Resumo da Semana
Passada
1º Acreditamos que a Palavra é a única regra
de fé e de prática. Acreditamos na sua Suficiência e Inerrância. Toda a Palavra
é inspirada por Deus.
2 Timóteo 3:16:Toda a Escritura é divinamente
inspirada, e proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para
instruir em justiça;
2º A Santificação é uma obra de Deus onde o homem coopera. Deus coloca a vontade e o
desejo no coração e nós respondemos afirmativamente a essa ordem.
3º Cristão vive em constante processo de Santificação e isso é a
prova clara que houve Regeneração e Justificação.
4º A Santificação deve ser vista e reflectida em qualquer domínio da
nossa vida. Na ausência da mesma, toda uma comunidade sofre.
5º O Evangelho tem de ser proclamado contudo também tem que se viver as suas
consequências. Não se pode desassociar a proclamação da vivência.
Filipenses 2:19-30
Relembremos que a Igreja de Filipos tinha o seu líder preso,
o qual corria sérios riscos de vida.
A Igreja, como comunidade, sofria perseguição por seguirem a
Cristo. Contudo, a grande preocupação do Apóstolo não era o sofrimento, mas o facto de eles viverem em desarmonia.
Paulo aponta toda a plenitude da
sua vida a Cristo na proclamação do Evangelho, mesmo estando
algemado. Tanto é, que sente a necessidade de cuidar do rebanho de Deus.
A Humildade
reflecte-se em gratidão e obediência a Deus.
Essa foi a medida que Cristo nos deixou quando foi à Cruz,
pois num gesto de total humildade, sofreu humilhação mas ainda pior do que isso,
levou sobre si a ira de Deus, para
que aqueles que se arrependam dos seus
pecados e têm fé em Jesus Cristo tenham acesso ao Pai com a Justiça do
próprio Cristo.
Este texto fala-nos
de vidas consagradas ao Senhor e de
como as mesmas devem reflectir essa
dedicação perante a Sua Igreja.
Não há como dizer que se é Cristão e depois não servir a
Igreja de Cristo.
19 Espero no Senhor enviar-vos brevemente Timóteo, para
também eu ficar cheio de ânimo quando tiver notícias vossas.
Toda a vida de Paulo aponta
a Cristo. E um dos sinais evidentes dessa vivência está na sua dependência para com a acção de Deus.
Lemos neste versículo que Paulo
espera em Cristo para que, se possível, algo acontecer. Não no sentido de exigência mas de gratidão
por aquilo que irá acontecer.
Deus tem o
melhor para nós daí podermos agradecer-Lhe os nossos pedidos mesmo antes de serem respondidos. Ou
então, como diz Paulo no cap. 4,
entregar as súplicas já com acções de graça.
Hoje em dia existe uma heresia,
a qual os teólogos chamam de “Teologia de
Confissão Positiva”. Definição: “substitui a fé em Deus pela
habilidade de ter fé em si mesmo. O simples fato de confessar positivamente o
que se crê faz com que o desejo confessado aconteça”.
É tão simples quanto isto: achamos que o poder está em nós para as coisas acontecerem, sendo que para isso basta ter fé. Depois, quando
as coisas não se realizam, entramos em depressão espiritual porque
achamos que afinal a nossa fé é vã ou que falhámos algum passo
“mágico”. (situação no Acampamento)
Esta ideia destrói por
completo a Soberania de Deus, coloca
a ênfase no homem, dá mais importância à
palavra humana do que à Palavra de Deus e é algo bastante recente
na história da Igreja*.
Esta heresia está a entrar subtilmente na vida das nossas igrejas e percebemos isso quando
ouvimos alguém a dizer “Se tiver fé vai ver que vai ficar tudo bem” em vez de
dizermos tão-somente “Vamos orar para que Deus cumpra Sua vontade
independentemente da nossa que é a cura”. (António*)
1 João 5:14: “E esta é a confiança que temos nele,
que, se pedirmos alguma coisa, segundo a Sua vontade, Ele nos ouve”.
O apóstolo Paulo coloca-se no lugar dele, se o Senhor
quiser, algo acontecerá. Isto porque entende que no fim é sempre a vontade de Deus a prevalecer.
Estaremos dispostos a
isso na nossa vida?
Entendendo Salmos 37 – Deleitar; Desejos do teu
coração.
Voltando ao texto, o apóstolo Paulo
tinha o desejo, caso Deus permitisse, de enviar o seu discípulo Timóteo
quando a sua situação tivesse resolvida (v. 23).
Timóteo era a pessoa que Paulo enviava como seu interlocutor nas
igrejas que tinha fundado. Enviou-o a Tessalonica e a Corinto conforme lemos
nessas cartas.
Reparemos, mais uma vez, que a alegria de Paulo passava por simplesmente ouvir
que os Filipenses estavam bem e que viviam em Harmonia entre eles.
A sua alegria estava dependente de ver a
Igreja de Cristo saudável. Não podemos ver uma Igreja a passar por momentos difíceis e ficarmos
como se nada fosse. A Igreja é a noiva de Cristo, tratemo-la como tal.
Daí termos de ser sérios na forma como lidamos com a vida da
Igreja. Santificação, Oração, Pontualidade, Responsabilidades, etc.
20 Não tenho nenhum outro tão unido a mim e que assim se
preocupe tanto convosco.
Timóteo já tinha estado em Filipos com Paulo na proclamação
do Evangelho e na implantação da Igreja (Actos 16).
Paulo usou neste versículo uma expressão semelhante ao v.2 para
referir-se à sua relação com Timóteo “sejais
unidos de alma”.
Ele tinha pedido para que vivessem assim, porque ele
próprio vivia
nesta atitude para com os seus companheiros no ministério. Coerência e integridade.
Diz-nos
o texto que Paulo sentia que ele e Timóteo viviam em Unidade de Alma, e, conforme
vimos na altura, significa unidos no
mesmo Espírito, unidos em harmonia, tendo os mesmos desejos, paixões
e ambições… Glorificar o nome de
Cristo para todo o sempre.
“Ser
como Cristo”, tema central da carta, passará
por vermos as coisas como Cristo veria
e responder com os mesmos sentimentos
que Cristo responderia.
Paulo e Timóteo sempre trabalharam juntos e em harmonia que tornou-se evidente para todos que
quem dirigia tudo o que faziam era a
Mente de Cristo.
Por isso, a necessidade da Igreja de Filipos, num momento
conturbado, ter uma pessoa como Timóteo.
21 Todos os outros se preocupam apenas com os seus interesses
e não com os de Jesus Cristo.
Lemos em 2 Timóteo 1:15 o seguinte: “Bem sabes isto,
que os que estão na Ásia todos se apartaram de mim; entre os quais foram Figelo
e Hermógenes”.
Quem vive a vida em busca
dos seus interesses pessoais não pode viver segundo os interesses de Cristo.
A nossa miséria é grande
quando achamos que algo é nosso por direito.
Tememos que
Deus toque na nossa vida de tal forma que tenhamos que mudar os
nossos conceitos de felicidade,
conforto e paz.
Vinda para cá: “Se for da vontade de Deus tudo te irá correr
bem mas se não for, irás ter muitos problemas”. Terá esta frase respaldo
bíblico? (Jesus Cristo).
Na verdade, conforme diz Mark Dever, “Os nossos medos
sobre o futuro são enraizados naqueles lugares onde a nossa vontade difere da
vontade de Deus”.
Por outro lado, podemos
perder certas coisas na vida para percebermos que Cristo
tem de ser o nosso bem Supremo. Para percebermos que Cristo é Suficiente para nós.
Toda a nossa vida é Cristo. Toda a nossa vida tem de resplandecer a
imagem de Cristo. Toda a nossa vida
é ministério. Acreditamos no Sacerdócio Universal.
Não é a nossa vida que está em
causa é o Evangelho.
Cuidamos dos
interesses de Cristo quando…
Vida Pessoal – Intimidade com Deus; Santidade;
Vida Familiar – Cada um cumpre as suas funções.
Cultivar a Santidade nos relacionamentos (Salmos 101:2); Devocional
entre o casal (a melhor intimidade será sempre a intimidade espiritual); Culto
Doméstico (pais e filhos);
Trabalho – Se todos somos sacerdotes,
o seu trabalho tem de ser encarado como ministério.
Encararemos o trabalho, não pelo dinheiro, mas como o local que Deus nos está a
usar para mostrarmos Cristo como a pessoa mais importante para nós.
Se toda a nossa
vida não é ministério, nada é ministério.
Por isso quando alguém pergunta quem foi chamado para o
ministério, todos nós devemos responder
que sim, porque acreditamos que todos nós somos ministros do Evangelho, uns sendo pastores, outros professores,
profissionais de saúde, informáticos, reformados, etc…
Timóteo encarava a vida
como ministério, tanto é, que ao servir os interesses dos Cristãos
em Filipos, ele sabia que estava primeiramente
a servir a Cristo. Ou seja, servia a Cristo
servindo a Igreja.
Não há como dizer
que se é Cristão e depois não servir a Igreja de Cristo.
Nota: Podemos até ser religiosos mas não sermos cristãos: Mateus 7:21: “Nem todo o que me diz: Senhor,
Senhor! Entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que
está nos céus.”
Então
as nossas vidas devem ser vividas para
Ele, através d’Ele, para Ele, com Ele, e sobre Ele.
Tudo
é sobre a pessoa de Jesus Cristo na nossa vida.
Romanos 11:36"Porque dele e
por Ele, e para Ele, são todas as coisas; glória, pois, a Ele
eternamente."
22 Mas quanto a Timóteo, bem sabem como deu provas da sua
virtude e como trabalhou comigo ao serviço do evangelho, como se fosse um filho
com o seu pai.
Na igreja de Filipos cada
um buscava os seus próprios interesses, o que gerava várias disputas. Era
necessário alguém que mostrasse seriedade
perante o Evangelho e a Igreja de Cristo. Alguém que fosse servo e não alguém que estivesse à espera de ser servido.
Importante notar que Paulo
aponta toda a medida a Cristo, depois usa o seu exemplo e posteriormente o de
Timóteo e Epafrodito para evidenciar que
é possível viver como Cristo.
Auto
negação, Humildade e Obediência são as marcas de Jesus, do
Apóstolo Paulo, Timóteo e Epafrodito.
Quais tem sido as marcas da Igreja Baptista da Graça?
Estas 3 marcas são importantes para a União da Igreja e proclamação do
Evangelho.
23 Espero enviá-lo, logo que saiba como vai terminar a minha
situação.
Provavelmente Paulo queria que a sua situação fosse
resolvida para que Timóteo levasse as últimas notícias.
24 Confio no Senhor que também eu irei ver-vos brevemente.
Vemos neste versículo, uma vez mais, que os planos de Paulo estavam sujeitos à
Soberania de Deus.
Quando assim é, colocamo-nos no nosso devido lugar
face ao Criador e sustentador de todas as coisas.
25 Julguei que também era conveniente mandar-vos Epafrodito,
irmão e companheiro de trabalho e de lutas, vosso enviado para me ajudar nas
minhas necessidades.
Aquando a prisão de Paulo, a Igreja de Filipos achou por bem enviar Epafrodito para fazer face às
dificuldades financeiras e, também,
para saber notícias do líder espiritual deles.
Diz-nos o texto que foi enviado.
A ideia da Palavra é “apóstolo”
não no sentido de ofício mas de função.
Vimos isso logo no início da carta mas é importante
voltar a referir. No NT há diferença
entre o ofício e dom. As pessoas podem ter alguns dons mas não terem os outros requisitos para os
ofícios.
Para ser Apóstolo (Ofício) teria que ter
estado com a pessoa de Jesus. Por isso não temos mais Apóstolos nos
dias de hoje, como oficiais na Igreja. Mas pode ser apóstolo no sentido
de enviado numa missão (Tiago Oliveira-enviado numa missão).
Assim como no pastorado, uma pessoa pode ter o dom de
pastor mas não ter as restantes qualificações para o ministério.
Nunca esquecer da importância de se diferenciar Dom, que são
vários, dos Ofícios da Igreja (Presbitério e Diaconato).
26 Ele tem tido muitas saudades de todos e tem andado
preocupado convosco, por terem ouvido que ele estava doente.
Podemos ver como Epafrodito, Paulo e Timóteo eram “Unidos de
Alma” resplandecendo assim a imagem que Cristo tinha deixado.
Apesar do sofrimento
a que estava cometido, Epafrodito manifestava preocupação com a Igreja
porque não queria de forma alguma que a sua situação pudesse
interferir com a saúde da Igreja.
Por outro lado, vemos uma comunidade
preocupada e ansiosa por saber o estado de
saúde de um dos seus presbíteros.
Amor genuíno que deve
existir. Cuidado mútuo.
Situação doença – Igreja.
27 É verdade que esteve doente, mesmo quase a morrer, mas
Deus compadeceu-se dele, e não só dele mas também de mim, para que eu não
tivesse mais aflições do que as que já tenho.
Reparemos… Alguém que estava doente e em risco de vida, continuava
com o seu objectivo principal… Servir a Cristo, servindo a Igreja.
Epafrodito podia ter
desistido da missão que lhe fora confiada, até tinha legitimidade para
tal, contudo sabia que era uma missão
de Deus e por isso tinha de cumprir até ao fim.
Se Deus o tinha enviado
naquela missão, teria de ser o próprio Deus a terminar
aquela função, nem que para isso lhe custasse a vida.
Tal como o Apóstolo Paulo, Epafrodito também vivia estas palavras… “Porque o Viver é Cristo e o morrer é Ganho”.
Fazemos a vontade de Deus quando?
1º Apenas com a segurança da família
garantida?
2º Quando sabemos o roteiro?
3º Quando sabemos que o fim aqui na terra será
bom?
Não olhe tanto para a
vida em si e para as circunstâncias. Olhe sim para o fim para qual devemos viver a nossa vida… Espalhar a Glória de Deus, tornado assim o
Seu nome conhecido. Mesmo que para isso seja preciso sofrer ou morrer.
Nota sobre a doença:
1º Nem toda a doença é consequência do pecado.
2º Nem sempre é a vontade de Deus a cura imediata. A
recuperação de Epafrodito foi lenta e dolorosa.
3º Conforme lemos no versículo, a cura é algo que acontece
pela compaixão de Deus e não coisa que possamos determinar,
apesar de podermos pedir que a Sua vontade seja feita.
4º Nem sempre há cura. Aceitemos a Sua Soberania
mesmo que isso possa trazer lágrimas…
Interessante também notar neste versículo, que Paulo mostrou
todo o seu amor por Epafrodito, porque se
ele morresse, isso seria para si doloroso. Paulo
sabia que Epafrodito tinha ficado doente ao cumprir
uma missão da Igreja para o ir ajudar.
28 E por isso vou mandá-lo o mais depressa possível, para que
sintam a alegria de o verem novamente e para que eu fique menos preocupado.
Novamente aqui a humildade do Apóstolo Paulo. A sua alegria
e conforto passavam por saber que
aqueles irmãos estavam bem e que nada
perturbava as suas vidas.
Preferia ficar sem Epafrodito do
que ver uma comunidade preocupada com o seu companheiro.
Mais uma vez, não é Epafrodito que desiste da Missão que
lhe fora confiada mas sim Paulo que o reencaminha para a Igreja em
Filipos. Esta explicação existiu para que não pensassem que houvera algum tipo de desistência de
Epafrodito e, por conseguinte, não o honrassem por tal.
29 Recebam-no, pois, com toda a alegria como um irmão no
Senhor e estimem os que são como ele.
Epafrodito serviu a
Igreja e serviu a Paulo porque primeiramente
serviu a Cristo. Ele amo-os de todo o coração e entregou-se à causa,
porque primeiramente Cristo entregou-se
por nós. Lemos isso naquele maravilhoso hino cristológico.
Precisamos cada vez mais honrar
os nossos presbíteros dando-lhes as condições
necessárias para que eles possam governar
bem a Igreja de Cristo.
Paulo em 1 Timóteo 5:17 refere o seguinte: “Os presbíteros que governam bem
sejam estimados por dignos de duplicada honra, principalmente os que trabalham
na palavra e na doutrina”.
Muitas vezes as Igrejas são
privadas da bênção do Senhor porque não honram os seus presbíteros.
Por outro lado, entre os irmãos da Igreja vemos a
seguinte exortação em Romanos 15:7: “Portanto acolhei-vos uns aos
outros, como também Cristo nos acolheu para glória de Deus”.
Este deve ser o compromisso
da Igreja da Graça, honrar os seus
presbíteros e cada um de nós
acolher o outro irmão como Cristo nos acolheu, para que nisto tudo Deus
seja exaltado e a Sua Glória espalhada em todas as nações.
30 Esteve quase a morrer ao serviço de Cristo, arriscando a
sua própria vida para me prestar o auxílio que me faltava da vossa parte.
Arriscar a vida para
servir a Cristo servindo a Sua Igreja. Que lição tremenda…
Daí podermos dizer convictamente “Tudo ó Cristo a Ti entrego,
corpo e alma eis aqui, Este mundo mau renego, ó Jesus me aceita a mim! Tudo
entregarei, tudo entregarei. Sim por Ti Jesus bendito tudo entregarei.”
Deus nos ajude.
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