sábado, 28 de junho de 2014

Jesus Cristo no Antigo Testamento... Miqueias.

Miqueias significa “Quem é como o Senhor?”
Não temos informação da sua linhagem mas o significado do seu nome mostra que pertencia a uma família temente a Deus*.
Miqueias viveu na cidade de Moresete perto dos montes de Judá. Ou seja, era do interior. No entanto, Deus escolheu-o para uma tarefa importante. Este aspecto terá a sua relevância para a compreensão do texto.
A mensagem tem como destinatário os dois reinos, mas a ênfase está no Reino do Sul.
Conforme vimos a semana passada, não havia guerras embora a paz estivesse quase a acabar por causa do pecado do povo.
Quando derrotaram o reino do Norte, muitas pessoas fugiram para o Sul e isso fez com que o povo do Sul aprendesse com os costumes pagãos do Norte.
Percebemos também, a semana passada, que os líderes de Judá eram corruptos e cometiam crimes hediondos contra o povo.
O objectivo do livro passa por repreender as práticas pecaminosas e advertir contra a falta de valores pessoais e sociais.
Miqueias advertiu o povo, durante a primeira parte do livro, dizendo que o julgamento de Deus estava para vir, só que, para eles, nada fazia sentido porque viviam numa paz completa, embora fosse circunstancial.
Quando tudo está bem, muitas vezes não ouvimos as chamadas de atenção que nos são dadas. E o povo não ouvia Miqueias.
Percebemos, este tipo de coisas, constantemente, em todo o AT. A paz fazia com que as pessoas não ouvissem as advertências de Deus.
Muitas vezes houve sofrimento para que, então, ouvissem a voz de Deus.
O livro de Miqueias divide-se em 3 partes: Os pecados do povo; O anúncio do Juízo contra o povo; Promessa de bênção no Messias.
O tema do livro de Miqueias é “Em Deus há esperança”.
Miqueias 5:1 Quanto a ti, Belém, no clã de Efrata, embora sejas tão pequena entre as terras de Judá, de ti farei sair aquele que vai ser o guia de Israel; ele descende duma família, cuja origem vem dos tempos mais antigos.
Depois de Miqueias ter sido usado por Deus para expor os pecados e o consequente juízo de Deus sobre os pecadores, o profeta fala da esperança que há no próprio Deus.
Para o pecador arrependido existe sempre Esperança.
Esta Esperança vem de Belém que significa “Casa do Pão” e Efrata que significa “Fertilidade”.
Ou seja, vem de um sítio considerado frutífero.
Miqueias quis dar a ênfase à Esperança e mostrar que a mesma vem de um sítio insignificante de uma pequena aldeia ou vila.
Percebemos isso quando não encontramos este nome nas cidades importantes de Judá descritas em Josué 13 e Neemias 11.
Belém era a terra de David e também a terra de Noemi e por conseguinte a terra onde Rute foi viver (vimos isso há pouco tempo).
Deus faz a Sua obra através de coisas pequenas, sem muito valor e através dessa obra nasce alguém de imenso valor que muda a nossa história de uma tal maneira que mexe com toda a eternidade.
No original encontramos o pronome “me” que se revela importante e dá uma ênfase ainda maior à origem de tudo o que vai acontecer.
Diz o texto no original, “De ti me sairá”. Isto mostra que a vinda da Esperança tem como fim cumprir os propósitos de Deus e vem do próprio (pessoa) Deus.
Vem da vontade do Pai para realizar o plano do próprio Pai.
Esta Esperança é Jesus.
O interessante, é que esta profecia foi feita 700 anos antes da sua concretização e foi cumprida em todos os seus detalhes.
Se repararmos em Mateus 2:5-6, Maria não viveu em Belém.
No entanto, por decreto do imperador, José e Maria viajaram até a cidade de Belém, onde Jesus então nasceu.
Aparentemente havia várias dificuldades, mas no fim de tudo, percebeu-se que tudo o que aconteceu foi por decreto de Deus.
Não por causa da Sua presciência, mas porque Deus ordenou e controlou cada momento. Isto dá-nos confiança sobre a veracidade das Escrituras.
Vale a pena confiar a Deus os reveses da nossa vida.
Percebemos ainda no texto que esta Esperança vem desde os tempos antigos, ou seja, a Esperança não está circunscrita ao tempo.
A ideia, no original, passa por mostrar que Cristo, a nossa Esperança, existiu desde sempre e agiu e agirá em todos os momentos da nossa vida.
Alguém que existiu desde sempre e que vai nascer em Belém. O ponto aqui também é dar ênfase à divindade da pessoa de Jesus Cristo e à Sua humanidade aquando a Sua chegada até nós.
100% Humano e 100% divino. Chama-se a esta união, união hipostática.  
V2 Por isso, o SENHOR abandonará o seu povo, mas só até que dê à luz a mulher que espera um filho. Os que tiverem sobrevivido ao exílio hão-de juntar-se então aos outros israelitas.
Num momento catastrófico para o povo, Deus traz Esperança. Não um alento qualquer.
Esta Esperança não são frases de motivação ou de auto-ajuda. Esta Esperança é a vida do Seu próprio filho.
Jesus Cristo é o cumprimento de todas as promessas do Antigo Testamento.
Ao confiarmos em Cristo, estamos a confiar que n’Ele iremos herdar as promessas.
Romanos 15:8 – “Digo, pois, que Jesus Cristo foi ministro da circuncisão, por causa da verdade de Deus, para que confirmasse as promessas feitas aos pais”.
2 Coríntios 1:20 – “Porque todas quantas promessas há de Deus, são nele sim, e por ele o Amém, para glória de Deus por nós”.
Então, o que vemos aqui, é que num momento difícil o qual podia eliminar de vez o povo de Israel, Deus promete que a linhagem de Davi iria continuar.
O reino do Norte foi destruído e o Reino do Sul estava quase a receber o julgamento de Deus.
No meio do caos, por causa da desobediência a Deus, o próprio Deus traz uma mensagem de paz e de Esperança. Maravilhosa Graça.
No entanto, o povo ainda ia passar por um momento de sofrimento (700 anos), como se fossem as dores de parto* antes de dar à luz o Libertador.
Vale a pena confiar nas promessas de Deus.
Vale a pena termos Esperança no meio das adversidades.
Jeremias 29:11 “Pois eu sei os planos que tenho para vós. São planos de prosperidade e não de desgraça, planos que se concretizarão num futuro de esperança”.
Ainda confiamos nesta Esperança?
V3 Quando esse guia vier, conduzirá o seu povo com firmeza, graças ao seu poder e à presença gloriosa do SENHOR, seu Deus. O seu povo viverá em segurança, porque a grandeza do SENHOR será reconhecida até aos confins da terra;
O povo já estava perdido e sem rumo nesta fase. O livro de Miqueias contempla algumas fases.
No entanto, o profeta Miqueias disse que iria chegar aquele que iria guiar o povo a pastos verdejantes (Salmos 23).
Imaginemos o que é, estar no meio do caos e mesmo assim sentir a Esperança em alguém sabendo que essa pessoa está no controlo e, face a isso, guia-nos diariamente.
Como seria bom e confortante ouvir estas palavras?
Se confiamos em Cristo, esta promessa é para nós também.
Diz-nos o texto que não é de uma forma qualquer.
Essa Esperança estará connosco e irá apascentar-nos na força do próprio Deus. Saber disto faz-nos andar seguros porque a Sua grandeza não tem limites.
Tendo ainda a certeza e que o Seu nome será conhecido em todas as nações (Podemos ver aqui as referências a Filipenses).
Refere ainda o texto que Cristo irá apascentar-nos e dar-nos assim o que nós precisamos.
Significa isso, que não vai haver necessidade alguma que não esteja satisfeita em Cristo. Que gloriosa promessa.
Então, este texto remete-nos para a esperança que veio em Cristo, aquando a Sua primeira vinda pronunciando assim a Sua Segunda vinda.
V4 E assim vai reinar a paz.
Num contexto de guerra, perturbação e onde aparentemente não havia futuro, Miqueias diz que virá a paz sobre aqueles que confiam nessa Esperança.
Nos versículos a seguir, percebemos que para uns será sinal de julgamento eterno face aos desígnios de Deus.
Apenas uma nota, antes de haver esta paz plena na terra, podemos ter a paz com o nosso Deus no imediato.
Se nos arrependermos dos nossos pecados, a Sua irá será retirada de nós e ser-nos-á dada a Sua justiça. E isso traz-nos paz.
Romanos 5:1 “Portanto, uma vez que fomos justificados pela fé, estamos em paz com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo.”
Como é bom sabermos que no meio da tribulação na nossa vida haverá um dia em que viveremos numa plena paz com Deus e com o mundo (Shalom)?
Sentimos esta Esperança?
Em Deus há Esperança… É o tema de Miqueias.

Com Miqueias podemos aprender 4 lições:
Precisamos de ouvir a voz de Deus.
O povo estava a viver em paz e não percebia os avisos de Deus. Por isso, sofreu o cativeiro e por causa disso sofreu imenso.
Em certo sentido, quando as circunstâncias da nossa vida aparentemente estão bem, há alguns avisos da parte de Deus que não são atendidos.
Daí, e nem sempre essa é a causa, há situações que nos acontecem para que os nossos olhos possam ter o foco que precisamos para a nossa vida.
Precisamos escutar a Deus*. Necessitamos de sentir o poder da Cruz de Cristo*. Carecemos do discernimento do Espírito Santo*.
Nos bons e nos momentos mais difíceis da nossa vida tudo tem que apontar a Cristo.
Por isso, precisamos de ouvir o que Ele tem para nos dizer.
Ainda anseia pela voz de Deus? Ainda sente prazer nisso?
Deus usa coisas inesperadas e insignificantes para salientar que Ele é todo-poderoso. Também para percebermos que toda a Glória deve ser dada a Ele.
Da vila pequena de Belém nasceu o Redentor. Não da capital mas de um lugar que ninguém depositava confiança.
Ser vaso nas mãos de Deus é compreender que Ele faz de nós, não aquilo que desejamos, mas aquilo que Ele quer e da forma que pretender.
Não são as coisas grandiosas que chamam a atenção a Deus e muito menos a nossa pseudo majestade.
II Crónicas 16:9É que o SENHOR está atento ao que se passa na terra, para dar força aos que confiam nele com todo o coração.”
Salmos 34:18-19O SENHOR atende o clamor dos justos e livra-os de todas as suas angústias. O SENHOR está perto dos que têm um coração contrito; ele salva aqueles que já não têm esperança”.
Às vezes podemos desejar ser como os outros ou ter o que os outros têm, no entanto, temos que saber que pela Graça de Deus somos aquilo que somos (I Cor. 15:10) e a Sua Graça nos basta (II Cor. 12:9).
Deus usa as nossas vidas independentemente da nossa pequenez.
Podemos sentir paz mesmo no meio da adversidade olhando para Cristo.
Miqueias 7:7, 18-20 Eu, porém, tenho esperança no SENHOR, ponho a minha confiança em Deus*, que me salva*; e o meu Deus ouvirá o meu apelo*.
Ó Deus, não há outro deus como tu*, que esqueces e perdoas a rebeldia e os pecados do que ainda resta do teu povo! Tu não manténs a tua ira para sempre* e nos mostras com agrado o teu amor.
Mais uma vez, tem compaixão de nós; esquece os nossos crimes e lança os nossos pecados no fundo do mar!
Manifesta o teu amor e fidelidade para com os descendentes de Abraão e de Jacob, como prometeste aos nossos antepassados, desde os tempos mais antigos”.
Pecado confessado*, Deus o atira para o mais fundo do abismo.
Deus não nos julga segundo o nosso pecado mas segundo o que Cristo fez na Cruz.
Conforme diz Tim Keller no livro “A Cruz do Rei”: “Na cruz Jesus recebeu aquilo que nós merecíamos: O pecado, a culpa e a condição decaída do mundo recaíram sobre Ele. Ele amou-nos tanto, que tomou sobre Si a Justiça divina para que pudéssemos ter livre passagem, para sempre”.
Podemos sentir Esperança, mesmo nos momentos de desânimo, olhando para o Futuro que temos em Cristo.
O povo estava desalentado e Miqueias dá Esperança.
Não livrou o povo dos problemas mas mostrou-lhe que esses problemas dentro de pouco tempo deixariam de fazer sentido.
Esta é a promessa que temos em Cristo - II Cor. 4:17-18 As aflições do momento presente são leves, comparadas com a grande e eterna glória que elas nos preparam. Não fixamos a nossa atenção nas coisas que estão à vista, mas naquelas que ainda se não vêem. Pois o que se vê é passageiro, mas o que ainda se não vê é eterno”.
Temos Esperança na Eternidade mesmo não sabendo nada sobre o amanhã. E temos esperança porque essa esperança em parte já se revelou em Cristo e em breve irá revelar-se novamente.
Para onde olhamos nos momentos mais duros da nossa vida? Para onde nos viramos quando o desânimo nos bate à porta?
Descansemos porque Deus é Deus.
Descansemos porque Ele age na Sua graça e não pelos nossos merecimentos.
Vivamos pois as verdades do Evangelho. Conforme disse Moody, “Um dos grandes problemas que temos é o tráfico de verdades não vividas”.
Nos momentos difíceis, lembre-se de Apocalipse 21:4 E Deus limpará de seus olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas”.

Que Deus nos ajude.

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