal muito cara, e a casa de Deus estava num estado deplorável.
No entanto, vejamos as consequências do tipo de investimento que o povo fazia no seu conforto pessoal face ao contraste com o tipo de atitude com o templo…
V5-6 Prestem atenção ao vosso procedimento — declara o SENHOR todo-poderoso. Vocês semearam muito, mas recolhem pouco. Têm alimento, mas não o bastante para ficarem saciados; têm que beber, mas não o suficiente para ficarem satisfeitos; têm roupas para vestir, mas não chegam para se aquecerem; o operário ganha o seu salário, mas é como se caísse em saco-roto.
Com estas palavras, Deus mostrou ao povo que apesar de terem casas luxuosas, eles nunca iriam ficar satisfeitos.
As casas até podiam ser boas, mas os campos não iriam produzir aquilo que eles tinham semeado. Apesar de terem dinheiro este iria desaparecer rapidamente.
Então, o povo vivia numa plena frustração e descontentamento, não porque não pudessem ter as coisas, mas porque as coisas não os satisfaziam na sua totalidade.
V7-8 Eu, o SENHOR todo-poderoso, volto a avisar-vos! Reparem no vosso modo de proceder! Subam, pois, à montanha, tragam madeira e reconstruam o meu templo. Ficarei então satisfeito por ser lá adorado. Palavra do SENHOR!
Nestes versículos vemos Deus a dizer que Ele seria glorificado pelo povo, caso eles aplicassem as mesmas forças e a mesma motivação que tiveram para as suas casas, na reconstrução do Seu templo. 
Deus não é glorificado quando a nossa motivação para a Sua Obra é menor do que a nossa motivação na busca do nosso prazer pessoal.
A apatia para com as coisas do Senhor acontece quando as nossas prioridades estão trocadas.
No v5 e V7 vemos Deus a dizer ao povo para eles reparem na forma como estavam a proceder no dia-a-dia deles. Analisarem a forma como viviam as suas vidas e no que diziam a Deus com as aquelas atitudes.
Este é um exercício que é necessário fazermos diariamente… Com as minhas palavras e com o meu proceder, o que estou a dizer a Deus?
O povo dizia de boca uma coisa mas o seu coração afirmava outra.
O povo dizia que Deus era a prioridade das suas vidas mas as suas acções mostravam coisas completamente diferentes.
Quando se investe num sítio é porque se acredita que é nesse sítio que se quer ver a colheita.
Quando os nossos investimentos não demonstram quem Deus é, alguma coisa está errada. E por isso, é que muitos investimentos são feitos em certos sítios e não naquilo que é realmente importante, porque tememos o dia de amanhã.
Há sempre algo em nós que deseja ter uma segurança plena, que não em Cristo, que se tivermos vivos amanhã, nada nos faltará.
 V9-11 Vocês esperaram grandes colheitas, mas obtiveram pouco. E o pouco que guardaram eu o dissipei com um sopro. E por quê? — Pergunta o SENHOR todo-poderoso. É por causa do meu templo que está em ruínas, enquanto cada um de vocês se preocupa com a sua casa. É por isso que dos céus não caiu chuva nem as terras produziram. Provoquei a seca na terra e nas montanhas, nos campos de trigo, nas vinhas e nos olivais e em tudo o que a terra devia produzir, em todo o povo e nos animais. E assim ficaram comprometidos os vossos animais e todo o vosso trabalho.»
O Senhor Deus mostrou claramente ao povo que se eles não estivessem comprometidos com Ele, Ele também não os abençoaria.
Mais, o povo iria investir nos terrenos e nada iriam colher.
Vemos claramente nestas palavras que quando investimos sem Deus, colhemos as coisas sem a Bênção de Deus. E isso é terrível e revela em quem nós confiamos.
12-15 Zorobabel, filho de Salatiel, o sumo-sacerdote Josué, filho de Joçadac, e todo o resto do povo tiveram medo e prestaram atenção ao que o SENHOR Deus lhes disse, por meio do profeta Ageu, tal como o SENHOR Deus lhe mandou. Então Ageu, enviado do SENHOR, falou ao povo desta maneira em nome de Deus: «Eu garanto que estarei convosco! Palavra do SENHOR!» 14 Desta forma, o SENHOR despertou o entusiasmo de Zorobabel, governador de Judá, do sumo-sacerdote Josué e do resto do povo. Puseram-se todos a trabalhar para reconstruírem o templo do seu Deus, o SENHOR todo-poderoso. Era o dia vinte e quatro do sexto mês do rei Dario.
Interessante notar as palavras de Ageu… “Se vocês se arrependerem, Deus garante que estará convosco.”
O povo reagiu então às palavras de Deus trazidas pelo profeta Ageu.
Reparemos no versículo 14
É o Senhor que concede o arrependimento e gera também a motivação para a Sua Obra. Tudo é fruto da Sua maravilhosa Graça. E quando Deus, na Sua Graça, concede-nos um novo coração, não desejamos mais nada que não seja Ele mesmo.
Antes da fé, há a regeneração. Ou como diz Ryle “A regeneração precede a Fé”.
Quando isto acontece, as nossas vidas têm que mudar. Não há outra forma.
Por isso, o povo começou a reconstruir o templo tal e qual como o Senhor lhes houvera dito.
Em Ageu 2:1-9…
O povo tinha memória de como era o anterior Templo devido à sua enorme grandeza, comparando com aquele que eles estavam a construir o anterior tinha um outro esplendor.
O sentimento de frustração era grande e, face isso, sentiam-se inúteis. Chegaram ao ponto de achar que era melhor viverem de memórias do que ter um templo mais pequeno do que o anterior.
O ponto é este: Estavam a trabalhar muito e tudo parecia inconsequente e sem valor.
No fundo, Deus responde dizendo: “Tenham coragem e trabalhem porque eu estarei convosco. Isso será o Suficiente”.
Então, a certeza da presença de Deus seria o suficiente para eles não terem medo e terem coragem no dia-a-dia.
Mais, analisando o texto todo, percebemos que Deus iria dar também alegria ao povo para o servirem de todo o coração (Salmos 100).
Deus mostrou que para Ele a grandiosidade não é importante, mas sim a Sua Glória e o Seu esplendor. Belém, tal como vimos anteriormente, era a prova evidente disso. Desta pequena vila iria nascer Jesus. Este sim O verdadeiro templo e aí, certamente, seria vista a Glória e a majestade do nosso Deus em todo o seu esplendor.
O Templo aponta à pessoa de Jesus Cristo…
O fim da reconstrução aconteceu muitos anos mais tarde no início do ministério de Cristo.
Aquelas pessoas não viram tudo o que Deus fez através delas. Semearam sem ver a colheita.
Deus trabalhou para além do olhar deles, porque o fim último de todas as coisas é a Sua Glória e não a nossa.
Cap. 2:10-19 10 No dia vinte e quatro do nono mês desse segundo ano do reinado de Dario, o SENHOR dirigiu-se novamente ao profeta Ageu, para ele falar em nome do SENHOR aos sacerdotes acerca da lei. E falou-lhes assim: «Suponhamos que alguém leva um bocado de carne retirada do sacrifício, escondida no seu fato. Se ele tocar com o fato no pão, nos legumes, no vinho ou azeite ou em qualquer outro alimento, tal alimento terá de ser consagrado exclusivamente a Deus?» Os sacerdotes responderam que não. Ageu continuou: «Suponhamos ainda que alguém se tornou impuro, por ter tocado num cadáver. Se tocar em seguida nalguma dessas coisas, elas ficarão impuras?» A isto os sacerdotes responderam que sim. Então Ageu comentou: «Acontece o mesmo com esta gente e com este povo. Tudo o que fazem e tudo o que me oferecem é impuro. Daqui por diante, pensem bem nisto: antes de começarem a colocar pedra sobre pedra, para reconstruírem o templo do SENHOR, que é que sucedia? Quando alguém estava à espera de encontrar vinte medidas de trigo no celeiro, não achava senão dez; quando alguém esperava tirar cinquenta medidas de vinho de uma cuba, só encontrava vinte. Eu destruí com pragas, com míldio e granizo todo o trabalho das vossas mãos e vocês não se voltaram para mim. Palavra do SENHOR! Daqui por diante, vejam o que irá suceder. Hoje mesmo, dia vinte e quatro do nono mês, foram lançados os alicerces do meu templo. Pois bem, não há ainda grão nas searas de trigo, nem a vinha, a figueira, a romãzeira e a oliveira produzem os seus frutos, mas a partir de hoje eu vos abençoarei.»
 Estavam decorridos apenas 3 meses depois dos trabalhos de reconstrução do Templo e o Senhor Deus traz uma nova mensagem ao povo através de Ageu.
Apesar do povo estar a trabalhar na reconstrução do tempo, a santidade das suas vidas não reflectiam a Santidade do próprio templo, isto é, da pessoa de Deus.
Por outro lado, pelo facto de o povo viver em pecado, o próprio templo estava a ser profanado.
A grande questão do Templo, não era apenas a parte física, mas a Glória de Deus que estava associada ao Templo. Percebemos isso depois com a pessoa de Jesus Cristo.
Podiam fazer até tudo muito luxuoso mas as suas vidas não reflectiam o verdadeiro carácter de Deus.
O que Deus faz? Lembrou-os do que antes lhes acontecera e que se eles não se arrependessem, o mesmo iria voltar a suceder.
O ponto da mensagem é este: Podem fazer as coisas bem-feitas mas se as vossas vidas não reflectirem o carácter de Deus, para nada serve.
No entanto, Deus termina esta exortação dizendo ao povo que irá abençoá-los caso eles se arrependam porque Deus não é contra os Seus. Deus é a favor dos Seus.
Cap. 2: 20-23 Nesse mesmo dia, vinte e quatro do mês, o SENHOR dirigiu-se uma segunda vez a Ageu para ir falar a Zorobabel, governador de Judá, filho de Salatiel. Assim disse o SENHOR: «Eu farei tremer o céu e a terra; deitarei por terra os tronos dos reis do mundo e desfarei a sua força; destruirei os carros e os que neles se sentam; morrerão os cavalos e os cavaleiros hão-de matar-se uns aos outros à espada. Naquele dia, tu Zorobabel meu servo, filho de Salatiel, serás para mim como um anel de selar, porque eu mesmo te escolhi! Palavra do SENHOR, todo-poderoso!»
Vemos aqui a estrada completamente aberta para a pessoa de Jesus.
Zorobabel era da linhagem de Davi e por isso herdeiro do trono. Então a sua vida apontava também a Cristo.
Deus diz, nestas palavras e buscando as palavras anteriores, que a Sua Glória irá ser maior do que o primeiro Templo.
Sendo assim, este texto já apontava à pessoa de Cristo porque Ele, sim, é o novo templo. Cristo é a presença corpórea de Deus entre nós.
Apesar de tudo isto, Deus preservou o templo físico apenas como sinal daquilo que ia acontecer em Cristo.
Jesus Cristo é o nosso Emanuel… Deus connosco.

Em Habacuque aprendemos 4 lições:
1º Há investimentos que são feitos mas a única coisa que colhemos é o dinheiro.
O povo investia para o seu prazer pessoal. As suas casas eram reforçadas de uma madeira especial e bastante cara. No entanto, nada dessas coisas os satisfazia.
Além disso, o dinheiro deles desaparecia rapidamente e trabalhavam muito mas pouco colhiam.
Então, percebemos que se não vivermos a nossa vida para o propósito pelo qual fomos conquistados por Cristo, seremos as pessoas mais insatisfeitas/frustradas à face da terra.
Podemos ter tudo e mesmo assim não vivermos satisfeitos.
Podemos ter algumas coisas e mesmo assim acharmos que precisamos sempre de mais.
Este é o tipo de pessoa que está insatisfeita com tudo reflectindo isso no seu carácter diário. E o prazer que sente na sua vida é sempre momentâneo e depende quase sempre das circunstâncias ou das mudanças que faz para buscar essa satisfação.
Se repararmos bem, quem vive a sua vida única e exclusivamente para conquistar é porque, em certo sentido, não deseja depender de Deus no seu dia-a-dia com medo que lhe possa faltar alguma coisa.
Por outro lado, ter fé é perceber que em Jesus Cristo temos tudo o que é suficiente e isso, por si só, dar-nos-á plena alegria e satisfação constante. Viver a nossa vida como ministério.
Há satisfação na nossa vida? Ou ainda achamos que é necessário conquistar para termos pleno gozo nesta terra?
Nós não investimos para conquistar. Nós investimos porque já fomos conquistados.
Todos os investimentos que fizermos em Deus, temos a certeza que em Cristo os iremos receber.
Deus fez o maior investimento que precisávamos nesta caminhada. Dar a vida do Seu filho Jesus para salvar-nos da Sua Ira para que, então, o nosso nome pudesse ser inscrito no livro da Vida.
Esta certeza chega-nos?
2ª Lição: Deus age para além do nosso olhar.
O povo construía o templo mas achava que a grandiosidade daquela construção em nada se comparava com o Templo de Salomão.
Deus responde dizendo que o Seu Templo teria maior Glória do que qualquer outro.
Com isto, Deus dizia… “Continuem a trabalhar porque o Templo mais importante ainda não foi construído. A Glória é minha e não é algo que vocês possam fazer. Simplesmente dêem o vosso melhor”.  
Há coisas que Deus permite que possamos semear apesar de nunca irmos ver o fruto dessa obra. Por quê? Para nos lembrarmos que toda a Glória pertence ao Senhor.
Então, se tivermos que trabalhar e servir a Deus sem perceber as razões ou percebermos que estamos a investir para daqui a muitos anos, não nos esqueçamos que todos os investimentos em Deus são poderosos mesmo que os nossos olhos não o vejam.
Exemplo pessoal… Avós…
3ª Lição: Servir a Deus é servir a Sua Igreja.
Deus mostra claramente que ao servirem o Templo estavam a servir ao próprio Deus.
Sabemos, que depois da vinda de Cristo, a Igreja somos nós. E por isso, devemos servir esta comunidade como se servíssemos ao próprio Cristo.
Desculpem a generalização… O que normalmente acontece é que as pessoas apenas servem a Igreja quando têm tempo disponível. Ou quando percebem que nada mais têm para fazer em termos pessoais e aí podem servir a Igreja. Percebemos este tipo de comportamento quando as pessoas faltam à Igreja por motivos que não sejam a causa de Cristo.
Precisamos de ensinar aos nossos filhos, que apenas devemos faltar à Igreja por motivos inadiáveis e de força maior e que estejam relacionados com a causa de Deus. O Domingo foi feito para o Senhor e não para os nossos deleites pessoais.
Daí, podemos ver em Hebreus, a advertência a todos nós, que não devemos abandonar as nossas congregações como é costume de alguns.
Então irmãos da Igreja da Graça, reconheço como vosso pastor, que muitos irmãos tiveram um desgaste enorme quando não tiveram pastor. No entanto, precisamos cada vez mais servir a Deus servindo a Sua comunidade.
Precisamos de estar disponíveis para fazer a Sua obra e colocarmos os nossos dons à disposição. Até porque, os dons que nos foram dados pelo Espírito Santo, foram dados para a edificação do Corpo.
Que cada um de nós possa estar disponível para dar do seu tempo servindo esta comunidade. Que cada um de nós possa amar cada pessoa como ama a pessoa de Jesus Cristo.
Este é o tempo ideal de investir com Deus, em Deus e no Seu povo.
4ª Lição: Podemos servir ao Senhor mas se as nossas vidas não reflectirem a Sua Santidade, tudo será em vão.
O povo servia ao Senhor com as Suas mãos mas as suas vidas não O serviam.
Podemos até estar muito atarefados com as coisas do Senhor, mas se não houver santidade apenas seremos profissionais da fé.
Deus deixa-nos o alerta em I Pedro 1:16 “Sede santos como eu sou Santo”.
Podemos fazer coisas muito interessantes e aparentemente válidas, mas se nós enquanto maridos, esposas, pais, filhos, empregados, patrões, etc, não reflectirmos o carácter de Deus, tudo isso será em vão. Aliás, Deus nem deseja isso.
Lembremo-nos… Não é a nossa vida que está em causa, é o Evangelho que está em causa na forma como vivemos as nossas vidas.
Que possamos investir em Deus nas nossas vidas pessoais, familiares, congregacionais e em tudo o resto, certamente, a Seu tempo, iremos colher. E tudo isto para a Glória de Deus.
Deus nos ajude…


Jesus Cristo no Antigo Testamento... Habacuque

Hoje estudamos a pessoa de Jesus Cristo no livro de Habacuque.
Poucas informações temos sobre este profeta. No entanto, sabemos que foi contemporâneo de Ezequiel, Daniel e Sofonias.
Lutero disse o seguinte: “Habacuque significa abraçador, aquele que abraça o outro, que o toma em seus braços. Isto é, conforta-o e o levanta, como quem abraça uma criança que chora, para acalmá-la com a segurança de que, se Deus quiser, em breve ela estará melhor”.
Tudo leva a crer que o ministério de Habacuque realizou-se durante o reinado do Rei Jeoaquim (filho do Rei Josias).
O império do reino Assírio estava a terminar e o reino babilónico estava a crescer grandemente e a ser uma nação muito importante.
Este livro é muito curioso face aos restantes livros, pois Habacuque fala do seu próprio sentimento e daquilo que vai na sua alma. Normalmente os profetas levavam as palavras de Deus aos homens, e Habacuque leva o seu descontentamento a Deus por causa da forma como Deus age com os homens.
Sendo assim, este livro tem 2 grandes lamentos de Habacuque para com a acção de Deus e as respostas de Deus a esses mesmos lamentos. Depois termina com a oração final do profeta face à Graça de Deus.
Habacuque 1: 1-4 – 1º Lamento
“Mensagem revelada por Deus ao profeta Habacuc: Quanto tempo mais SENHOR, tenho de clamar por ti sem que me escutes, até quando denunciarei diante de ti a violência, sem me vires libertar? Por que me fazes ver tanta maldade e encontrar tanta injustiça? De facto só vejo diante de mim opressão e violência, lutas e desordens. Não se cumpre a lei, nem se respeita o direito. O mau persegue o bom e a justiça é falsificada”.
Podemos tentar perceber nestas palavras como é que se devia sentir o profeta Habacuque. O tormento em que ele vivia era grande.
Ele clamava ao Senhor porque não via a Sua acção e nada fazia prever que essa amargura fosse terminar rapidamente.
Os ímpios em Judá estavam a praticar injustiças contra os filhos de Deus que habitavam também em Judá e, ainda por cima, estavam a prosperar.
No fundo, Habacuque esperava um mundo melhor e muito diferente daquele que na realidade estava a acontecer.
Ele esperava que a justiça de Deus aniquilasse os seus inimigos quando para Habacuque parecia que os seus inimigos o estavam aniquilar.
Para Habacuque, Deus estava em silêncio e por isso clamou em voz alta para com o Senhor.
Muito provavelmente também já sentimos isto. O silêncio de Deus quando na verdade queremos ouvir respostas às nossas dúvidas. Queremos que Ele justifique certas acções que nos estão a acontecer.  
Desejamos ardentemente a acção de Deus quando parece que Ele está passivo.
Desejamos obter respostas mas encontramos apenas dúvidas.
Queremos perceber qual o caminho quando na verdade encontramos uma enorme barreira.
Como lidar com o aparente silêncio de Deus?
Como podemos ser felizes quando Deus parece ausente?
Notemos também o seguinte na oração do profeta…
Ele abriu o Seu coração, em reverência para com Deus, dizendo tudo aquilo que o preocupava.
Se analisarmos bem o texto, ele confiava totalmente na Soberania de Deus. Por quê? Porque sabia que Deus tinha todo o poder sobre as injustiças que estavam a acontecer em Judá, mas, ao mesmo tempo, afirmava que se as mesmas ocorriam, ocorriam porque Deus permitia.
Vejamos a resposta de Deus a esta primeira oração…
V5-11 “Olhem para as nações vizinhas e ficarão espantados com o que vêem. Vou mostrar-vos coisas que nem acreditariam, se alguém vo-las contasse. Irei pôr em pé de guerra os caldeus, que são um povo cruel e pronto para percorrer o vasto mundo, conquistando terras que lhes não pertencem. Eles espalham o medo e o terror. Eles mesmos é que decidem o que é a justiça e a honra. Os seus cavalos são mais ligeiros que os leopardos, são mais esfomeados que os lobos do deserto. Os seus cavaleiros vêm de longe como águias que se lançam, de asas abertas, sobre a vítima. Todos se entregam à rapina cobiçando tudo o que aparece à sua frente. Os prisioneiros que apanham são tantos como a areia. Desprezam os reis, fazem troça dos governadores e riem-se das fortalezas, pois levantam rampas de acesso e conquistam-nas. Como o vento, eles mudam de rumo, cometem o erro de apenas reconhecer como deus a sua própria força”.
Deus responde então dizendo que não tolera qualquer tipo de iniquidade e por isso irá julgar a nação de Judá.
Ele irá castigar o povo de Judá através do povo adversário (os caldeus ou babilónios).
Deus sabe que isto será algo poderoso mas que ao mesmo tempo podia gerar confusão, porque eles vendo, não iriam crer, tanto é que o próprio Habacuque havia dito que os babilónios eram um povo que tinham valores morais e de justiça que desonravam o próprio Deus.
Com isto Deus estava a dizer: “Eu irei usar um povo espiritualmente corrupto para manifestar a minha justiça para com o meu povo”. E facto foi isto que aconteceu… Passado 10 anos, a Babilónia conquistou Judá e levou o povo para o exílio.
 Deus é Santo e justo, e por isso, irá julgar a todos e principalmente aqueles que fizeram mal contra os Seus filhos.
Deus não tolera a iniquidade.
Ao afirmar estas palavras a Habacuque, Deus mostra que Ele é digno de confiança e sabe perfeitamente aquilo que Ele faz. Os Seus planos são perfeitos. Então a Sua ira tinha que se manifestar perante a iniquidade.
Será que já temos essa noção?
Começamos a abrir a estrada para o Senhor Jesus.
Habacuque volta a falar com o Senhor face a esta resposta:
1:12-2:1: Porém tu existes desde sempre, ó SENHOR! És o meu Deus santo; não morreremos. Ó SENHOR, meu rochedo, que escolheste os caldeus para exercerem justiça e como aviso os estabeleceste. Os teus olhos são tão puros que não podem consentir o mal nem ter gosto em observar a iniquidade. Por que ficas então em silêncio ao veres os maus a destruírem aqueles que são inocentes? Por que tratas os homens como os peixes do mar ou como os bichos que não têm dono? Os caldeus apoderam-se das outras nações como o pescador se apodera do peixe que apanha com o anzol e com a rede. E sentem nisso enorme alegria. Por isso, adoram as suas próprias redes e queimam perfumes em sua honra, pois é com elas que recolhem comida saborosa e abundante. Continuarão eles a pescar com as suas redes e a massacrar sem compaixão as outras nações? Vou estar atento e vigilante como sentinela no seu posto, para ouvir o que o SENHOR irá dizer e que resposta irá dar às minhas queixas.
Será interessante pensarmos como Habacuque devia ter reagido às palavras de Deus. Ou seja, Deus disse que eliminaria a injustiça usando o povo inimigo para fazer a Sua obra.
No fundo, o profeta achava que simplesmente Deus, até por agir como estava a agir, não estava preocupado com eles!
Com estas palavras o profeta estava a dizer: “Deus Tu agirás é certo, mas não compreendo a forma pela qual Tu ages. Vais usar os caldeus ou babilónios para fazeres a Tua obra? Tu és Santo e vais usar um instrumento depravado?”.
Vemos a resposta de Deus no Capítulo 2, do versículo 2 ao 20.
Vamos apenas ver alguns versículos
V3-4 Ainda não chegou o tempo de se realizar esta visão, mas não deixará de se cumprir. Espera com confiança, mesmo que pareça demorar, pois chegará o seu momento próprio. Eis que o homem de más intenções não sobreviverá, e arrogante não tem a vida certa nele; mas o justo pela sua fé viverá.
13-14 Não é verdade que o SENHOR todo-poderoso faz com que o esforço dos povos acabe no fogo e que o cansaço das nações resulte em nada? De facto, toda a terra ficará a conhecer a glória do SENHOR, tão completamente como as águas enchem o mar.
20 O SENHOR, porém, está no seu santo templo. Que a terra inteira guarde silêncio diante dele.
Deus responde a Habacuque dizendo tão-somente que Ele sabe todas as coisas. Diz-lhe também que depois de usar o povo babilónio para julgar o Seu povo, certamente os iria julgar também.
Encontramos também algo importante aqui…
 Deus diz que agirá no Seu tempo e não no tempo que Habacuque achasse pertinente. Enquanto isso não acontecesse, o povo tinha que viver pela fé. Isto é, o Seu povo iria apenas conseguir viver com a fé depositada no Senhor dessa fé.
O próprio apóstolo Paulo usa este argumento nas cartas de Gálatas e Romanos. Ou seja, o povo não é salvo por causa da fé (a razão da salvação), mas é salvo por meio da fé em Cristo.
Deus termina esta diálogo dizendo a Habacuque para aguardar o tempo de Deus em plena reverência, isto é, saber aguardar com fé nas Suas promessas.
Lamentações 3:26 -> “Bom é ter esperança, e aguardar em silêncio a salvação do Senhor”.
Tremendo desafio para nós… Sabermos mostrar reverência na nossa dor!
Como mostrar essa reverência? Como ser feliz em qualquer circunstância? Habacuque dá-nos essa resposta na mudança da sua atitude perante as palavras de Deus…
Cap. 3:17-19: As figueiras não chegam a rebentar e as videiras não darão uvas, as oliveiras não produzirão os seus frutos, nem haverá nada para colher nos campos. Não haverá rebanhos de ovelhas, nem vacas, nos seus currais. Eu, porém, sinto alegria no SENHOR e sou feliz com Deus, meu salvador. O SENHOR meu Deus é a minha força. Torna os meus pés ligeiros como os do veado e guarda-me em segurança pelas alturas.
O profeta numa tremenda oração revela total reverência para com Deus, porque confiou nas Suas promessas e alegrou-se no Deus da sua Salvação. Não na salvação das circunstâncias difíceis, mas na Salvação da sua alma.
O ponto é este: Habacuque confiou em Deus mesmo nas circunstâncias difíceis porque percebeu que em Deus teria força e Esperança para viver em toda e qualquer situação. Isso alegrou o seu coração.

Em Habacuque aprendemos 4 lições:
1ª Lição: A boca de Deus pode estar fechada, mas a Obra das Suas mãos não pára.
Habacuque achava que Deus estava em silêncio porque não ouvia as Suas explicações para com o sofrimento do Seu povo. Para ele, Deus estava apático. Não achava resposta para as suas dúvidas.
Lembre-se… Ainda que possa não haver respostas às suas dúvidas, deve saber que Deus está a agir para a Sua Glória e por conseguinte para o seu bem.
Calvino:Onde Deus fechar Sua santa boca, eu desistirei do inquérito”.
Do que precisamos para dizermos que somos felizes?
Expressões como “Só precisava mesmo disto para ser feliz” revelam que ainda não temos plena satisfação em Cristo. E atenção… Estou a pregar também para mim. Porque Se eu só pregasse naquilo que eu sou perfeito, então eu não pregaria sobre nada. Se eu pregasse e não lutasse para ser perfeito, então aí eu seria um hipócrita.
Em Cristo encontramos a verdadeira Felicidade mesmo que as circunstâncias da nossa vida possam mostrar o contrário.
Lembre-se: O silêncio de Deus não é sinal da Sua ausência.
2ª Lição: É Deus quem manifesta a Sua justiça. Não somos nós.
Habacuque queria que Deus os dizimasse porque simplesmente queria ver o fogo dos céus sobre o povo que cometia enormes atrocidades.
Pelo facto de não vermos o fogo dos céus sobre os nossos inimigos, não significa que Deus não irá manifestar a Sua justiça.
Exemplo pessoal…
Romanos 12:19-20 “Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira, porque está escrito: Minha é a vingança; eu recompensarei, diz o Senhor. Portanto, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas de fogo sobre a sua cabeça”.
R. C. Sproul disse que “quando respondemos ao mal com o bem, expomos os nossos inimigos à ira de Deus e, se eles persistirem de maneira perversa enquanto lhe pagamos o bem com o mal que nos fizeram, aumentamos a culpa deles diante de Deus, isto é, então, amontoar brasas sobre suas cabeças”.
Então é Deus que manifesta a Sua justiça, não somos nós.
Em vez de pedirmos fogo dos céus para os nossos inimigos, devemos antes orar por eles.
Quem ama, ora. Quem ora, ama.
Habacuque percebeu que a Ira de Deus iria manifestar-se sobre os ímpios, porque Deus é Santo e Justo.
3ª Lição: Viver pela fé em Cristo é perceber que não devemos viver a nossa vida confiando no nosso desempenho pessoal mas no desempenho de Cristo.
Deus diz a Habacuque que o Seu povo viverá pela fé, isto é, o Seu povo viverá confiando naquilo que Deus faz e não naquilo que eles podem fazer.
Não há ninguém que mereça a Salvação de Deus e por isso todos aqueles que são chamados pelo Seu decreto (Rom. 8:38), são salvos por causa da Sua Graça.
Não há nenhuma condenação para aqueles que estão em Cristo Jesus conforme foi lido.
A nossa confiança está em Cristo e por isso não há nada, nem ninguém, que nos possa separar do amor do nosso Deus.
O tema deste livro é “O Justo viverá pela fé em Cristo Jesus”.
Noutra perspectiva, a fé não significa ver o roteiro, significa sim ver a eternidade que nos está proposta em Cristo, aguardando-a com reverência.
Devemos viver a vida em plena gratidão e não em murmuração, porque a murmuração não permite ouvir a voz de Deus e cega-nos face à Sua grande obra.
Esperar é confiar que Deus está a realizar a Sua obra.
Como temos gerido as nossas expectativas perante a acção de Deus na nossa vida?
Como temos gerido as nossas expectativas perante a acção de Deus para com as pessoas que estão à nossa volta?
Salmos 27:14 “Espera no Senhor, anima-te e Ele fortalecerá o teu coração”.
No entanto, não tenha problemas em expor com reverência a Deus a Sua dor. Não com exigência mas sabendo que Ele já está a agir para o seu bem.
4ª Lição: Este texto aponta-nos para Cristo porque Cristo viveu a Sua vida pela alegria que lhe estava proposta nos céus.
Habacuque termina a sua oração dizendo que podiam existir as maiores adversidades na sua vida mas que continuaria alegre no Deus da Sua Salvação.
Este é o exemplo de Cristo e como tal deve ser também vivido por nós.
Hebreus 12:1-2 “Estamos, pois, rodeados por esta enorme multidão de testemunhos de fé. Portanto, afastemos de nós o peso que nos impede de andar e o pecado que tão fortemente nos prende, e perseveremos na corrida que Deus nos propõe. Tenhamos os olhos postos em Jesus, de quem a nossa fé depende inteiramente. Ele suportou a morte na cruz, sem se importar com a vergonha que nisso havia, sabendo a alegria que o esperava. Agora está à direita do trono de Deus”.
Habacuque colocou os seus olhos em Deus.
Cristo colocou os seus olhos na eternidade. Ele passou por adversidades pelas quais ninguém atravessou e fez isso pela alegria que lhe estava proposta.
Cristo tinha Esperança.
Nós só conseguimos viver a vida se a nossa Esperança estiver nos céus.
Onde queremos colocar os nossos olhos?

Que Deus nos ajude