sexta-feira, 6 de junho de 2014

Jesus Cristo no Antigo Testamento... II Reis.

Hoje vamos encontrar a pessoa de Jesus Cristo no livro de II de Reis com a vida de Josias.
Contexto Social
Israel tinha sido dividido em dois. Reino do Norte (Israel) e o reino do Sul (Judá).
Israel já tinha sido levado em cativeiro pelos Assírios.
Josias foi Rei de Judá entre 629ac a 609ac e era bisneto de Ezequias e filho de Manassés, os quais foram também reis de Judá (13 e 14º).
O rei Ezequias, bisavô de Josias, procurou viver para Deus, destruindo todos os ídolos e procurou defender Judá da Assíria.
O seu problema foi que confiou no Egipto para assegurar a vitória dos ataques que estava a ter.
Ou seja, não confiou no Senhor e foi repreendido severamente pelo profeta Isaías.
O rei Manassés foi um dos piores reis de Judá. Reinou durante 55 anos. Foi o rei mais sangrento, chegando ao ponto de sacrificar o seu próprio filho ao deus Moloc.
Foi nesta altura que Judá ficou completamente idólatra e ligada ao ocultismo.
Por causa deste reinado, o Senhor Deus prometeu que Judá iria ser julgado levando assim com a Sua Ira (cativeiro).
No entanto, no fim da sua vida, Manassés arrependeu-se e reconheceu que apenas o Senhor é Deus.
Deus o perdoou na Sua maravilhosa Graça, mas, no entanto, o povo iria ter as suas consequências.
Depois de Manassés, chega Amon, o qual reinou dois anos e morreu logo. Imitou em tudo o seu pai.
O tema de Reis é: “A Graça gera o arrependimento e o pecado gera a ira”.
Hoje iremos perceber a “Estrada para Jesus” na vida do Rei Josias.
II Reis 22:1 “Josias tinha oito anos de idade quando subiu ao trono. Reinou durante trinta e um anos, em Jerusalém. A sua mãe chamava-se Jedida e era filha de Adaías e natural de Bocecat.”
Há uma diferença que analisando não é muita, mas em Crónicas refere que o Rei Josias procurou logo fazer reformas.* Tudo isto aconteceu quando Josias tinha 8 anos.
É neste ambiente que surge a preocupação de Josias com o Templo, pois este tinha sido desprezado durante muito tempo, desde 813ac.
Ou seja +- 200 anos sem fazerem qualquer obra.
O templo significava a presença de Deus em todo o seu esplendor. Ao não cuidarem do templo, revelavam o tipo de relação que tinham para com Deus.
Desprezar o templo, era desprezar a Deus.
Josias mandou então reconstruir o templo…
V8 a 10 Depois de ter recebido a mensagem, o sumo sacerdote informou Chafan de que tinha encontrado no templo o livro da lei e entregou-lho. Chafan leu-o, depois foi prestar contas ao rei da missão que lhe tinha confiado e disse-lhe: «Os sacerdotes esvaziaram o cofre do templo e entregaram o dinheiro aos encarregados das obras de reparação no templo do SENHOR.» Depois acrescentou: «O sumo sacerdote Hilquias entregou-me este livro.» E leu-o em voz alta para o rei.
O sumo-sacerdote achou o Livro da Lei e fez com que chegasse até Josias.
Durante 200 Anos, sensivelmente, os sacerdotes andavam a fazer o seu trabalho sem a Palavra de Deus.
Mantinham as actividades religiosas sem lerem as Escrituras.
Como é que é possível…? Alguns comentaristas sugerem que fora deixada de lado pois sabiam que a Lei obrigava-os a mudarem de estilo de vida. Outra possibilidade que podia ter acontecido, pensa-se que pelo facto de não a usarem, a Lei tinha-se perdido em algum lado.
Os líderes e por conseguinte o povo de Judá, só queriam as bênçãos e a protecção de Deus.
Não estavam dispostos a mudarem as suas vidas conforme a aliança feita com Abraão.
Por isso, Deus houvera dito que a Sua Ira iria recair sobre eles caso não se arrependessem.
V11-13 Sucedeu, pois, que, ouvindo o rei as palavras do livro da lei, rasgou as suas vestes. E o rei mandou a Hilquias, o sacerdote, a Aicão, filho de Safã, a Acbor, filho de Micaías, a Safã o escrivão e a Asaías, o servo do rei, dizendo: Ide, e consultai o Senhor por mim, pelo povo e por todo o Judá, acerca das palavras deste livro que se achou; porque grande é o furor do Senhor, que se acendeu contra nós; porquanto nossos pais não deram ouvidos às palavras deste livro, para fazerem conforme tudo quanto acerca de nós está escrito.
Ao ouvir as Escrituras o Rei Josias rasgou as suas vestes. Sinal de profunda tristeza e pesar, mas também de humilhação pública.
Ele reconhece assim, que a sua posição (a mais alta do Reino) de nada vale. Quando se rasgavam as vestes era sinal também de arrependimento face ao que estavam a ouvir.
Josias compreendeu assim a razão pela qual o povo estava a sofrer com as derrotas constantes… Simplesmente porque estavam desligados de Deus e da Sua Palavra.
Relembremos que Deus já tinha dito que Judá ia ser aniquilado (cativeiro) e mesmo assim eles continuaram com o estilo de vida que até então tinham.
Josias mandou alguém falar com a profetisa Hulda, para perceber melhor o que tinha a fazer, para alterar o rumo da situação. Percebeu claramente que não estava a glorificar a Deus.
Por causa desta atitude de arrependimento, vejamos o que aconteceu.
V19 E arrependeste-te e humilhaste-te diante de mim, quando ouviste o que eu disse a respeito de Jerusalém e dos seus habitantes. Tu arrependeste-te, rasgaste as tuas roupas em sinal de tristeza e choraste. Por isso, eu escutei a tua oração.
O Senhor ouve as orações daqueles que se humilham perante Ele. E mais, Deus transmite paz a esses corações.
Deus prometeu também a Josias, que enquanto ele fosse vivo, o povo de Judá seria protegido da Sua ira.
Josias apazigou assim a Ira de Deus sobre o povo.
Começamos a perceber a estrada para Jesus.
23:3 De pé, junto da coluna real, o rei renovou a aliança com o SENHOR, devendo cada um comprometer-se a ser fiel ao SENHOR, a obedecer de todo o seu coração e de toda a sua alma aos seus mandamentos, às suas instruções e preceitos, e a pôr em prática tudo o que está escrito no livro da aliança. E todo o povo aceitou o compromisso.
Josias, depois do arrependimento, agiu.
O arrependimento não leva a vidas estagnadas mas sim a vidas dinâmicas, em busca de Deus e na procura incessante de santidade.
Interessante notar que Josias não mudou a Palavra de Deus e nem tentou encontrar uma explicação para o erro do povo.
Em vez de justificar o pecado, Josias arrependeu-se.
Do Versículo 4 ao 23 vemos todas as reformas que ele fez e podemos ver um resumo das mesmas no V24.
V24 “Para obedecer às ordens do livro da lei, encontrado pelo sumo-sacerdote Hilquias no templo, Josias eliminou de Jerusalém e do resto de Judá todos os que praticavam espiritismo e bruxaria, os ídolos familiares e outros ídolos e outras coisas igualmente detestáveis que por ali se viam.”
Josias destruiu e mandou queimar (vestígios) todos os ídolos.
Acabou com o crematório para que ninguém mais queimasse os seus filhos.
Demoliu altares, santuários, todo o tipo de espiritismo e tudo o resto que fosse dedicados a deuses, quer em Judá como ainda o fez em Israel (Depois da morte do Rei da Assíria, Israel ficou ao abandono e daí ele ter podido ir mais longe). Ninguém o parava.
Josias eliminou tudo o que desagrava a Deus e que, por sua vez, tinha sido construído pelo seu pai Manassés.
Por causa da Graça de Deus, não houve ciclos familiares de pecado, porque a Graça (tema do livro) gera arrependimento.
Vemos também que Josias renovou a aliança com o Senhor e por conseguinte, leu as Escrituras em voz alta.
Temos de dar graças a Deus pela Igreja Baptista da Graça, porque temos prazer em ler as sagradas escrituras em voz alta. Esperemos que seja assim também com a Oração.
Em certo sentido, o prazer que acontece na nossa vida espiritual em privado (oração e leitura da Palavra) nota-se e reflecte-se na nossa adoração pública.
O Rei Josias ordenou que o povo o tinha que seguir e viver as reformas que por ele tinham sido ditas. Iremos depois perceber se o povo o seguiu de coração ou foi apenas um mero cumprimento.
O povo voltou a celebrar a Páscoa a qual tinha sido abandonada desde os tempos dos juízes. Ou seja, 400 Anos sem celebrarem a Deus pela libertação que tiveram os seus antecessores.
Como temos percebido, temos mente curta na celebração (lembramo-nos muito pouco daquilo que Deus fez) e uma mente grande na petição (na concretização da nossa vontade).
Deus houvera prometido e cumpriu.
Josias apazigou a Ira de Deus por causa daquilo que fez, melhor dizendo, por causa daquilo que Deus fez na Sua vida através da Sua Palavra.
O que será que aconteceu depois?
A seguir veio um rei quase tão mau como Manassés, Rei Jeoquim. Ele leu a Lei e a rasgou (contraste com Josias).
O povo também, a seguir à morte de Josias, voltou às práticas de idolatria, pois as suas mudanças verificaram-se no exterior e não no interior.
Por mais mudanças que possam existir, mesmo após sendo clamadas pelo pastor ou por alguém, se não formos transformados pela Palavra, tudo se torna em vão.
Todas as mudanças têm que estar baseadas em quem Deus é e não no “vou fazer porque acho que é bom”.
Depois de Josias morrer, a ira de Deus manifestou-se contra o povo de Judá.
Com Josias aprendemos 3 lições:
1ª Lição: As nossas vidas têm de apontar a Cristo
Na vida de Josias percebemos então o caminho para o Senhor Jesus. Toda a Bíblia aponta para Cristo conforme temos visto.
Uma leitura ou interpretação errada deste texto podia dizer que se fizermos todas as reformas necessárias na nossa vida vamos ser vitoriosos em tudo. Ou seja, basta sermos como Josias...
Josias não é o significado daquilo que pode obter de Deus mas sim de como tem que viver para Ele.
A verdade é que este texto mostra que Josias acalmou a Ira de Deus mostrando assim o que iria acontecer mais tarde.
Isto é, Josias apazigou a Ira de Deus, no entanto, Cristo levou sobre si essa ira.
Josias abençoou com a sua vida ao fazer as reformas que percebeu que tinham de ser feitas. A sua vida foi importante apenas enquanto esteve vivo.
Por outro lado, Jesus não só abençoou com a Sua vida mas também deu a Sua vida para nós termos Vida. A vida de Jesus teve impacto tanto naquele momento como para todo o sempre. Teremos uma eternidade para o comprovar.
Conforme vimos em Filipenses, na vida e na morte é Cristo quem dá significado. É Cristo que dá Vida na vida e dá Vida na Morte.
O nosso foco só pode ser Jesus. A nossa vida tem de ser sobre Jesus.
Toda a nossa vida tem de ser sobre Jesus. Mais uma vez, não podemos compartimentar as áreas da nossa vida.
Onde estiver o nosso prazer, aí estará o nosso foco.
2ª Lição: A nossa maior necessidade é do Evangelho.
O povo de Judá esteve 200 anos sem escutar a Palavra.
Como é que uma congregação se mantém fiel ao Senhor ao longo dos anos? Alimentando-se da Palavra. Da pregação do Verdadeiro Evangelho.
O Evangelho é a nossa maior necessidade e é dele que nos temos de alimentar (nutrir*) e partilhar.
Não há como estar cheio e deixar de partilhar.
Muitas vezes não somos intencionais nos nossos relacionamentos e na forma como vivemos a vida.
A Palavra de Deus tem de estar no centro das nossas vidas porque são as Escrituras que apontam o caminho.
Em certo sentido, quem quer apenas Deus e rejeita a Sua Palavra, no sentido que não a lê e nem a estuda, deseja apenas ser abençoado, talvez achando que merece as bênçãos de Deus, e não deseja ver a sua vida modificada.
Precisamos de ler a Palavra e a estudar em família*.
Precisamos de ensinar aos nossos filhos que a Palavra é muito importante e por isso tem de ser lida*.
Voltemos à boa prática do culto doméstico.
Como foi bom, há 15 dias atrás, vermos o Miguel a ter o desejo de orar publicamente.
Se a Palavra não está no centro do nosso lar, é porque Deus ainda não é o Senhor.
Tal como vimos, o prazer que acontece na nossa vida espiritual em privado, nota-se e reflecte-se na nossa adoração pública.
No entanto, quando o nosso coração não está em Deus, chegamos ao ponto de usarmos actos exteriores de adoração que são apenas máscaras de um coração ligado ao mundo e ao nosso conforto.
3ª Lição: O arrependimento envolve acção.
As reformas de Josias são o sinal da santificação que um “Nascido de Deus” tem que realizar na sua vida através da força e da vontade concedidas pelo Espírito Santo.
Percebemos que o arrependimento não gera vidas estagnadas, gera sim vidas dinâmicas em busca de Deus e na procura incessante de santidade.
Em certo sentido, o pecado é igual a um tipo de político em altura de eleições, promete mundos e fundos, e no entanto nunca cumpre essas promessas.
Então, o pecado promete apenas aquilo que Cristo tem poder para fazer na nossa vida. Dar o verdadeiro prazer e a real liberdade.
Conforme vimos em Josias, não há elos pecaminosos que não possam ser quebrados em Cristo.
Ser como Cristo deve ser o nosso desejo e tudo começa no arrependimento.
Ainda há arrependimento nas nossas vidas?
Quando o nosso pecado é confrontado, é natural que surja dor, no entanto, o perdão é suave.
Não tente explicar as suas falhas. Arrependa-se.
Enquanto acharmos que são os nossos egos que estão em causa, e não o Evangelho, o arrependimento nunca irá surgir.

Jesus veio dar àquele a quem o Pai lhe deu (João 10) a maior mudança que pode haver --> Dar vida àqueles que estavam mortos espiritualmente (Ef.2:1). 

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