segunda-feira, 2 de junho de 2014

Filipenses 4:2-9

Filipenses 4:2 Peço a Evódia e a Síntique que vivam em harmonia, segundo a vontade do Senhor.
Vimos anteriormente, que o objectivo de Paulo, mesmo estando preso, passava por ver os seus irmãos em Filipos a viverem em harmonia. Inclusive, para o bem deles, Paulo dispensou a companhia de Timóteo e também de Epafrodito para que nada lhes faltasse.
Paulo usa mesmo o termo “Peço ou Rogo” enfatizando a ideia da necessidade para algo para que fosse tratado de forma premente.
Assim, lemos neste versículo um pedido para que houvesse harmonia. Não era o que estava a acontecer naquela comunidade que o apóstolo tanto amava.
Daí vermos a insistência nesta carta, da necessidade de sermos como Cristo, e vivermos de forma alegre, feliz e que revele contentamento (para a semana).
Harmonia… Vivemos em harmonia horizontalmente quando o vivemos verticalmente.
As nossas relações são influenciadas pelo tipo de relação que temos com o nosso Deus.
Na forma como vivemos, quer na Igreja, quer no nosso lar, temos de saber, que estamos transmitir algo aos nossos filhos.
Por isso, temos que ser intencionais com o Evangelho.
Ciclos que se renovam*.
Vivemos em harmonia, quando temos os mesmos desejos, paixões e ambições… Glorificar o nome de Cristo para todo o sempre.
Evódia e Síntique muito provavelmente deixaram de olhar para a vida com a Mente de Cristo e foram guiadas pela carne. Olharam mais para os seus interesses do que para Cristo. Hebreus 12:2 fala mesmo da necessidade de olharmos para Jesus que é o Autor e consumador da nossa fé.
Não se sabe o tipo de problema que tinha acontecido entre as duas. No entanto, entende-se pelo texto, que foi algo que criou muitos obstáculos e dificuldades àquela comunidade.
A humildade não existiu. Porque quando há humildade e entendimento da Graça de Deus, o perdão acontecerá sempre, não importando de que lado está a razão.
A Graça que transmitimos ao nosso irmão, não é sinal do merecimento dele, é sinal sim, do nosso entendimento da imerecida Graça que recebemos do nosso Deus.
A desarmonia entre os cristãos afecta a vida de uma comunidade porque entender Igreja, é perceber que a nossa forma de viver irá influenciar o corpo todo.
Ser Igreja é ser corpo. E no corpo todos têm as suas responsabilidades. Cada membro tem a sua função. Quando um membro não está bem, influenciará a estabilidade de todo o corpo.
Conforme vimos há 1 mês atrás, temos de saber que cada membro deverá ser baptizado por imersão, e que revele as seguintes características:
Desejo de buscar santidade para a sua vida.
Assistir aos cultos regularmente.
Participar na Ceia do Senhor.
Contribuir fielmente.
Participar nas Assembleias de Igreja ou Culto Administrativo.
Isto responsabiliza-nos como membros, quer individualmente, quer como corpo.
Só sabendo disto haverá harmonia dentro de uma comunidade.
A reconciliação é algo que tem de acontecer com os cristãos, porque fomos primeiramente reconciliados com Cristo.
João 13:35 -> “Nisto conhecerão todos que sois os meus discípulos: se vos amardes uns aos outros”.
Discípulo é aquele que ama o próximo porque Deus o amou primeiro.
Não há harmonia sem olhar para a Cruz.
3 E peço-te a ti, meu fiel companheiro, que as ajudes. Pois elas lutaram ao meu lado na pregação do evangelho, juntamente com Clemente e todos os meus companheiros de trabalho, que têm os seus nomes escritos no livro da vida.
Paulo estava preocupado com este problema porque a falta de harmonia entre duas pessoas estava a ter consequências para a restante comunidade.
Evódia e Síntique eram duas mulheres que tinham ajudado Paulo aquando a abertura do trabalho em Filipos, juntamente com Clemente.
Vemos aqui, de forma clara, a importância do ministério das mulheres na vida da Igreja e de outros que contribuíram para que o Evangelho fosse pregado.
Então, Paulo pede a um companheiro (palavra que retracta 2 bois e uma canga puxando a mesma carga embora também possa ser entendido como um nome próprio) para as ajudar.
Não se sabe quem era este companheiro, podendo ser Epafrodito ou até mesmo ser um homem com o nome “Sizigo”.
Contudo seria um homem muito provavelmente um presbítero da Igreja.
O interessante a notar aqui, é o pedido de Paulo para uma pessoa ajudar no conflito de outras duas.
Muitas vezes é necessário uma 3ª pessoa para resolver um conflito entre 2 pessoas. Veja-se o caso num casamento* (dizer o mesmo mas como vem de alguém de fora, ouve-se melhor).
4 Alegrem-se sempre no Senhor. Repito, alegrem-se nele.
A recomendação da alegria era algo importante porque aqueles irmãos viviam tempos muito atribulados.
Provavelmente, algumas quezílias estavam a acontecer por causa da tristeza e impaciência ao passarem por determinadas situações.
Devemos então saber o seguinte… A nossa alegria não pode estar associada às circunstâncias mas em Deus que controla toda e qualquer circunstância.
Temos visto tão claramente nesta carta, que quem murmura com Deus simplesmente acha que Deus lhe deve algo, quando na verdade Deus age para connosco devido à Sua maravilhosa Graça.
A nossa alegria não está baseada nas coisas que conquistámos ou que podemos conquistar, mas porque já fomos conquistados por Cristo.
Muitas das vezes a acção de Deus para a nossa vida, passa por perdermos os nossos sonhos. E perder sonhos não é sinal de punição. É simplesmente a Graça de Deus que define o nosso rumo.
Por isso, alegramo-nos mesmo quando coisas que não percebemos acontecem na nossa vida.
É difícil… É duro… Mas Deus é Soberano.
Se a alegria estiver em Cristo, mesmo na dor, nós não iremos desanimar.
Ter alegria não é sinal de sorrir sempre. É sinal sim de que depositamos em Deus a nossa confiança e por isso não desanimamos.
Se analisarmos bem a nossa vida, houve certamente barreiras que nos trouxeram muita dor e que mais tarde percebemos que foram simples auto-estradas para Deus.
A nossa alegria está em Deus. Por quem Ele é e por aquilo que Ele já nos deu.
Temos alegria em Cristo quando estamos satisfeitos n’Ele.
Quando a nossa paz depende das circunstâncias, é porque a satisfação de Deus ainda não nos chega.
Só vivendo com esta plena satisfação em Cristo, Paulo podia escrever esta belíssima carta mesmo depois de ter sido chicoteado 5x39 vezes= 195
A nossa alegria depende de quê? Dos ganhos, das perdas?
5 Sejam amáveis para toda a gente. O Senhor virá em breve.
Face ao ambiente em que viviam, Paulo frisou a necessidade de buscarem a alegria que há em Cristo.
Quando isso acontece, a nossa perspectiva muda e a nossa forma de nos relacionarmos também. Seremos amáveis para com todas as pessoas. Este é o pedido do Apóstolo Paulo.
Isto é, serem moderados de espírito, pacientes e a exercerem o domínio próprio (fruto do Espírito), não se deixando assim abalar pelas injúrias e pelas adversidades que estavam a passar.
As circunstâncias exteriores não podem dominar o nosso ser e fazer com que a nossa vida desabe. Por isso, nas nossas relações com o próximo, teremos que demonstrar Graça mesmo no meio de um contexto difícil.
Ainda há 15 dias falámos da importância da Reconciliação e como a reconciliação apenas acontece quando temos os nossos olhos postos na cruz de Cristo.
A justificação pela fé obriga-nos a lidar com os erros dos outros da mesma forma com que Deus lidou com os nossos. Com Graça e com misericórdia.
A forma como lidamos com as pessoas será a forma como os nossos filhos, um dia mais tarde, lidarão. Eles tendem a observar os exemplos dos pais e serão influenciados por tal.
Cultivemos o ciclo da Graça*.
Lemos ainda neste versículo que o Senhor está próximo. Pode ser entendido como a vinda do Senhor estando próxima, como também, que a Sua presença no nosso meio é real.
Salmos 145:18 “Perto está o Senhor de todos os que o invocam, de todos os que o invocam em verdade.”
Vimos então 3 aspectos que se forem vividos por cada um de nós, individualmente, estaremos a contribuir para que haja harmonia na Igreja:
Alegrarmo-nos no Senhor;
Mostrar amor para com todos;
Saber que o Senhor Deus está connosco.
6 Não se aflijam ou não andeis ansiosos com coisa nenhuma, mas em todas as orações peçam a Deus aquilo de que precisam, com espírito de gratidão.
1 Pedro 5:7-> “Lançando sobre Ele toda a vossa ansiedade, porque Ele tem cuidado de vós”.
Devemos dizer a Deus tudo aqui que nos incomoda e que, até certo ponto, consome a nossa alma.
A oração é o local de encontro com Deus despidos de qualquer máscara. Não devemos temer dizer a Deus a forma como nos sentimos e toda a dor que nos incomoda.
Quando entregamos a Deus as nossas súplicas devemos fazer já em espírito de gratidão pela certeza que Deus tem o melhor para os Seus filhos.
A gratidão não deve acontecer apenas quando recebemos o que queríamos de Deus. A gratidão acontece por sabermos que Deus é Deus e tudo o que em nós acontece, acontece para o nosso bem, ainda que gere muitas vezes incompreensão.
Quando não há gratidão há murmuração.
Quando não há gratidão há ansiedade
A perturbação não deve fazer parte da nossa vida, porque a perturbação não revela a Esperança que devemos ter.
A ansiedade é sinal do medo e da desconfiança que temos para com Cristo. Revela também desconhecimento da bondade e da fidelidade do nosso Deus.
Não foi em vão que Cristo disse que ia estar connosco todos os dias… Perto está o Senhor conforme vimos anteriormente.
Não estamos sozinhos. O Espírito Santo habita em nós. Vivamos a vida com confiança naquele que é todo-poderoso.
Salmos 46:10: “Aquietai-vos, e sabei que eu sou Deus;”
Por outro lado, se vivemos a vida mostrando ansiedade, vivendo em aflição ou descontentamento estamos a dizer alguma coisa com isso.
- Ansiedade: Estou à espera daquilo que eu mereço.
- Descontentamento: Não tenho aquilo que eu mereço.
Percebamos então que o Evangelho é a prova evidente que temos infinitamente mais do que aquilo que merecemos. Por isso, confiamos em Deus e não tememos o dia de amanhã.
Como não confiar naquele que entregou o Seu filho no nosso lugar? Se confiamos não iremos viver ansiosos.
Vivemos em ansiedade quando esperamos sem confiança.
Quando esperamos com confiança pela vontade de Deus, o nosso carácter irá ser moldado por Ele.
Esperar com confiança pela acção de Deus conforma-nos ao que Ele tem.
A ansiedade corrói o nosso ser.
Combatamos a perturbação e o descontentamento que existe nas nossas vidas com o Evangelho.
Sente paz na sua vida mesmo diante das adversidades?
7 E a paz de Deus, que vai mais além do que nós podemos entender, guardará os vossos corações e os vossos pensamentos em união com Cristo Jesus.
A paz de Deus não depende das circunstâncias. Ela protege o nosso coração e o nosso pensamento. No fundo, todo o nosso ser.
Por vezes, nem conseguimos produzir em palavras, a paz que sentimos no meio da adversidade.
Situação do hospital da minha filha.
8 Por último, meus irmãos, prestem atenção ao que é verdadeiro, honesto, digno, puro, amável, ao que tem boa fama, ao que é virtuoso e digno de louvor.
O apóstolo Paulo refere neste versículo como o crente deve pensar.
Paulo não faz a defesa do pensamento positivo*. No entanto, podemos e devemos controlar a nossa mente com coisas do alto. Quando não temos bons pensamentos, as nossas acções terão esse reflexo.
Vejamos naquilo que devemos pensar:
Verdadeiro: Devemos pensar naquilo que é a Verdade. E a verdade encontra-se na Trindade e na Palavra do nosso Deus.
Honesto: Como honrar e respeitar a Deus em todas as coisas.
Digno: Sermos certos e sérios no que fazemos*
Puro: Buscar pureza no nosso pensamento.
Amável: Pensarmos em coisas agradáveis.
Virtuoso e Digno de Louvor: Termos aplicado à cortesia, bondade e ao respeito com os outros.
7 Aspectos que devemos trabalhar para controlarmos a nossa mente.
Quando isto acontecer, veremos como o nosso ser irá ser transformado por Deus e como as nossas acções serão diferentes para com o próximo.
Romanos 12:2 -> Não vivam de acordo com as normas deste mundo, mas transformem-se, adquirindo uma nova mentalidade. Assim compreenderão qual é a vontade de Deus, isto é, o que é bom, o que lhe é agradável e o que é perfeito.
Lembre-se: O mais importante para Deus está relacionado com aquilo que nos estamos a transformar em vez do que estamos a realizar ou conquistar.
Em contraste, vejamos o que diz Miqueias 2:1-2 sobre os que que pensam nas coisas más: “Ai daqueles que nas suas camas intentam a iniquidade, e maquinam o mal; à luz da alva o praticam, porque está no poder da sua mão. E cobiçam campos, e roubam-nos, cobiçam casas, e arrebatam-nas; assim fazem violência a um homem e à sua casa, a uma pessoa e à sua herança”.
Quais têm sido as suas preocupações? Tem buscado pensamentos do alto ou de maldade?
9 Ponham em prática o que aprenderam de mim, o que me ouviram e viram fazer, e estará convosco o Deus da paz.
Paulo tem a ousadia de dizer isto porque a sua vida apontava a Cristo.
A sua vida mostrava aquilo que ele pregava.
Ele não pretendia exibir-se. Apenas indicar o caminho. E o caminho é Cristo conforme ele indicou em toda a sua carta.

Que Deus nos ajude.

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