quarta-feira, 28 de maio de 2014

Filipenses 2:19-30

Resumo da Semana Passada
Acreditamos que a Palavra é a única regra de fé e de prática. Acreditamos na sua Suficiência e Inerrância. Toda a Palavra é inspirada por Deus.
2 Timóteo 3:16:Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça;
A Santificação é uma obra de Deus onde o homem coopera. Deus coloca a vontade e o desejo no coração e nós respondemos afirmativamente a essa ordem.
Cristão vive em constante processo de Santificação e isso é a prova clara que houve Regeneração e Justificação.
A Santificação deve ser vista e reflectida em qualquer domínio da nossa vida. Na ausência da mesma, toda uma comunidade sofre.
O Evangelho tem de ser proclamado contudo também tem que se viver as suas consequências. Não se pode desassociar a proclamação da vivência.
Filipenses 2:19-30
Relembremos que a Igreja de Filipos tinha o seu líder preso, o qual corria sérios riscos de vida.
A Igreja, como comunidade, sofria perseguição por seguirem a Cristo. Contudo, a grande preocupação do Apóstolo não era o sofrimento, mas o facto de eles viverem em desarmonia.
Paulo aponta toda a plenitude da sua vida a Cristo na proclamação do Evangelho, mesmo estando algemado. Tanto é, que sente a necessidade de cuidar do rebanho de Deus.
A Humildade reflecte-se em gratidão e obediência a Deus.
Essa foi a medida que Cristo nos deixou quando foi à Cruz, pois num gesto de total humildade, sofreu humilhação mas ainda pior do que isso, levou sobre si a ira de Deus, para que aqueles que se arrependam dos seus pecados e têm fé em Jesus Cristo tenham acesso ao Pai com a Justiça do próprio Cristo.
 Este texto fala-nos de vidas consagradas ao Senhor e de como as mesmas devem reflectir essa dedicação perante a Sua Igreja.
Não há como dizer que se é Cristão e depois não servir a Igreja de Cristo.
19 Espero no Senhor enviar-vos brevemente Timóteo, para também eu ficar cheio de ânimo quando tiver notícias vossas.
Toda a vida de Paulo aponta a Cristo. E um dos sinais evidentes dessa vivência está na sua dependência para com a acção de Deus.
Lemos neste versículo que Paulo espera em Cristo para que, se possível, algo acontecer. Não no sentido de exigência mas de gratidão por aquilo que irá acontecer.
Deus tem o melhor para nós daí podermos agradecer-Lhe os nossos pedidos mesmo antes de serem respondidos. Ou então, como diz Paulo no cap. 4, entregar as súplicas já com acções de graça.
Hoje em dia existe uma heresia, a qual os teólogos chamam de “Teologia de Confissão Positiva”. Definição: “substitui a fé em Deus pela habilidade de ter fé em si mesmo. O simples fato de confessar positivamente o que se crê faz com que o desejo confessado aconteça”.
É tão simples quanto isto: achamos que o poder está em nós para as coisas acontecerem, sendo que para isso basta ter fé. Depois, quando as coisas não se realizam, entramos em depressão espiritual porque achamos que afinal a nossa fé é vã ou que falhámos algum passo “mágico”. (situação no Acampamento)
Esta ideia destrói por completo a Soberania de Deus, coloca a ênfase no homem, dá mais importância à palavra humana do que à Palavra de Deus e é algo bastante recente na história da Igreja*.
Esta heresia está a entrar subtilmente na vida das nossas igrejas e percebemos isso quando ouvimos alguém a dizer “Se tiver fé vai ver que vai ficar tudo bem” em vez de dizermos tão-somente “Vamos orar para que Deus cumpra Sua vontade independentemente da nossa que é a cura”. (António*)
1 João 5:14: “E esta é a confiança que temos nele, que, se pedirmos alguma coisa, segundo a Sua vontade, Ele nos ouve”.
O apóstolo Paulo coloca-se no lugar dele, se o Senhor quiser, algo acontecerá. Isto porque entende que no fim é sempre a vontade de Deus a prevalecer.
Estaremos dispostos a isso na nossa vida?
Entendendo Salmos 37 – Deleitar; Desejos do teu coração.
Voltando ao texto, o apóstolo Paulo tinha o desejo, caso Deus permitisse, de enviar o seu discípulo Timóteo quando a sua situação tivesse resolvida (v. 23).
 Timóteo era a pessoa que Paulo enviava como seu interlocutor nas igrejas que tinha fundado. Enviou-o a Tessalonica e a Corinto conforme lemos nessas cartas.
Reparemos, mais uma vez, que a alegria de Paulo passava por simplesmente ouvir que os Filipenses estavam bem e que viviam em Harmonia entre eles.
A sua alegria estava dependente de ver a Igreja de Cristo saudável. Não podemos ver uma Igreja a passar por momentos difíceis e ficarmos como se nada fosse. A Igreja é a noiva de Cristo, tratemo-la como tal.
Daí termos de ser sérios na forma como lidamos com a vida da Igreja. Santificação, Oração, Pontualidade, Responsabilidades, etc.
20 Não tenho nenhum outro tão unido a mim e que assim se preocupe tanto convosco.
Timóteo já tinha estado em Filipos com Paulo na proclamação do Evangelho e na implantação da Igreja (Actos 16).
Paulo usou neste versículo uma expressão semelhante ao v.2 para referir-se à sua relação com Timóteo “sejais unidos de alma”.
Ele tinha pedido para que vivessem assim, porque ele próprio vivia nesta atitude para com os seus companheiros no ministério. Coerência e integridade.
Diz-nos o texto que Paulo sentia que ele e Timóteo viviam em Unidade de Alma, e, conforme vimos na altura, significa unidos no mesmo Espírito, unidos em harmonia, tendo os mesmos desejos, paixões e ambições… Glorificar o nome de Cristo para todo o sempre.
“Ser como Cristo”, tema central da carta, passará por vermos as coisas como Cristo veria e responder com os mesmos sentimentos que Cristo responderia.
Paulo e Timóteo sempre trabalharam juntos e em harmonia que tornou-se evidente para todos que quem dirigia tudo o que faziam era a Mente de Cristo.
Por isso, a necessidade da Igreja de Filipos, num momento conturbado, ter uma pessoa como Timóteo.
21 Todos os outros se preocupam apenas com os seus interesses e não com os de Jesus Cristo.
Lemos em 2 Timóteo 1:15 o seguinte: “Bem sabes isto, que os que estão na Ásia todos se apartaram de mim; entre os quais foram Figelo e Hermógenes”.
Quem vive a vida em busca dos seus interesses pessoais não pode viver segundo os interesses de Cristo.
A nossa miséria é grande quando achamos que algo é nosso por direito.
Tememos que Deus toque na nossa vida de tal forma que tenhamos que mudar os nossos conceitos de felicidade, conforto e paz.
Vinda para cá: “Se for da vontade de Deus tudo te irá correr bem mas se não for, irás ter muitos problemas”. Terá esta frase respaldo bíblico? (Jesus Cristo).
Na verdade, conforme diz Mark Dever, “Os nossos medos sobre o futuro são enraizados naqueles lugares onde a nossa vontade difere da vontade de Deus”.
Por outro lado, podemos perder certas coisas na vida para percebermos que Cristo tem de ser o nosso bem Supremo. Para percebermos que Cristo é Suficiente para nós.
Toda a nossa vida é Cristo. Toda a nossa vida tem de resplandecer a imagem de Cristo. Toda a nossa vida é ministério. Acreditamos no Sacerdócio Universal.
Não é a nossa vida que está em causa é o Evangelho.
Cuidamos dos interesses de Cristo quando…
Vida Pessoal – Intimidade com Deus; Santidade;
Vida Familiar – Cada um cumpre as suas funções. Cultivar a Santidade nos relacionamentos (Salmos 101:2); Devocional entre o casal (a melhor intimidade será sempre a intimidade espiritual); Culto Doméstico (pais e filhos);
Trabalho – Se todos somos sacerdotes, o seu trabalho tem de ser encarado como ministério. Encararemos o trabalho, não pelo dinheiro, mas como o local que Deus nos está a usar para mostrarmos Cristo como a pessoa mais importante para nós.
Se toda a nossa vida não é ministério, nada é ministério.
Por isso quando alguém pergunta quem foi chamado para o ministério, todos nós devemos responder que sim, porque acreditamos que todos nós somos ministros do Evangelho, uns sendo pastores, outros professores, profissionais de saúde, informáticos, reformados, etc…
Timóteo encarava a vida como ministério, tanto é, que ao servir os interesses dos Cristãos em Filipos, ele sabia que estava primeiramente a servir a Cristo. Ou seja, servia a Cristo servindo a Igreja.
Não há como dizer que se é Cristão e depois não servir a Igreja de Cristo.
Nota: Podemos até ser religiosos mas não sermos cristãos: Mateus 7:21: “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! Entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.”
Então as nossas vidas devem ser vividas para Ele, através d’Ele, para Ele, com Ele, e sobre Ele.
Tudo é sobre a pessoa de Jesus Cristo na nossa vida.
Romanos 11:36"Porque dele e por Ele, e para Ele, são todas as coisas; glória, pois, a Ele eternamente."
22 Mas quanto a Timóteo, bem sabem como deu provas da sua virtude e como trabalhou comigo ao serviço do evangelho, como se fosse um filho com o seu pai.
Na igreja de Filipos cada um buscava os seus próprios interesses, o que gerava várias disputas. Era necessário alguém que mostrasse seriedade perante o Evangelho e a Igreja de Cristo. Alguém que fosse servo e não alguém que estivesse à espera de ser servido.
Importante notar que Paulo aponta toda a medida a Cristo, depois usa o seu exemplo e posteriormente o de Timóteo e Epafrodito para evidenciar que é possível viver como Cristo.
Auto negação, Humildade e Obediência são as marcas de Jesus, do Apóstolo Paulo, Timóteo e Epafrodito.
Quais tem sido as marcas da Igreja Baptista da Graça? Estas 3 marcas são importantes para a União da Igreja e proclamação do Evangelho.
23 Espero enviá-lo, logo que saiba como vai terminar a minha situação.
Provavelmente Paulo queria que a sua situação fosse resolvida para que Timóteo levasse as últimas notícias.
24 Confio no Senhor que também eu irei ver-vos brevemente.
Vemos neste versículo, uma vez mais, que os planos de Paulo estavam sujeitos à Soberania de Deus.
Quando assim é, colocamo-nos no nosso devido lugar face ao Criador e sustentador de todas as coisas.
25 Julguei que também era conveniente mandar-vos Epafrodito, irmão e companheiro de trabalho e de lutas, vosso enviado para me ajudar nas minhas necessidades.
Aquando a prisão de Paulo, a Igreja de Filipos achou por bem enviar Epafrodito para fazer face às dificuldades financeiras e, também, para saber notícias do líder espiritual deles.
Diz-nos o texto que foi enviado. A ideia da Palavra é “apóstolo” não no sentido de ofício mas de função.
Vimos isso logo no início da carta mas é importante voltar a referir. No NT há diferença entre o ofício e dom. As pessoas podem ter alguns dons mas não terem os outros requisitos para os ofícios.
Para ser Apóstolo (Ofício) teria que ter estado com a pessoa de Jesus. Por isso não temos mais Apóstolos nos dias de hoje, como oficiais na Igreja. Mas pode ser apóstolo no sentido de enviado numa missão (Tiago Oliveira-enviado numa missão).
Assim como no pastorado, uma pessoa pode ter o dom de pastor mas não ter as restantes qualificações para o ministério.
Nunca esquecer da importância de se diferenciar Dom, que são vários, dos Ofícios da Igreja (Presbitério e Diaconato).
26 Ele tem tido muitas saudades de todos e tem andado preocupado convosco, por terem ouvido que ele estava doente.
Podemos ver como Epafrodito, Paulo e Timóteo eram “Unidos de Alma” resplandecendo assim a imagem que Cristo tinha deixado.
Apesar do sofrimento a que estava cometido, Epafrodito manifestava preocupação com a Igreja porque não queria de forma alguma que a sua situação pudesse interferir com a saúde da Igreja.
Por outro lado, vemos uma comunidade preocupada e ansiosa por saber o estado de saúde de um dos seus presbíteros.
Amor genuíno que deve existir. Cuidado mútuo.
Situação doença – Igreja.
27 É verdade que esteve doente, mesmo quase a morrer, mas Deus compadeceu-se dele, e não só dele mas também de mim, para que eu não tivesse mais aflições do que as que já tenho.
Reparemos… Alguém que estava doente e em risco de vida, continuava com o seu objectivo principal… Servir a Cristo, servindo a Igreja.
Epafrodito podia ter desistido da missão que lhe fora confiada, até tinha legitimidade para tal, contudo sabia que era uma missão de Deus e por isso tinha de cumprir até ao fim.
Se Deus o tinha enviado naquela missão, teria de ser o próprio Deus a terminar aquela função, nem que para isso lhe custasse a vida.
Tal como o Apóstolo Paulo, Epafrodito também vivia estas palavras… “Porque o Viver é Cristo e o morrer é Ganho”.
Fazemos a vontade de Deus quando?
Apenas com a segurança da família garantida?
Quando sabemos o roteiro?
Quando sabemos que o fim aqui na terra será bom?
Não olhe tanto para a vida em si e para as circunstâncias. Olhe sim para o fim para qual devemos viver a nossa vidaEspalhar a Glória de Deus, tornado assim o Seu nome conhecido. Mesmo que para isso seja preciso sofrer ou morrer.
Nota sobre a doença:
1º Nem toda a doença é consequência do pecado.
2º Nem sempre é a vontade de Deus a cura imediata. A recuperação de Epafrodito foi lenta e dolorosa.
3º Conforme lemos no versículo, a cura é algo que acontece pela compaixão de Deus e não coisa que possamos determinar, apesar de podermos pedir que a Sua vontade seja feita.
4º Nem sempre há cura. Aceitemos a Sua Soberania mesmo que isso possa trazer lágrimas…
Interessante também notar neste versículo, que Paulo mostrou todo o seu amor por Epafrodito, porque se ele morresse, isso seria para si doloroso. Paulo sabia que Epafrodito tinha ficado doente ao cumprir uma missão da Igreja para o ir ajudar.
28 E por isso vou mandá-lo o mais depressa possível, para que sintam a alegria de o verem novamente e para que eu fique menos preocupado.
Novamente aqui a humildade do Apóstolo Paulo. A sua alegria e conforto passavam por saber que aqueles irmãos estavam bem e que nada perturbava as suas vidas.
Preferia ficar sem Epafrodito do que ver uma comunidade preocupada com o seu companheiro.
Mais uma vez, não é Epafrodito que desiste da Missão que lhe fora confiada mas sim Paulo que o reencaminha para a Igreja em Filipos. Esta explicação existiu para que não pensassem que houvera algum tipo de desistência de Epafrodito e, por conseguinte, não o honrassem por tal.
29 Recebam-no, pois, com toda a alegria como um irmão no Senhor e estimem os que são como ele.
Epafrodito serviu a Igreja e serviu a Paulo porque primeiramente serviu a Cristo. Ele amo-os de todo o coração e entregou-se à causa, porque primeiramente Cristo entregou-se por nós. Lemos isso naquele maravilhoso hino cristológico.
Precisamos cada vez mais honrar os nossos presbíteros dando-lhes as condições necessárias para que eles possam governar bem a Igreja de Cristo.
Paulo em 1 Timóteo 5:17 refere o seguinte: “Os presbíteros que governam bem sejam estimados por dignos de duplicada honra, principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina”.
Muitas vezes as Igrejas são privadas da bênção do Senhor porque não honram os seus presbíteros.
Por outro lado, entre os irmãos da Igreja vemos a seguinte exortação em Romanos 15:7: “Portanto acolhei-vos uns aos outros, como também Cristo nos acolheu para glória de Deus”.
Este deve ser o compromisso da Igreja da Graça, honrar os seus presbíteros e cada um de nós acolher o outro irmão como Cristo nos acolheu, para que nisto tudo Deus seja exaltado e a Sua Glória espalhada em todas as nações.
30 Esteve quase a morrer ao serviço de Cristo, arriscando a sua própria vida para me prestar o auxílio que me faltava da vossa parte.
Arriscar a vida para servir a Cristo servindo a Sua Igreja. Que lição tremenda…
Daí podermos dizer convictamente “Tudo ó Cristo a Ti entrego, corpo e alma eis aqui, Este mundo mau renego, ó Jesus me aceita a mim! Tudo entregarei, tudo entregarei. Sim por Ti Jesus bendito tudo entregarei.”

Deus nos ajude. 

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